PF encontra cofre lotado de dinheiro em operação contra aliados de Lira

A investigação visa desmantelar um grupo envolvido em fraudes em licitações e lavagem de dinheiro, através da aquisição de equipamentos de robótica em municípios de Alagoas.

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Nesta quinta-feira (1º), durante a operação Hefesto, agentes da Polícia Federal descobriram um cofre repleto de dinheiro em espécie no domicílio de um dos suspeitos em Brasília. A investigação visa desmantelar um grupo envolvido em fraudes em licitações e lavagem de dinheiro, através da aquisição de equipamentos de robótica em municípios de Alagoas.

Durante o cumprimento dos mandados de prisão temporária no Distrito Federal e em três estados, a Polícia Federal identificou a suposta movimentação de R$ 8 milhões decorrente das fraudes. Enquanto os agentes federais executavam um dos mandados em Brasília, depararam-se com malotes de dinheiro que lotavam três prateleiras do cofre, contendo maços de reais e dólares, conforme registrado pelas imagens.

De acordo com a Polícia Federal, a estimativa inicial indica que essa apreensão no cofre contenha mais de R$ 4 milhões, porém o valor exato ainda será apurado. Além do dinheiro, foram encontrados também medicamentos para disfunção erétil armazenados no cofre.

A operação Hefesto está em curso para investigar possíveis crimes relacionados à compra de kits de robótica para 43 municípios no estado de Alagoas, utilizando recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Esses crimes teriam ocorrido no período entre 2019 e 2022. O objetivo da investigação é apurar irregularidades e fraudes nesse processo de aquisição dos equipamentos educacionais.

A investigação revelou que a licitação envolvida continha restrições ilegais, com o objetivo de direcionar os contratos para uma única empresa. Essas fraudes e superfaturamento resultaram em um prejuízo de R$ 8,1 milhões aos cofres públicos, além de um sobrepreço que pode alcançar até R$ 19,8 milhões em relação às despesas analisadas até o momento.

No total, estão sendo cumpridos 27 mandados de busca e apreensão, sendo 16 em Maceió, 8 em Brasília-DF, 1 em Gravatá-PE, 1 em São Carlos-SP e 1 em Goiânia-GO. Além disso, foram emitidos 2 mandados de prisão temporária em Brasília, todos expedidos pela 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Alagoas.

Além dos mandados, a Justiça determinou o sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados no valor de R$ 8,1 milhões. Também foi ordenada a suspensão de processos licitatórios e contratos entre a empresa investigada e os municípios alagoanos que receberam recursos do FNDE para aquisições de equipamentos de robótica.

A Polícia Federal não divulgou os nomes dos alvos de prisão ou de busca e apreensão relacionados à operação Hefesto. Em abril de 2022, o Tribunal de Contas da União (TCU) já havia ordenado ao governo federal a suspensão dos contratos e repasses de verbas para a compra dos kits de robótica destinados às escolas de Alagoas.

A suspensão dos contratos ocorreu devido a indícios de irregularidades na destinação de R$ 26 milhões pelo Ministério da Educação e pelo FNDE para aquisição dos materiais por parte dos municípios alagoanos. O valor individual dos kits era de R$ 14 mil, levantando suspeitas sobre possíveis desvios e má utilização dos recursos públicos.

Lira se pronuncia

Em uma entrevista concedida ao Estúdio i, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PT-AL), afirmou que não se sente afetado nem pressionado pela operação realizada pela Polícia Federal no dia 1º de junho. Um dos alvos dessa operação foi um ex-assessor do parlamentar. “Eu não vou comer essa corda, vou me ater a receber informações mais precisas, e cada um é responsável pelo seu CPF nesta terra e neste país”, disse Lira.



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