Lava-Jato: Depoimento de Eike levou à prisão de Guido Mantega

Ex-ministro da Fazenda foi preso dentro de um hospital

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A força-tarefa da Operação Lava Jato citou um depoimento espontâneo feito pelo empresário Eike Batista como fator decisivo na implicação do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega (PT) em desvios na Petrobras.

O petista foi preso, na manhã desta quinta-feira (22), no âmbio da 34ª fase da Operação Lava Jato.

Segundo o procurador Carlos Fernando Lima, Eike declarou que Mantega fez um pedido ao empresário para o pagamento de R$ 5 milhões para quitar dívidas de campanha em uma reunião em dezembro de 2012, após o período eleitoral.

"Houve um contrato entre Monica Moura [mulher do ex-marqueteiro do PT João Santana] e a empresa estrangeira de Eike para justificar esse pagamento", disse Lima. Segundo a força-tarefa, o contrato foi operacionalizado por Monica.

Segundo as investigações, Mantega atuou diretamente junto a Eike, então dono da empresa OSX que havia sido contratada pela Petrobras, para negociar o repasse de propina.

Questionado sobre se não havia a necessidade de prisão de Eike, Lima afirmou que, como o empresário se apresentou de forma espontânea e apresentou documentos que comprovavam o que ele alegava, não era o caso.

Lima, porém, disse que Eike não é um colaborador da Operação Lava Jato e que tinha total conhecimento de que o pagamento de propina foi feito. Ainda segundo Lima, Eike será investigado.

Para realizar o pagamento, segundo as investigações, Eike disse que firmou um contrato falso com uma agência de publicidade de Santana para lavar o dinheiro. "Após uma primeira tentativa frustrada de repasse em dezembro de 2012, em 19 de abril de 2013, foi realizada transferência de US$ 2,35 milhões, no exterior, entre contas de Eike Batista e dos publicitários", afirma o Ministério Público Federal do Paraná.

BLOQUEIO DE CONTAS

O juiz Sergio Moro determinou o bloqueio de contas e investimentos do ex-ministro Guido Mantega e de outros sete investigados na operação Arquivo X, da 34ª fase da Lava Jato.

O bloqueio atinge valores depositados até o montante de R$ 10 milhões, mas exclui os ganhos com salário.

"Não importa se tais valores, nas contas bancárias, foram misturados com valores de procedência lícita. O sequestro e confisco podem atingir tais ativos até o montante dos ganhos ilícitos. Considerando os valores da propina paga, resolvo decretar o bloqueio das contas dos investigados até o montante de dez milhões de reais", escreve o juiz federal, em decisão de agosto, quando autorizou as prisões e os mandados de busca e apreensão da operação.



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