Bolsonaro usou cartão corporativo com picanha, leite condensado e Rivotril

Os documentos mostram os gastos realizados pelo ex-presidente em sua rotina nos palácios do Planalto e Alvorada

Cristiano Mariz/Agência O Globo | Ex-presidente Jair Bolsonaro
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As notas fiscais das despesas feitas com o cartão corporativo do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) começaram a ser revelados nesta segunda-feira, pelo "Fiquem Sabendo".

Ex-presidente Jair Bolsonaro Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

Os documentos mostram os gastos realizados pelo ex-mandatário em sua rotina nos palácios do Planalto e Alvorada. Entre as aquisições, há itens como picanha, filé mignon, camarão - que contrariam a imagem de austeridade que Bolsonaro externava - e leite condensado.

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Nota do cartão corporativo da Presidência da República indica mais de mil reais gastos em cortes de carnes em um único dia — Foto: Governo Federal/Reprodução 

Também existem notas fiscais de compras de medicamentos feitos no cartão corporativo da Presidência. Os dados mostram que o governo Bolsonaro adquiriu medicamentos para depressão e ansiedade, como o Rivotril, para problemas de pele e para gastrite. As informações foram antecipadas pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

O cartão corporativo pode ser utilizado para comprar comida e medicamentos. No entanto, Bolsonaro afirmou nas lives semanais que realizava durante seu governo que não usava o método de pagamento para consumir este tipo de alimentos.

Notas do cartão corporativo da Presidência da República indica gastos com remédios antidepressivos — Foto: Governo Federal/Reprodução 

As notas fiscais mostram que o cartão corporativo de Bolsonaro foi usado para comprar picanha em pelo menos 68 oportunidades. Apenas em 30 de março de 2019, o cartão corporativo foi usado para comprar R$ 743,26 neste corte de carne.

Peças de filé mignon constam discriminadas em outras 67 notas fiscais. Há ainda 23 compras de pacotes camarão, 21 de bacalhau e 34 de Nutella.

Medicamentos

O cartão corporativo de Bolsonaro também foi usado para despesas com farmácia. Os dados revelados nesta segunda-feira mostram que, por meio deste método de pagamento, o governo anterior comprou remédios como azitromicina (antibiótico), esomeprazol (para úlcera gástrica) e Rivotril (para transtornos de ansiedade).

 O "Fiquem Sabendo" conseguiu verificar os documentos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Há dez dias, a entidade já havia disponibilizado os gastos totais, por nota fiscal. Mas por meio de um recurso obteve autorização para acessar as notas fiscais com as despesas discriminadas.

Como só existem cópias físicas dessas notas, a equipe do "Fiquem Sabendo" pôde digitalizar apenas parte dos documentos. Há cerca de 2,6 mil páginas escaneadas até o momento, por volta de 20% do total.

"Neste primeiro momento, tivemos acesso às notas mais recentes, do último mandato, mas já estamos em busca das anteriores", diz a entidade. "A abertura das notas em transparência ativa, ou seja, no site oficial do governo, é uma solicitação que nossa equipe vem fazendo à Presidência ao menos desde 2019, quando liberamos, pela primeira vez, os gastos do cartão de Temer, Dilma e Lula", acrescenta.



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