Vereador e jornalista devem falar no 3º dia de julgamento de Bola

Hoje político, Édson Moreira foi o delegado responsável pelo caso. Marcos Aparecido é acusado de matar Eliza e ocultar o cadáver.

Vereador e jornalista devem falar no 3º dia de julgamento de Bola | Maurício Vieira/G1
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O terceiro dia de julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, ? acusado de matar Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes ? está programado para começar às 9h desta quarta-feira (24).

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a sessão deve ser iniciada com o depoimento do jornalista José Cleves da Silva. Ele é testemunha de defesa. A previsão do tribunal é que Bola seja interrogado somente na quinta.

José Cleves foi investigado pelo então delegado e hoje vereador Edson Moreira e, após acusação de homicídio, conseguiu reunir provas da inocência. A defesa de Bola quer ouvi-lo em plenário. De acordo com o TJMG, em seguida, está previsto o depoimento de Moreira, que chefiou as investigações do caso Eliza Samudio. Segundo a Justiça, ele vai falar como autoridade policial.

Conforme informações do Tribunal, estavam previstos os depoimentos de quatro testemunhas de acusação e cinco de defesa. Nos dois primeiros dias, foram ouvidas duas testemunhas de defesa ? o deputado estadual Durval Ângelo (PT) e o delegado corregedor Renato Patrício Teixeira ? e uma de acusação ? o detento Jaílson Alves de Oliveira. A delegada Ana Maria Santos, solicitada pela defesa e acusação, foi ouvida como informante.

Jorge Luiz Lisboa, primo de Bruno, era testemunha de acusação, mas não é obrigado a participar por morar em cidade diferente da que ocorre o julgamento, de acordo com o TJMG. Ele não compareceu ao fórum. A outra testemunha era João Batista Alves Guimarães. No segundo dia do júri, ele foi dispensado pelo promotor. Do lado da defesa, a delegada Alessandra Wilke foi dispensada.

Encerrada a fase de testemunhas, começa o interrogatório do réu, que tem o direito de permanecer em silêncio. Em seguida, ocorrem os debates, em que acusação e defesa apresentam seus argumentos para tentar convencer os jurados de que o réu é culpado ou inocente.

Segundo dia

O segundo dia de julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, terminou por volta das 19h35 desta terça-feira (23) após o depoimento do delegado-geral da Corregedoria de Polícia Civil ? Renato Patrício Teixeira. Ele foi ouvido como testemunha de defesa.

Marcos aparecido é acusado de matar e ocultar o cadáver de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes. Outras duas testemunhas foram ouvidas nesta terça-feira: Jaílson Alves de Oliveira, arrolado pela acusação, e o deputado estadual Durval Ângelo (PT), arrolado pela defesa.

O policial falou sobre dois procedimentos da corregedoria relativos ao delegado Edson Moreira, que conduziu as investigações do caso Eliza Samudio e hoje é vereador em Belo Horizonte. Segundo Teixeira, um dos casos seria sobre agressão e o outro sobre o pedido de R$ 2 milhões para arquivar o inquérito de Bruno. O delegado afirmou que nestes casos, não houve nenhum indiciamento contra Moreira por falta de provas.

Ele também foi perguntado pela defesa sobre a morte de Sérgio Rosa Sales ? primo de Bruno, que também era réu no caso ? que foi investigada pela corregedoria. O delegado destacou que o motivo da morte do primo de Bruno foi esclarecido. Segundo ele, as investigações apontaram que Sérgio Rosa Sales foi morto por ter feito ?gracejos? à amante de um traficante.

O Ministério Público questionou o corregedor se ele sabia o motivo pelo qual Bola não havia seguido carreira como policial civil. Segundo Renato Teixeira, o motivo da exoneração da polícia mineira foi "falta de idoneidade moral".

O depoimento de Renato Teixeira durou cerca de meia hora. A defesa pediu a dispensa do policial. Porém, a juíza consultou os jurados e como um integrante do Conselho de Sentença quis ouvi-lo, a testemunha foi mantida.

Deputado foi a 2ª testemunha do dia

Após cerca de três horas de depoimento, o deputado estadual Durval Ângelo (PT) deixou o Fórum de Contagem avaliando como ?péssima? para a defesa do réu Marcos Aparecido dos Santos a sua participação no julgamento. Durval foi arrolado como testemunha pelos advogados de Bola, acusado de matar e ocultar o corpo de Eliza Samudio, a ex-amante do goleiro Bruno Fernandes. O político foi o segundo a ser ouvido nesta terça-feira (23). Ele falou das 15h40 às 18h40.

?Eu prestei depoimento como testemunha de defesa, arrolado como testemunha de defesa, mas eu acho que fui uma péssima testemunha de defesa, porque eu falei todo o passado do Bola, e os casos apurados pela Comissão de Direitos Humanos. Então, acho que eu não fui uma boa testemunha. Acho que foi um tiro no pé por parte da defesa?, disse.

Três assuntos foram abordados durante mais tempo no depoimento de Durval Ângelo, que preside a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Uma audiência com Bruno na ALMG em 2011, uma visita que o político fez a Luiz Henrique Romão, o Macarrão, na penitenciária também em 2011, e um crime no qual Marcos Aparecido dos Santos é réu com outros três policiais, no qual dois homens teriam sido mortos em 2008 e os corpos nunca foram encontrados.

Durval contou o que foi relatado a ele sobre o crime dos dois homens. Segundo o político, três policiais prenderam as vítimas em um carro de polícia, "atiçaram cachorros ferozes", que dilaceram o corpo delas. "Depois fizeram micro-ondas com eles", disse. O político falou que o nome de Bola - que seria o quarto participante - apareceu nesse caso após investigações da Delegacia de Desaparecidos e da Corregedoria da Polícia Civil e que Marcos Aparecido estava entre os indiciados.

Sobre a audiência com Bruno na ALMG, o deputado lembrou que o goleiro afirmou ser inocente. "O Bruno negou de forma peremptória que teria matado", disse. Durval também disse que não ouviu de Bruno que Eliza havia sido assassinada por Macarrão ou a mando do amigo.

Durval Ângelo contou que esteve no presídio para conversar com Macarrão, acompanhado pela TV Assembleia. Segundo o deputado, fora das câmeras, Luiz Henrique Romão disse que "estava servindo de chacota". O político também disse que Macarrão estaria sendo chamado de "gay" e que tinha medo de ser morto. O réu pediu ao deputado para ser trocado de pavilhão na penitenciária e falou que queria voltar para onde estava o Bruno, o "irmão dele".

Questionado sobre o motivo pelo qual foi escolhido como testemunha de defesa, Durval disse que imagina que seja porque a defesa queira explorar contradições no inquérito. Porém, ele avaliou o trabalho da Polícia Civil como ?muito bom e muito completo?.



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