Presidente Dilma Rousseff inicia hoje sua 1ª viagem oficial à Ásia

Presidente brasileira já está na Ásia, onde vai ficar durante toda a semana

Dilma Rousseff | Reprodução Web
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A presidente Dilma Rousseff começa nesta segunda-feira (11) a sua primeira viagem oficial à China, país que se tornou em 2009 o maior parceiro comercial brasileiro.

O giro pelo país, de uma semana, terá agenda predominantemente econômica, com encontros bilaterais, a cúpula das potências emergentes do mundo (Brics, Brasil, Rússia, Índia e China), encontros entre empresários brasileiros e chineses e um fórum econômico que é comparado ao Fórum Econômico Mundial de Davos, só que para a Ásia e seus parceiros.

E já em sua primeira grande viagem internacional com agenda econômica, a presidente Dilma terá uma grande oportunidade de se apresentar como a líder de uma das maiores economias do mundo.

Ela foi escolhida, entre os líderes das potências emergentes, para abrir o Fórum Econômico para a Ásia (Fórum Boao for Asia), na cidade de Boao, ilha de Hainan, China. Dilma discursará para os principais líderes e empresários da Ásia e seus parceiros logo após a abertura do evento pelo presidente chinês Hu Jintao.

Desde que assumiu a presidência, Dilma já esteve em outras viagens internacionais (Argentina e Portugal). Mas nenhuma delas teve agenda tão focada na economia como esta. Sinal de que Dilma preferiu começar o seu giro econômico pela China, já que a presidente não foi ao encontro de Davos este ano, que aconteceu quando ela ainda estava nas primeiras semanas no Planalto.

Direitos humanos e Líbia

Além da economia, pelos menos outros dois assuntos de cunho político entram na pauta da visita. Nesta semana, o embaixador do Brasil em Pequim, Clodoaldo Hugueney, afirmou que a presidente vai discutir a delicada questão dos direitos humanos com os líderes chineses.

Segundo ele, a presidente não discutirá casos específicos, como a prisão do ativista Ai Weiwei, um dos mais célebres artistas do país asiático. Mas afirmou que o assunto estará na pauta porque, segundo ele, a questão dos direitos humanos é importante para ambos os países.

- Os dois países enfrentam uma série de problemas nessa área, que refletem em parte o estágio de desenvolvimento em que se encontram.

Além disso, a crise na Líbia deve entrar na agenda da reunião dos Brics. Brasil, Rússia, Índia e China se abstiveram da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que aprovou o uso da força para conter os ataques promovidos pelo ditador Muammar Gaddafi a civis. Além dos Brics, só a Alemanha adotou a mesma posição, dentre os 15 países do conselho.

Em entrevista ao R7 , o cônsul-geral da China em São Paulo, Sun Rongmao, confirmou que a ação foi coordenada.

- [A Líbia] é um tema da atualidade muito importante faz parte do debate sobre como melhorar e garantir a paz no mundo. Não sei que destinos terá a crise na Líbia, mas será um tema muito importante nessa reunião dos Brics.

E, segundo ele, o eterno desejo brasileiro de conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança também pode entrar na pauta.

- Para mim é difícil falar sobre o tema, não sei a opinião do nosso governo. Mas pela importância do tema creio que será discutido durante a visita.

Foco da China ainda não é o Brasil

Se as escolhas do Planalto para as viagens de Dilma mostram que existe um foco na Ásia, a recíproca também é verdadeira. Não foi por acaso que Dilma foi escolhida para abrir o fórum mais importante da Ásia.

A China, apesar de ter se tornado o maior parceiro comercial brasileiro em 2010, passando os Estados Unidos, ainda é deficitária no comércio com o Brasil, em US$ 5 bilhões (saldo de 2010). O principal objetivo dos chineses é ganhar ainda mais mercados em manufaturados no Brasil, principalmente produtos de alta qualidade, como os carros.

