Presidente Ahmadinejad diz que eleição foi “livre e saudável”

O presidente ultraconservador pediu aos adversários que reconheçam a derrota

Protesto contra vitoria de Ahmadinejad | Divulgacão
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O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou neste sábado (13) que a eleição em que ele garantiu outro mandato de quatro anos foi "livre e saudável", rejeitando alegações de irregularidades feitas por seu adversário Mirhossein Mousavi.

"As pessoas votaram pelas minhas políticas", disse o presidente conservador em um discurso na televisão estatal um dia depois da eleição.

"O povo iraniano tinha duas opções: voltar ao passado ou olhar para o futuro, ou seja, continuar o caminho de hoje. Felizmente, o grande povo escolheu o caminho do futuro, da grandeza e do despertar, e isto é uma grande vitória", ressaltou.

O presidente ultraconservador pediu aos adversários que reconheçam a derrota.

Protestos

Milhares de eleitores do candidato reformista Mir Hussein Moussavi se reuniram no centro de Teerã para pedir a anulação das eleições presidenciais desta sexta-feira (12), vencidas pelo atual chefe de Estado iraniano, o conservador Mahmoud Ahmadinejad. O clima na capital ficou tenso, e houve confrontos com eleitores do presidente reeleito, segundo a agência Reuters.

Os manifestantes, que carregavam fotos de Moussavi e bandeiras verdes - a cor da oposição -, resistiam às tentativas da polícia de dispersá-los. "Este não foi meu voto", gritavam os eleitores insatisfeiros com a vitória de Ahmadinejad, que recebeu mais de 60% dos votos, segundo os resultados oficiais.

Uma testemunha relatou ter visto dois homens sendo carregados após brigas. Segundo a Reuters, cerca de 2.000 pessoas sentaram no meio de uma rua gritando palavras de ordem e protestando contra o resultado. A polícia usou cassetetes para dispersar a multidão.

Após a apuração das cédulas, o presidente foi reeleito com 62,63% dos votos, segundo o ministro do Interior, Sadegh Mahsuli. Ahmadinejad recebeu 24.527.516 dos votos, contra pouco mais de 13 milhões (33,75%) do reformista Moussavi, que ficou em segundo lugar. Os outros candidatos não chegaram nem a 2%.

O líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, deu respaldo ao presidente, confirmando sua vitória. em uma mensagem transmitida pela TV local, Khamenei citou os mais de 24 milhões de votos para alegar que o povo iraniano apoia o regime do país. "O escolhido e respeitado presidente é o presidente de toda a nação iraniana, e todos, incluindo os concorrentes de ontem, devem unanimemente apoiá-lo e ajudá-lo", disse, pedindo que os derrotados evitem provocar problemas.

"Vitória cantada"

Após o fechamento das urnas na eleição desta sexta-feira (12), o governo e o principal candidato da oposição "cantaram vitória". Depois de anunciada a reeleição de Ahmadinejad, o reformista Moussavi protestou e pediu que a eleição fosse anulada.

O governo anunciou a vitória de Ahmadinejad por intermédio da agência estatal Irna, 40 mintutos depois de Moussavi ter garantido que havia vencido e denunciado irregularidades na votação.

"Sou o vencedor definitivo da eleição presidencial", disse Moussavi em entrevista em Teerã. Seu partido disse ter conseguido 65% dos votos, o que daria a vitória em primeiro turno.

O ex-primeiro-ministro também denunciou que muitos eleitores não puderam exercer seu direito ao voto porque os colégios fecharam cedo demais.

"Há muita gente que ficou na rua sem poder votar. Ficamos sabendo de centros eleitorais que, apesar da ampliação do horário, foram fechados", afirmou. Moussavi disse que houve outras muitas irregularidades, mas que mesmo assim o povo iraniano votou.

Segundo o governo, o comparecimento às urnas foi de 85% dos 46 milhões de iranianos habilitados para votar.



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