Cearenses querem incluir mais atores em briga com Piauí e creem em vitória

O deputado Acrísio Sena disse que se o Piauí viesse a conseguir essa ação “quase impossível”, poderia haver uma solicitação de um plebiscito e, com isso, certamente, o Piauí acabaria perdendo a ação através da decisão do povo.

Litígio entre Piauí e Ceará | Junior Pio
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Audiência pública realizada na segunda-feira, 27 de junho, na cidade de Poranga, tratou sobre o andamento da ação que trata sobre o litígio territorial entre o Ceará e Piauí. A iniciativa foi do Comitê de Estudos de Limites e Divisas Territoriais do Ceará (Celditec), da Assembleia Legislativa do Ceará, em pareceria com a Câmara Municipal do município.

Na ocasião, foi articulada a inclusão do IBGE, indígenas, quilombolas e prefeitos em ação, reforçando a tese de 'pertencimento'. No debate, a presidente do Comitê de Estudos de Limites e Divisas Territoriais do Ceará (Celditec), deputada Augusta Brito (PT), enfatizou que não pode ser retirada das pessoas a “sensação de pertencimento” de suas terras.

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O Ceará está totalmente envolvido, principalmente através da governadora do Estado, Izolda Cela, e também da procuradora geral do Ceará, Camily Cruz, que estão mobilizando os 13 municípios afetados para se sentirem pertencentes ao processo. Sendo assim, o envolvimento se faz pertencente aos que estão diretamente afetados por essa ação”,  afirmou.

Assembleia Legislativa do Ceará realizou audiência em Poranga (Foto: Junior Pio/ALECE)De acordo com o deputado Acrísio Sena (PT), o fato político mais recente na ação é a implementação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para apresentar todo o olhar que não foi captado pelo exército: a cultura, história e pertecimento social.

Além da vontade soberana do povo de Poranga e de toda a Ibiapaba, para reafirmar a sua condição de povo cearense, nós demos um passo importante nessa questão jurídica, pois as duas ações precisam caminhar juntas: a jurídica e a social. Tenho certeza que o Ceará sairá viotorioso nesse processo, que, sinceramente, não há fundamentos”, enfatizou.

Deputado fala em ação 'quase impossível'

O parlamentar acrescentou ainda que, se o Piauí viesse a conseguir essa ação “quase impossível”, há a possibilidade de que seja solicitado um plebiscito. Nesse sentido, ele foi categórico ao cravar que o Piauí acabaria perdendo a ação através da decisão do povo.

Disputa entre o Piauí e o Ceará esquenta (Foto: ALECE)Na mesma linha, o deputado Audic Mota (MDB) contou que esse debate refere-se ao período do Império e reforçou que nos dias atuais a sociedade não vive juridicamente através do comando de leis imperiais.

Para uma análise jurídica, democrática e republicana, chega a ser quase impossível haver um debate de litígio como esse nos dias atuais. Nós passamos por uma colônia, império e república, mas o que nos rege hoje é a Constituição Federal de 1988, que teve um poder constituinte e originário de uma Carta Magna Constituicional. Só por isso, essa ação já seria infundada juridicamente”, destacou o parlamentar.

Por sua vez, a vereadora de Poranga Reijane Pinho pontuou que, além da cultura e identidade com o povo cearense, com a mudança se perderiam os valores que já estão enraizados desde o início da criação do município.

A parlamentar foi a proponente da audiência no município. “Em 2004, a população estimada de Poranganga era de 12.086 habitantes. Você já imaginou essas pessoas que sempre foram cearenses passarem, do dia para a noite, a serem piauienses? Eu não. Nem a nossa população. Somos cearenses e não abrimos mão das nossas terras”, complementou.

O indígena José Odila Tabajara, da comunidade Tabajara Calabaça, revelou que a terra em questão é do Ceará e jamais será tomada pelo Piauí. “Atualmente os povos indígenas estão sendo retirados de suas terras de formas brutas e covardes. Essa ação do Piauí reafirma, mais uma vez, o quanto não há o respeito pela nossa comunidade. Digo e reafirmo, sou cearense e morrerei assim”, enfatizou.



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