Ministra: incitar ódio é ilegal e cobra solução para Feliciano

Maria do Rosário chamou de “lamentáveis” falas que “incitam preconceito”. Para ela, estímulo à intolerância deve ser “pensado com responsabilidade”

Ministra Maria do Rosário participou de evento sobre o Holocausto no Senado nesta segunda- feira (8) | Amanda Lima/G1
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A ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, afirmou nesta segunda-feira (8), ao participar do lançamento de exposição no Congresso Nacional sobre o Holocausto, que a Câmara dos Deputados deve encontrar uma solução para o caso do deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa. A ministra disse que incitar violência e ódio é uma atitude "ilegal".

?A Câmara certamente encontrará uma solução ou o próprio Ministério Publico, porque incitar a violência e o ódio no Brasil é uma atitude ilegal, é uma atitude inconstitucional, e as autoridades também estão sujeitas às responsabilidades da lei?, disse Maria do Rosário.

Marco Feliciano passou a ser alvo de manifestações e protestos em várias partes do país depois de ter sido eleito, em março, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Os protestos são motivados por declarações do parlamentar sobre os homossexuais e os africanos. O deputado nega que seja homofóbico ou racista.

Denunciado em inquérito pela Procuradoria-Geral da República, sob a acusação de discriminação, o parlamentar, que é pastor, afirmou em sua defesa por escrito ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a Bíblia e a história mostram que os africanos foram alvos de uma "maldição" de Noé devido ao "primeiro caso de homossexualismo da humanidade".

A ministra classificou como lamentáveis as declarações de Feliciano que, segundo ela, incitam o ódio. ?É lamentável que a cada dia nos deparemos com mais um pronunciamento, mais uma intervenção que incita o ódio, a intolerância, o preconceito. Já ultrapassa as barreiras de uma comissão da Câmara dos Deputados, diz respeito a todos nós como brasileiros e brasileiras?, afirmou.

Maria do Rosário também afirmou que o governo procura não fazer qualquer tipo de intervenção, mas que as declarações de Feliciano precisam ser pensadas com responsabilidade.

?Sem dúvidas, as declarações que motivam a intolerância devem ser pensadas com muita responsabilidade pública por todas as autoridades publicas e por todo o país, porque o Brasil conquistou a convivência entre os diferentes como grande aspecto da democracia brasileira e dos direitos humanos?, afirmou.

Manifestação

Na manhã desta segunda, manifestantes contrários à permanência de Feliciano na comissão bateram boca no Salão Verde da Câmara dos Deputados com representantes da Igreja Assembleia de Deus que participavam de solenidade no plenário da Casa em homenagem à igreja. Os manifestantes seguravam cartazes em defesa do estado laico.

?A gente não está aqui contra a religião, eu sou cristão. A gente está aqui, inclusive, representando os evangélicos, os 274 pastores evangélicos que estão se manifestando contra o Marco Feliciano?, disse o estudante Luis Eduardo Sarmiento. A declaração gerou manifestação de pastores que estavam no local, que gritaram não estar sendo representados pelo grupo.

O professor de teologia Delmisson Ferreira Filho participou da homenagem na Câmara à Assembleia de Deus e defendeu o trabalho da igreja.

?No campo social e religioso, deve haver oportunidade de expressar e fazer homenagem àqueles que têm contribuído durante toda a história do Brasil para que a nossa sociedade seja melhor. Quantos drogados e pessoas que estavam à margem da sociedade foram recuperados pelo trabalho de pastores abnegados, evangelistas, missionários, tanto quanto o trabalho que a igreja católica faz no Brasil??, declarou o professor.



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