Mensagens mostram que Cid mandou pagar despesas de Michelle em dinheiro

Assessoras da então primeira-dama pediam dinheiro e enviavam comprovantes de pagamento em grupo com ajudante de ordens de Bolsonaro.

Cid manda pagar despesas de Michelle Bolsonaro em dinheiro | Reprodução
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Mensagens que foram obtidas pela Polícia Federal mostram o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, fazendo orientações no sentido das despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e de parentes fossem pagas em dinheiro vivo.

As trocas de mensagens mostram ainda Mauro Cid indicando às suas assessoras que os valores deveriam serdepositados em uma conta bancária de Michelle. As informações foram obtidas e reveladas em reportagem do site "UOL" e confirmadas pela TV Globo nesta segunda-feira (15).

A comunicação entre os funcionários da Ajudância de Ordens da Presidência da República – que atendia Jair Bolsonaro e Michelle – mostra que os pagamentos dessas despesas eram feitos sempre da mesma forma: em dinheiro vivo e de forma fracionada.

Segundo a Polícia Federal, essa prática dificulta a identificação de quem enviou o dinheiro. No relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PF diz ver indícios de desvio de dinheiro público, em valor ainda a ser apurado. Em 2022, o ministro Alexandre de Moraes autorizou a quebra do sigilo fiscal e telemático de sete pessoas para verificar possíveis irregularidades nessas transações.

A investigação teve início em 2021 após a revelação de mensagens sigilosas de Mauro Cid. O tenente-coronel está sendo investigado no inquérito relacionado ao vazamento de informações confidenciais de uma investigação em andamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com a intenção de atacar o sistema eleitoral.

No início deste mês, Mauro Cid Barbosa foi preso sob suspeita de falsificar comprovantes de vacinação não só para si mesmo, mas também para seus familiares, Jair Bolsonaro e a filha do ex-presidente. Essa investigação foi impulsionada pela quebra de sigilo das mensagens do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

As conversas obtidas pela Polícia Federal revelaram recibos de depósitos financeiros enviados pelos ajudantes de ordens da Presidência em um grupo de aplicativo de mensagens. Nesse grupo, os funcionários responsáveis por atender Bolsonaro e Michelle solicitavam o pagamento de despesas da então primeira-dama e de seus parentes, enviando posteriormente os comprovantes de pagamento.

Em uma dessas mensagens, a assessora Giselle da Silva pediu a Mauro Cid que realizasse pagamentos mensais a Rosimary Cardoso Cordeiro, uma amiga de Michelle Bolsonaro. A Polícia Federal identificou seis depósitos desse tipo para Rosimary, totalizando R$ 10.133,06, entre fevereiro e maio de 2021.

Além disso, a PF encontrou seis comprovantes de depósitos feitos por Mauro Cid diretamente para Michelle, no valor total de R$ 8.600, e mais seis depósitos no valor de R$ 8.520 para Maria Helena Braga, que é casada com um tio de Michelle.

Uma das trocas de mensagens entre os ajudantes de ordens da Presidência incluía o boleto de uma despesa médica da tia da ex-primeira-dama no valor de R$ 950,27. A PF destaca que esse documento gerou um alerta de Mauro Cid no grupo. De acordo com a Polícia Federal, essas transações descritas e solicitadas no grupo de mensagens indicam desvio de dinheiro público para atender despesas da Presidência da República.

A PF está investigando a origem dos recursos utilizados pelos ajudantes de ordens da Presidência para efetuar esses depósitos e pagamentos. Em 2022, Alexandre de Moraes autorizou novas quebras de sigilo, afirmando em sua decisão que existem "fortes indícios" de desvio de dinheiro público proveniente da presidência.




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