Polícia Civil indicia quatro policiais por morte de cantor sertanejo Boni Jr

Boni Júnior foi assassinado na rodovia GO-515, em 28 de outubro de 2012. Segundo delegados, militares forjaram cena do crime para incriminar vítima

Boni Júnior foi assassinado, diz inquério policial | Arquivo Pessoal
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A Polícia Civil concluiu o inquérito da morte do cantor sertanejo José Bonifácio Sobrinho Júnior, conhecido como Boni Júnior, e indiciou quatro policiais militares pela morte do artista. O crime aconteceu em 28 de outubro de 2012, na GO -515, entre Panamá e Goiatuba, na região sul de Goiás.

Um cabo e um soldado do Grupo de Patrulhamento Tático da Polícia Militar de Goiatuba vão responder por homicídio e fraude processual. Já um soldado e um sargento da cidade de Panamá responderão por fraude processual, aponta o documento. O inquérito será encaminhado nesta quarta-feira (20) ao Poder Judiciário de Goiatuba e à Corregedoria da Polícia Militar de Goiás.

Os delegados que investigaram o caso, Ricardo Chueire e Gustavo Carlos Ferreira, afirmaram que tanto o laudo da Polícia Técnico Científica quanto a reconstituição do crime apontam que o confronto foi forjado. ?A perícia prova que os próprios militares plantaram a arma na cena do crime, como sendo ela pertencente ao cantor, e ainda atiraram com a mesma arma contra as viaturas para forjar o confronto e justificar a morte de um homem desarmado?, ressalta Ricardo Chueire.

Versão dos policiais

Na época do acidente, os PMs contaram que o cantor estaria fazendo manobras perigosas na cidade de Panamá e, quando percebeu a presença da polícia, teria tentado fugir para Goiatuba. De acordo com eles, uma barreira foi montada na pista para deter o músico, mas ele não teria parado e bateu no carro da polícia. Os PMs contaram também que Boni Júnior atirou contra os carros da polícia e, por isso, os militares teriam disparado contra o carro que ele conduzia.

A família da vítima contestou a versão apresentada pelos militares. ?Meu filho nunca portou arma de fogo. Ele não era bandido. Era cantor, músico e intérprete. A única arma dele era o violão?, ressalta a mãe.

Reconstituição

O delegado Ricardo Chueire comenta ainda que seria fisicamente impossível Boni ter atirado. ?A reconstituição mostrou que um indivíduo sentado e dirigindo em alta velocidade não teria posicionamento para acertar os dois carros ocupados pelos policiais e mostra que quem atirou contra as viaturas estava em pé e próximo a elas?, descreve.

De acordo com o inquérito, os policiais de Panamá chegaram depois da morte de Boni na cena do crime. Eles ajudaram os colegas de Goiatuba a forjar o falso confronto para justificar o assassinato da vítima, aponta a investigação policial. ?A equipe da cidade vizinha estava em perseguição à vítima desde Panamá, onde uma confusão teria começado após ele fazer manobras perigosas?, afirmou Ricardo Chueire.

Segundo os delegados responsáveis pelo caso, a exumação do corpo do cantor não gerou uma prova conclusiva, pois o projétil extraído do corpo dele estava muito amassado e impossibilitava a comparação com armas apreendidas e fornecidas pela PM de Goiatuba.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES