“Não vai ter orçamento secreto com Lula presidente”, diz Wellington Dias

De bom humor, Wellington Dias disse que “pode vir quente que eu estou fervendo de vontade de trabalhar no Senado pelo Brasil”

Wellington Dias disse que não vai ter orçamento secreto no governo Lula | Raíssa Morais
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O senador eleitor pelo Piauí, Wellington Dias (PT), foi sabatinado no quadro Jogo do Poder do Jornal Agora. Ele teceu profundas críticas ao atual modelo de gestão econômica do Governo Federal e pontuou os avanços econômicos propostos pelo ex-presidente Lula, que lidera as intenções de votos em todas as últimas pesquisas divulgadas. 

Em um dos momentos mais acalorados da entrevista, Dias condenou o orçamento secreto e o decreto que torna o cartão corportativo do presidente Jair Bolsonaro (PL) sob sigilo durante 100 anos. 

"Não vai ter orçamento secreto com Lula presidente", diz Wellington Dias - Foto: Raíssa Morais

"Não vai ter orçamento secreto com Lula presidente. Nem decreto de um século [para cartão corporativo]. Uma excrescência. O cúmulo do autoritarismo. Nem nas piores ditaduras se fez isso. É dinheiro do povo”, declarou o senador eleitor.

Expectativas para o segundo turno

Wellington Dias (PT) mostrou confiança na eleição de Lula e confessa que acreditava na vitória ainda em primeiro turno. 

“Mais uma vez o Piauí teve uma das maiores votações do Brasil. Fica o agradecimento pelo empenho de cada liderança de cada município. Foi uma frente ampla que foi além da tradição aliança que fazemos. O compromisso é de trabalhar muito. Parece algo arrogante, mas é avaliação que eh Raíssa com base em que eh via durante as eleições. Uma bancada próxima também na Assembleia Legislativa (Alepi). E agora trabalhando no segundo turno para a vitória. Por pouco não ganhamos no primeiro turno. Eu tinha bastante animação para isso com uma ligeira mudança de votos indecisos, mas isso foi definidor", revela.

"Não vai ter orçamento secreto com Lula presidente", diz Wellington Dias - Foto: Raíssa Morais

O ex-governador explica que é preciso combater a abstenção.

"Chamo atenção que muitos eleitores e eleitoras em que 62% dos que não foram votar, votariam em Lula. Um contingente grande. Nesta eleição, muito cuidado, embora estejamos na frente, nas pesquisas, com uma margem de condição de vitória, o eleitor precisa comparecer”, acrescentou.

"Pode vir quente que eu estou fervendo de vontade de trabalhar"

De bom humor, Wellington Dias disse que "pode vir quente que eu estou fervendo de vontade de trabalhar no Senado pelo Brasil". Ele defendeu que vai priorizar pautas essenciais. 

"Pautas na educação, emprego, segurança. Levo a experiência do Fórum dos Governadores e do Consórcio Nordeste. Vamos levar como caminho o que é melhor para o Piauí e para o Brasil. Um modelo de parcerias públicas-privadas e uma educação que possa descentralizar", disse.

População endividada

Wellington Dias defendeu a geração de emprego e renda, além da distribuição das riquezas para que a economia passa girar. 

"Não é possível fazer a aeronomia acelerar com tanta gente de fora dela. 80% das famílias endividadas, estamos falando de mais de 80% da população brasileiro que não pode fazer uma compra porque ficou inadimplente. É um problema individual, da família, mas também do país. Nossa proposta é criar um fundo garantidor, no modelo que criamos no Piauí.  No país será mais robusto. Podemos também fazer descontos nos precatórios, com coordenação no judiciário", revela.

O senador eleito defende a crianção de um cadastro de endividados e trabalhar para reduzir o tamanho das dívidas. 

"Assim reduz o tamanho da dívida da pessoa. Queremos entrar com o BNDS, com os bancos, para trazer aos autônomos, os microempreendedores. É como comprar dívida. Paga em um prazo maior é praticamente sem juros. A união participa dessa regra de confiança para dar mais linha de crédito. Ao mesmo tempo tira de uma situação negativa do SPC, como diz mos no tradicional. As pessoas passam a ter vida econômica, isso para gerar emprego e renda", define.

O senador eleito explica que é necessário um plano econômico bem planejado e que não endivide os brasileiros. 

"Fazendo campanha eu vi duas filas: uma para pegar o auxílio e outra para fazer o consignado do auxílio. O fato é que essas pessoas vão ter problema. Ela está recebendo porque não tem o que comer, mas vai continuar recebendo menos. O juros é alto, com 3,5%. Como ajudar o mais pobre metendo a faca nele? Isso pode ser bom para o banco. Precisa de uma política econômica casada com o social", analisa.

"Não vai ter orçamento secreto com Lula presidente", diz Wellington Dias - Foto: Raíssa Morais

Para Dias, é preciso criar estratégias para empoderar a população economicamente. 

