Ex-juiz Sergio Moro vai assinar filiação com o Podemos em novembro

O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, comunicou sua decisão de retornar ao Brasil e disputar as eleições em 2022 à hierarquia da empresa onde trabalha, nos Estados Unidos

Ex-juiz Sérgio Moro | Getty Images/AFP
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O ex-juiz Sergio Moro deve se filiar ao Podemos para disputar as eleições de 2022. A filiação deve ocorrer em novembro, quando ele retorna ao Brasil. Segundo a publicação da Gazeta do Povo, "Interlocutores de Moro e parlamentares da legenda assumem que as conversas avançaram ao longo das últimas semanas e o que até então era uma sinalização do ex-ministro da Justiça em se filiar evoluiu para um compromisso em disputar as eleições de 2022".

O Podemos trabalha para que a filiação ocorra em uma quarta-feira, preferencialmente no dia 10. Moro disse aos mais próximos que se filiará entre 10 e 21 de novembro. "A ideia é ser numa quarta-feira porque todos os deputados e senadores estarão em Brasília", explica um senador do partido ouvido pela Gazeta do Povo.

Alguns no Podemos dizem que se, por acaso, ele perceber que a perspectiva de furar a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) for difícil, ele poderá vir a concorrer como governador ou senador pelo Paraná. Contudo, a possibilidade de Moro não concorrer à Presidência é remota, uma vez que ele está convencido de que pode conseguir romper a polarização. Um dos motivos que o persuadiu a disputar o cargo é o resultado de uma pesquisa eleitoral interna do Podemos que o coloca na terceira colocação, com 10% das intenções de voto, segundo afirmam um senador e um deputado do partido.

Sergio Moro  deve se filiar ao Podemos para disputar as eleições de 2022 | FOTO: Getty Images/AFP

Apoio de empresários

É improvável que Moro não se filie ao Podemos, admitem interlocutores do ex-juiz. "Como o Sergio é um cara de palavra, é difícil ele dar para trás nessa decisão", sustenta um empresário aliado. Um grupo de empresários do Paraná que trabalha por sua pré-candidatura e o auxilia na montagem de sua agenda eleitoral afirma, contudo, que sondagens não faltam.

Empresários desse grupo dizem ter recebido por Moro sondagens do Novo, do União Brasil — o partido que nasce da fusão entre o DEM e o PSL — e até do Republicanos, um partido aliado de Bolsonaro. "São convites que vieram das cúpulas desses partidos, não de diretórios [estaduais]. Os caciques estão querendo conversar com ele", afirma um interlocutor do ex-juiz.

As sondagens chegaram ao conhecimento de Moro e do Podemos, que evoluíram as conversas. "Há 16 dias, ele esteve em Curitiba e jantou na casa do [senador] Alvaro [Dias (Podemos-PR)]. A Renata Abreu [deputada federal e presidente do partido] se deslocou de São Paulo para lá. Nesse jantar, ele se comprometeu com os dois em assinar a ficha com o Podemos em novembro", afirma um senador.

O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) não confirma que a filiação de Moro esteja apalavrada, mas demonstra a expectativa de que isso ocorra. "A situação vai bem. A minha esperança de que o Moro se filie ao Podemos em 9 ou 10 [de novembro] é muito grande. Existem conversas nesse sentido, não está batido o martelo, mas tem grandes chances que ocorra", sustenta.

Retorno ao Brasil

O atual vínculo empregatício de Moro é um dos motivos pelos quais ele não pôde assinar sua filiação na recente passagem pelo Brasil. Moro mora atualmente nos Estados Unidos, onde presta serviços de consultoria em compliance para a empresa de consultoria Alvarez & Marsal.

O ex-ministro da Justiça comunicou sua decisão de retornar ao Brasil e disputar as eleições em 2022 à hierarquia da empresa e, portanto, pediu amigavelmente para romper seu contrato. A possibilidade para que isso ocorra se dará apenas a partir de 31 de outubro. Por isso, até lá, Moro permanece em Washington.

"A pequena dúvida que temos com relação ao dia da filiação [de Moro] se dá a essa questão", explica um senador do Podemos. "Depende da vinda dele em definitivo dos Estados Unidos, onde ele voltou para encerrar seu contrato com a empresa de compliance onde ele aplicou [aos clientes] regras de conformidade e transparência", complementa.

Uma vez filiado, o partido trabalhará para anunciar a pré-candidatura de Moro à Presidência. "Isso vai ter que ser decidido na convenção do partido e ele tem que querer. Mas você pode observar que, pelas andanças dele — ele esteve falando com [João] Doria [governador de São Paulo (PSDB), [Luiz Henrique] Mandetta [ex-ministro da Saúde e filiado ao DEM] —, ele está claramente interessado", analisa o senador Oriovisto Guimarães.

Discurso de união

Os interlocutores dizem, ainda, que Moro busca um partido coeso e alinhado a seus princípios. Ele deseja, por exemplo, um partido que combata a corrupção de forma intransigente e que esteja atento aos principais anseios da sociedade. No Senado, o ex-juiz identifica maior coesão às pautas votadas, diferentemente da Câmara.

Aliados de Moro no Podemos na Câmara analisam que, para vencer as eleições em 2022, ele não pode correr o risco de provocar uma desunião e que o partido precisa ser visto como um partido de todos os brasileiros moderados e de centro. "O Podemos não pode ser o partido de promotores e procuradores. É o partido que atende da empresa doméstica, do microempresário e do pequeno produtor rural ao grande empresário", alerta um deputado federal da legenda.

Já parlamentares do Podemos esperam de Moro um candidato à Presidência da República com um discurso agregador, que propague a união do Brasil. "Precisamos de alguém que comande o país sem revanchismos, como é o Bolsonaro. É hora de conciliar", sustenta um deputado federal do partido.

Com informações de Gazeta do Povo



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES