“Se Macarrão tivesse ciúmes de Bruno seria um dos maiores serial killer”, diz advogado

Dizer que Macarrão matou por amor a Bruno é desespero, disse ele

Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza | Divulgação
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O advogado de Macarrão rebateu nesta sexta-feira as afirmações feitas pelo representante do goleiro Bruno, que havia dito que Macarrão poderia ter matado a estudante Eliza Samudio, então amante do atleta, por paixão ao atleta. Para Wasley César Vasconcelos, a afirmação de Rui Pimenta reflete desespero do defensor do jogador.

Vasconcelos disse que "Macarrão é homem, e que apesar de não ser casado legalmente, tem esposa e duas filhas". Para ele, as declarações feitas por Pimenta são "infelizes e foram feitas provavelmente em um momento de desespero. Afinal, se Macarrão tivesse mesmo ciúmes de Bruno e tivesse matado por amor a ele, Macarrão seria um dos maiores serial killer da história do Brasil, já que Bruno teve relacionamento e envolvimento amoroso com várias mulheres".

No processo, além de Eliza Samudio, que está desaparecida e é considerada morta pela polícia, há três mulheres com quem o goleiro teve ligação amorosa: Dayane Souza, ex-mulher; Fernanda de Castro, ex-namorada; e a dentista Ingrid Oliveira, sua atual noiva. Ainda conforme Vasconcelos, ele não vai tomar qualquer providencia jurídica contra o advogado Rui Pimenta e disse que aguarda a chegada do júri, que deve acontecer em março. Ainda de acordo com Vasconcelos, em novembro do ano passado foi solicitado ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de habeas-corpus para Macarrão - que ainda não foi julgado.

O advogado Rui Pimenta, que afirmou nesta semana que Macarrão poderia ter matado por amor, não foi encontrado para comentar as próprias declarações e as de Wasley César Vasconcelos. Um dos motivos que o levou a crer na tese de prova de amor é a tatuagem de Macarrão nas costas que, segundo o próprio Macarrão, é uma declaração de amizade a Bruno. Ele negou ser homossexual e disse que denunciou à administração da Penitenciária Nelson Hungria, onde está detido, e à Justiça, os presos que o chamaram de "bicha".

Pimenta também disse na ocasião acreditar que o goleiro possa ser libertado nos próximos dias. "Na véspera do recesso do Judiciário, em dezembro, entramos com um pedido de habeas-corpus em Brasília e acreditamos, com 99% de certeza, que Bruno sairá e voltará a jogar no Flamengo, já que ele tem se preparado fisicamente para isso. É um rapaz jovem, de bom porte físico, atleta, e conta com todas as condições de exercer a profissão", afirmou Pimenta.

O caso Bruno

Eliza desapareceu no dia 4 de junho de 2010 quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano anterior, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, então com 4 meses, estava lá. A mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação de uma namorada do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.

No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal, e seu amigo, três anos de reclusão por cárcere privado. Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio e Bola serão levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson também irão a júri popular, mas por sequestro e cárcere privado. Além disso, a juíza decidiu pela revogação da prisão preventiva dos quatro. Flávio, que já havia sido libertado após ser excluído do pedido de MP para levar os réus a júri popular, foi absolvido. Além disso, nenhum deles responderá pelo crime de corrupção de menores.



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