Dilma dá posse aos três novos ministros e defende coalizões

Dois são novos titulares e um deles mudou de pasta

Novos ministros tomam posse | Divulgação
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A presidente Dilma Rousseff deu posse na manhã deste sábado (16) a três ministros: dois são novos titulares e um deles mudou de pasta. Tomaram posse o novo ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT-SC); o novo ministro da Agricultura, Antônio Andrade (PMDB-MG); e o ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco (PMDB-RJ), que foi remanejado para a Secretaria de Aviação Civil.

Estavam presentes na cerimônia o vice-presidente Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), além de vários ministros e políticos.

Em seu discurso, a presidente enfatizou a importância das coalizões (alianças entre partidos) para que se possa governar. Há duas semanas, na convenção nacional do PMDB que reelegeu Michel Temer como presidente, Dilma já havia feito a defesa das alianças partidárias -- o PMDB é o segundo maior partido da base aliada.

"O exercício do poder, em qualquer ente federado, União, Estado e município, é uma fonte de aprendizado", disse a presidente. "Governar necessariamente é escolher entre várias alternativas. Por isso, eu aprendi, ao longo desse período [como ministra de Lula e como presidente], sobre o valor da lealdade entre aqueles que desenvolvem com a gente a tarefa de governar."

"Temos que fortalecer as forças que sustentam um governo de coalizão. Muitas vezes, algumas pessoas acreditam que a coalizão é algo, do ponto de vista político, incorreto", afirmou. "Nós estamos assistindo, em alguns lugares do mundo, processos de deterioração da governabilidade justamente pela incapacidade de construir coalizões", disse, citando o exemplo da Itália.

"Eu aprendi que numa coalizão você tem que valorizar as pessoas que contigo estão, que são companheiros que acompanham a gente em uma jornada diuturna e que, portanto, têm que estar com a gente nos bons e nos maus momentos, e nós com eles", disse Dilma, sendo bastante aplaudida pela plateia lotada de aliados.

A fala de Dilma sobre as alianças partidárias é ainda uma resposta à oposição, que tem dito que a reforma ministerial é "eleitoreira". Ontem, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que "a máquina [do governo] só faz inchar e a busca pela eficiência foi substituída pela lógica da reeleição". Aécio é candidato virtual às eleições do ano que vem.

Nas palavras dirigidas aos ex-ministros Mendes Ribeiro e Brizola Neto, Dilma foi carinhosa e chamou-os de "Mendezinho" e "Brizolinha". Mendes Ribeiro chegou a se emocionar com a homenagem de Dilma, que disse para ele "resistir às dificuldades" -- o ministro está se recuperando de um tumor no cérebro e retomará seu mandato na Câmara dos Deputados. "Espero que você pare de andar para baixo e para cima", brincou Dilma.

Dilma chamou ainda Brizola Neto de "meu amigo" e disse que tem ligações profundas com o PDT e com Leonel Brizola.

Ao encerrar seu discurso, Dilma dirigiu-se aos novos ministros: "É um convite ao trabalho". "Nós temos responsabilidades e obrigação de continuar transformando o Brasil, afirmou Dilma.

Reforma ministerial

Ontem, a presidente anunciou uma pequena reforma ministerial para acomodar os interesses de partidos da base aliada, como o PMDB e o PDT. Deixaram os cargos Wagner Bittencourt, então titular da Aviação Civil; Brizola Neto, no Trabalho; e Mendes Ribeiro, na Agricultura.

Ribeiro e Brizola Neto devem retomar seus mandatos na Câmara dos Deputados, enquanto Bittencourt deve voltar ao cargo que tinha no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

A posse aconteceu excepcionalmente em um sábado devido à viagem da presidente ao Vaticano no domingo. Lá, Dilma encontrará o novo papa.

Na reunião com Dilma, Manoel Dias disse que o nome de Brizola Neto não foi mencionado nem a presidente justificou os motivos da troca. Dias é homem de confiança de Carlos Lupi, presidente do PDT, que estaria insatisfeito com Brizola Neto e até teria ameaçado apoiar eventual candidatura de Eduardo Campos (PSB-PE) ao Planalto em 2014.

Já a troca de pasta de Moreira Franco se deve às reclamações do PMDB de que a SAE seria um ministério esvaziado, sem poder. A secretaria será administrada por um interino, o secretário executivo Roger Leal, até a definição de um novo ministro.

A reforma ministerial, no entanto, não deve terminar por aí. Está em criação o 39º ministério de Dilma, a Secretaria da Micro e Pequena Empresa. O ministério já está prometido para o PSD, partido do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, e o nome mais cotado para assumir a pasta é o do vice-governador paulista, Guilherme Afif Domingos.



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