Do nosso lado, o Brasil chega à China com o interesse em aumentar a participação de produtos manufaturados brasileiros nas exportações para o gigante asiático. Em 2010, das exportações brasileiras para a China, 84% eram produtos básicos, sendo 43% só em minério de ferro e seus concentrados. Já a China, vendeu para o Brasil em 2010, 97,5% de produtos manufaturados, ou seja, produtos de maior valor agregado.

O apetite dos brasileiros por novos negócios vai começar por com um almoço oferecido pelo governo brasileiro para 800 pessoas, entre brasileiros e chineses, no Hotel China World Summit Wing, em Pequim. O almoço será após um seminário sobre os países e o objetivo é promover marcas brasileiras de alimentos e bebidas para o mercado chinês. A comitiva de Dilma em sua primeira viagem à Ásia terá 300 empresários.

Para o embaixador da China no Brasil, Qui Xiaoqi esta será uma oportunidade de ouro para os brasileiros conhecerem melhor o mercado chinês. Para ele, falta aos empresários brasileiros conhecerem a China para ampliar os seus negócios.

- É muito importante que os empresários brasileiros vejam a China com os seus próprios olhos e entendam esse mercado gigante, de 1,3 bilhões de habitantes, que têm um nível de consumo cada vez mais alto. O mercado da China está totalmente aberto para os produtos do mundo todo e esta é uma ótima oportunidade para o Brasil.

Veja a programação da viagem de uma semana da presidente Dilma à China

Dia 11 de abril, segunda-feira

Chegada da presidente e comitiva a Pequim, onde ficará hospedada no Hotel San Régis.

Dia 12 de abril, terça-feira

Pela manhã, Dilma Rousseff tem o seu primeiro compromisso oficial na China. Ela participa da cerimônia de abertura do ?Diálogo de Alto Nível Brasil-China em Ciência Tecnologia e Inovação?. No final da manhã, faz discurso de encerramento no seminário empresarial ?Brasil-China para Além da Complementaridade?, no Hotel China World Summit Wing, em Pequim. Após o discurso, O Brasil oferece um almoço para 800 convidados entre autoridades e empresários chineses e brasileiros.

À tarde, a presidente brasileira é recebida em cerimônia de boas-vindas do governo chinês, seguida de reunião com o presidente da China, Hu Jintao, e ato de assinatura de acordos.

À noite,o presidente Hu Jintao oferece banquete em homenagem à presidente Dilma.

Dia 13 de abril, quarta-feira

Encontro de Dilma com o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, e com o presidente da Assembleia Popular Chinesa, Wu Bangguo, em Pequim.

Dilma segue para a cidade de Sanya, na Ilha de Hainan, sul da China.

Dia 14 de abril, quinta-feira

Em Sanya, Dilma participa da Cúpula de Chefes de Estado e de Governo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A cúpula deve ser realizada no Hotel Sheraton. Já Dilma deve ficar hospedada no hotel Marriott, onde o governo chinês vai instalar o Centro Internacional de Imprensa: duas salas com capacidade para 800 jornalistas. O tema da cúpula será visão ampla e prosperidade compartilhada.

À tarde, Dilma pode participar de reuniões bilaterais, ainda não confirmadas. Índia e Rússia já pediram bilaterais com o Brasil, que devem acontecer no Hilton Hotel.

Dia 15 de abril, sexta-feira

Dilma participa da X Edição do Fórum de Boao, onde a presidente fará o discurso principal da abertura do evento, logo depois de o presidente Hu Jintao. Dilma não fica hospedada em Boao. Vai de Sanya para Boao de carro.

De Boao, a presidente segue para Xian, onde vai visitar o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento. A cidade de Xian fica na província de Shaanxi, na China profunda. Lá, nasceu Xi Jinping, o sucessor de Hu Jintao na Presidência Chinesa a partir do ano que vem. A região é berço de três dinastias do antigo império. Xian fica a 1.600 km de Sanya, no interior do país.

Dia 16 de abril, sábado

A presidente brasileira deve ter agenda privada. No fim do dia, embarca rumo ao Brasil.

Dia 17 de abril, domingo

Dilma chega a Portugal, onde faz uma parada de um dia.

Dia 18 de abril, domingo

Chegada de Dilma ao Brasil.



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