Dilma diz que Ministro Levy 'fica' e nega acordo com Eduardo Cunha

Ela descartou saída de Joaquim Levy

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A presidente negou que o governo tenha feito um acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, para evitar um impeachment.

"O acordo do Eduardo Cunha não era com o governo, mas com a oposição, que era público e notório", afirmou.

Dilma diz que Levy 'fica' e nega acordo com Eduardo Cunha

BBC BRASIL.com 18 OUT2015 14h11 atualizado às 16h03

A presidente Dilma Rousseff confirmou neste domingo a permanência de Joaquim Levy à frente do Ministério da Fazenda e disse lamentar que o escândalo envolvendo as supostas contas secretas mantidas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, na Suíça tenha como protagonista "um brasileiro".

As declarações foram dadas a jornalistas no hotel onde a presidente está hospedada, em Estocolmo, na Suécia. Dilma está em viagem oficial pelo país e pela Finlândia durante quatro dias. Ela retorna ao Brasil na noite da próxima terça-feira.

Sobre Levy, Dilma desmentiu informação divulgada pela revista Veja na última sexta-feira de que o titular da Fazenda teria lhe apresentado seu pedido de demissão do cargo. Os dois se reuniram na sexta-feira passada no final da tarde depois que o ex-presidente Lula pediu publicamente a demissão de Levy.

"O ministro Levy fica", acrescentou. "Ele não está saindo do governo".

"A partir de agora, não vou mais responder sobre o ministro Levy. Se ele fica, é porque nós concordamos com ela (política econômica)".

Questionada sobre a declaração do presidente do PT, Rui Falcão, que também defendeu o afastamento de Levy se ele não muder em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo deste domingo, Dilma afirmou que "o presidente do PT pode ter a opinião que quiser".

"Não é a opinião do governo. A gente respeita a opinião do presidente do PT, porque ele é o presidente do partido que integra a base aliada, mas isso não significa que é a opinião do governo", disse.

"Vivemos uma democracia. Não podemos querer que todas as pessoas pensem igual. A pessoa tem direito de externar que não concorda com a posição".

"No passado, quando a gente divergia, a gente ia para a cadeia. Hoje, é absolutamente normal que as pessoas têm opiniões divergentes."

Dilma criticou especulações de que Levy teria demonstrado insatisfação sobre a pressão que vem recebendo de integrantes do PT, entre eles do ex-presidente Lula.

Sobre Lula, a presidente disse que o petista nunca lhe cobrou a demissão de Levy.

"Ele nunca me pediu nada. Quando o presidente Lula quer uma coisa que diz respeito a posições dele, ele não tem o menor constrangimento de falar comigo".

Segundo Dilma, o maior do problema do Brasil é "estabilizar a economia, fazer com que o país volte a crescer".

"A crise política é um componente da (crise) econômica. Criando esse clima de unidade, de cooperação, o Brasil sairá dessa crise o mais rápido possível". "As duas (crises ecoômica e política) estão relacionadas".

A presidente Dilma Rousseff afirmou neste domingo (18) que a CPMF é "crucial para o país voltar a crescer", em defesa da aprovação, até o final do ano, do tributo cobrado sobre transações financeiras. Em entrevista à imprensa na Suécia, ela citou a medida como a primeira necessária para reequilibrar as contas públicas do país para trazer estabilidade para 2016.

"O Brasil precisa de aprovar a CPMF para que a gente tenha um ano de 2016 estável, do ponto de vista do reequilíbrio de nossas finanças", afirmou a presidente. "Nós acreditamos que a CPMF é crucial para o país voltar a crescer", completou depois.

"Estabilizar as contas públicas para quê? Para que o país volte a crescer, para que se perceba que o Brasil tem uma solidez fiscal que vai permitir que nós… Sem a CPMF isso é muito difícil, não vou dizer assim é ‘impossível’. Vou te dizer o seguinte: está no grau de dificuldade máximo. A CPMF é crucial para o país".

Na entrevista, a presidente também descartou demitir o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "O ministro Levy fica", disse a presidente.

Ela comentou entrevista em que o presidente do PT, Rui Falcão, defendeu mudança na política econômica ou a eventual substituição de Levy, caso ele não siga a orientação de Dilma na área.

Dilma negou que uma eventual saída dele do cargo tenha sido discutida. "Não tocou-se nesse assunto. Não tinha nenhuma insatisfação dele, até porque essa entrevista [de Rui Falcão] não tinha ocorrido", afirmou.

"Eu acho que o presidente do PT pode ter a opinião que ele quiser. Não é a opinião do governo. Então, a gente respeita a opinião do presidente do PT, até porque ele é o presidente do partido que integra a base aliada, do partido mais importante, mas isso não significa que ela seja a opinião do governo", disse também a presidente.

Dilma afirmou que um dos fatores que levaram ao atual momento de "dificuldade" na economia foi a "desoneração para além do que era desejável", em referência à diminuição de tributos para setores da economia em seu primeiro mandato. Ela disse que "ninguém contava" com a desaceleração da China "nessa proporção" e que não havia como prever a diminuição no preço das commodities.



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