Líder do PSC diz que Feliciano cogita deixar presidência de comissão

André Moura pediu a ele para que “refletisse”. Assessoria nega renúncia. Escolha de deputado para Comissão de Direitos Humanos motiva protestos

Manifestantes protestam durante reunião desta quarta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara | Fabiano Costa / G1
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O líder do PSC na Câmara, deputado André Moura (SE), afirmou que o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) analisa a possibilidade de renunciar à presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. A assessoria de Feliciano negou que ele cogite deixar o cargo na comissão.

Feliciano é pressionado para renunciar por movimentos sociais e por parlamentares. O deputado é alvo de protestos pelo país em razão de declarações consideradas homofóbicas e racistas, o que ele nega. Feliciano responde a dois processos no Supremo Tribunal Federal, por homofobia e estelionato. Nesta quarta, manifestantes fizeram novo protesto na Câmara.

André Moura se reuniu na noite desta segunda (19) com Feliciano para discutir os questionamentos sobre a permanência do pastor no comando da comissão, voltada à defesa das minorias.

?Não cabe mais a mim, enquanto líder, destituir o pastor Marco Feliciano. Regimentalmente, só cabe a ele tomar essa decisão. Essa possibilidade de renúncia é uma questão que ele está analisando?, disse o líder do PSC.

Além das cobranças internas, Feliciano também passou a ser aconselhado por parlamentares de outras legendas a abrir mão do cargo na comissão. Nesta segunda, deputados que estavam reunidos na cafeteria do plenário da Câmara indagaram ao pastor se ele estaria disposto a enfrentar a oposição contra ele ao longo dos dois anos de seu mandato no colegiado das minorias.

De acordo com André Moura, na semana passada, o partido solicitou que ele avaliasse a decisão de deixar a presidência da comissão.

?A gente pediu que ele refletisse. E a posição tem se mantido a mesma, de não renunciar. Mas o pedido já tinha sido feito, por mim, enquanto líder, para que ele pudesse refletir, que levasse em consideração todas as manifestações. Não só as favoráveis, que são doce para nossos ouvidos, mas também e principalmente as desfavoráveis?, contou.

Nesta segunda, a bancada do PSC na Câmara cobrou Feliciano devido à divulgação de um vídeo com ataques a opositores políticos e lideranças do movimento pelo fim da homofobia.

Em uma hora e meia de conversa, a portas fechadas, os deputados do PSC criticaram a iniciativa de disseminar o vídeo e advertiram que poderão ter de tomar "providências" caso ele "extrapole" as questões partidárias.

Integrante da bancada do PSC, o deputado Hugo Leal (RJ) relatou que o líder do partido avisou Feliciano de que, se episódios como o do vídeo se repetissem, ele teria de tomar "providências". Leal criticou a exposição do presidente do colegiado de direitos humanos na mídia.

"Essas repercussões não interessam para o conjunto do partido. Podem até ser interessantes para ele [Feliciano], para o público que ele fala, para seus fiéis, para quem ele vende CD. Ele é um artista, mas não dá para misturar as duas coisas", criticou Leal.

Na manhã desta terça (20), Feliciano publicou em sua conta pessoal no microblog Twitter que iria pedir a Deus ?sabedoria? para presidir mais uma sessão da comissão. O colegiado se reúne nesta tarde para realizar uma audiência pública. ?Vou me recolher agora em um período de oração e pedir a Deus sabedoria para presidir mais uma sessão da Comissão de Direitos Humanos?, escreveu Feliciano na rede social.



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