PF aponta coronel como responsável pela inércia da PMDF no 08 de janeiro

Segundo a investigação, Paulo José sabia sobre a possível invasão golpista

Coronel Bezerra não acionou a PM para conter a invasão | Sergio Lima/AFP
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A Polícia Federal (PF), pela primeira vez, identificou um responsável pela ausência de planejamento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) diante dos atos antidemocráticos do 08 de janeiro. A falta de ação de profissionais e de um plano eficiente sucedeu na invasão e depredação das sedes dos três poderes, atentado esse que é enquadrado como tentativa de golpe de Estado.

Um documento exclusivo indica que a competência para a elaboração do plano para o impedimento da entrega dos manifestantes radicais estava sob cargo do coronel Paulo José Ferreiro de Sousa Bezerra. Ele quem exercia a função de chefe interino do Departamento de Operação (DOP) da PMDF, como substituto do coronel Jorge Eduardo Naime, estando este de folga no dia do ocorrido.

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Por meio da análise dos documentos capturados na casa e no carro de Paulo José, a PF constatou que faltou um planejamento operacional para impedir os ataques de 08 de janeiro aos prédios do Congresso, Planalto e Corte. “É verossímil acreditar que Paulo José agiu de forma omissa, frente aos crimes praticados no dia do evento, ao não elaborar o planejamento operacional do policiamento ostensivo do Distrito Federal”, afirmou a PF.

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De acordo com o entendimento da corporação, o acionamento das equipes de policiamento era efetuado via grupo de Whatsapp nomeado “DOC/CPR’s”, o qual não apresentou, ao longo das mensagens, o comando de ordem do coronel para a atuação contra os manifestantes que marchavam em direção à Esplanada dos Ministérios. “Neste mesmo grupo, o coronel Paulo José fez o acionamento das equipes de sobreaviso para que comparecesse à Esplanada dos Ministérios, 2 horas após o início das manifestações”, explicou a PF.

Os agentes averiguaram que, conforme o relatório transcrito pela própria PMDF, houve um intervalo de aproximadamente duas horas entre a invasão e o acionamento das tropas de reforço para conter o vandalismo dos radicais.

Foi a partir de mensagens do Whatsapp que a PF constatou o conhecimento do coronel Bezerra acerca dos riscos das manifestações.“Em algumas dessas mensagens foi informado que os radicais estariam com alta animosidade e falando sobre ‘morte e tomada de poder’.Vale mencionar também que existia o Relatório de Inteligência nº 6, de 6 de janeiro de 2023, que dava conhecimento sobre os possíveis riscos das manifestações”, afirma a conclusão da PF a partir do material apreendido com o coronel Bezerra.

O documento foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na esfera do inquérito que examina a responsabilidade de autoridades diante da depredação dos prédios dos Três Poderes.



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