"Tem que dar o peixe porque a pessoa está passando fome, mas também é importante ensinar a pescar. É essa a parábola. É preciso sair da transferência da renda para ter renda fruto de um negócio. Hoje ele paga por indivíduo. Às vezes tem três adultos recebendo R$1.800 e na casa ao lado tem três bocas para comer e só um recebe, o adulto. Aqui não é um Posto Ipiranga que dá ilusão e depois corta do aposentado e do imposto de renda, como o país cresce sem aumentar a renda? Eles estão fazendo a renda cair, caindo o consumo. Como estimular a indústria e o comércio? O ganho real é o que eles querem reduzir. O salário mínimo cresceu negativo depois de três décadas. Menos 4% em relação a própria inflação e o povo tá sentindo isso. Medicamento também está mais caro", considera.

Polarização: humanos e desumanos

Wellington Dias explica que as teorias políticas estão sendo substituídas por dois lados polarizados: os humanos e os desumanos. Ele aproveitou para alfinetar o atual ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, que "mudou para o lado bolsonarista".

“O senador Ciro mudou muito. E não foi só de lado. Ele incorporou o jeito de ser bolsonarista de uma forma muito forte. Quando olho ao senado, sei que Marcelo está pensando no Brasil que estou falando. Eu estarei com ele destinado ao Piauí. Assim como ele, temos uns 50 no Senado em favor da democracia. Ele, Ciro, assume o outro campo. Pela postura dele, eu compreendo que ele se manterá bolsonarista. É como se ultrapassar o rubicão. Antes tinham várias ideologias… centro, esquerda, direita. Mas hoje a humanidade se divide em dois campos: o mais humano e o mais desumano. Quando alguém corta verba do hospital do câncer no Piauí, temos desumanos. Quando corta dinheiro da educação, da saúde, da habitação. É desumano. Quem libera arma e bala. Não se apaga fogo com querosene. Mas o desumano acredita nisso e o resto que se dane”, declarou.

Lembrando o período da Ditadura Militar, Wellington Dias disse que é preciso "governar para todos".

"Não posso negar que o Brasil já viveu um período intenso e ruim lá atrás. Até o começo dos anos 80 ainda era ditadura militar. Qual a diferença da democracia? Na democracia tem uma regra para todos. Quando tem uma ditadura você faz tudo para favorecer o grupo dominante. Isso é ruim para a ampla maioria sempre. Por isso o Lula chamou Brasil para todos. Antes se resolvia muita coisa na bala. A gente superou isso. A Constituição Federal mudou isso. Hoje não podemos dar passo para trás e é isso que se trata", aponta.

O ex-governador conta que "vai levar alguns anos para sarar essas feridas" à democracia.

"Eu concorria com o Firmino e muita gente votava nele e votava em mim. E tudo bem. Opiniões distintas. Agora é como se fosse um negócio. O patrão promete dinheiro, churrasco, não sei quantos bois. Tratam da decisão de um país como se fosse algo qualquer e somos um dos mais importantes do planeta. O mundo está de olho na gente”, revela.

Sobre a chamada violência política, Wellington lembra que as eleições terminam no domingo (30).

“Um pai e um filho, um que vota no Lula e outro no Bolsonaro. A medida que um xinga e cria desavença, chama logo de ladrão. A eleição termina domingo. O governo é para todas as pessoas. O pensamento autoritário de que chegar no poder vai colocar mais três ministros. O supremo é para o povo ou para você? O Roberto Jefferson é um jeito bolsonarista de ser que traz a pessoas momentos ruins. 50 tiros de fuzil, três granadas. Essa pessoa estava em prisão domiciliar e como tem esse tanto de munição? É um negócio grave. Perderam o controle com o que aconteceu nessa área de armamento. Banalizou revólver e fuzil”, disse.

Rede para os idosos

Comentando que Lula vai ser o presidente dos diferentes, citando Fernando Henrique Cardoso e Joaquim Barbosa, que declararam voto ao ex-presidente, Wellington Dias disse que vai trabalhar pelos idosos.

"Eu sou aposentado. A gente tem uma ideia deformada da aposentadoria. Em vida, faço uma poupança com contribuição minha e do patrão. Dessa poupança tenho que viver do rendimento dela. No passado, era só indigente. Os filhos expulsando os velhos de casa. Era terrível. Eu quero trabalhar para criar a rede Brasil de políticas para os idosos. Quero ser o senador dos idosos. Criamos uma rede para crianças e mulheres, estamos devendo aos idosos”

Abstenção

O senador eleito pediu que o povo vá às urnas.

“O apelo que eu faço é que, independente do pensamento que cada um tenha, que chegamos ao dia 30 com respeito. Precisamos compreender que é uma eleição com dois lados distintos. É preciso muita capacidade de diálogo. A democracia é tão maior quanto mais o povo a exerce. Todo poder emana no povos. É na urna. O importante é comparecer e votar”, finalizou.



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