Procuradora que assumirá caso das joias é casada com apoiador de Bolsonaro

Considerada “rígida” por seus colegas no MPF, a procuradora atua desde 2020 no 5º Ofício da Procuradoria da República em Guarulhos (SP).

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Por Ivan Longo, da Revista Fórum

O escândalo das joias milionárias dadas pelo governo da Arábia Saudita e que Jair Bolsonaro tentou fazer chegar ilegalmente ao Brasil já está sendo investigado por diferentes órgãos. Um deles é o Ministério Público Federal (MPF), que abriu procedimento para apurar o caso após denúncia da Receita Federal, que apreendeu conjunto de peças avaliadas em R$ 16,5 milhões que um assessor do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tentou trazer ao país sem declaração. 

A procuradora designada para cuidar desta investigação é Gabriela Saraiva de Azevedo Hossri, esposa de Nelson Hossri (PSD), vereador na cidade de Campinas (SP) que é bolsonarista e que exibe fotos com Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nas redes sociais. 

Procuradora que assumirá caso das joias é casada com apoiador de Bolsonaro (Foto: Reprodução/Facebook)

Considerada "rígida" por seus colegas no MPF, a procuradora atua desde 2020 no 5º Ofício da Procuradoria da República em Guarulhos (SP) e é favorável à prisão após condenação em segunda instância, pauta defendida, por exemplo, pelo ex-juiz Sergio Moro. No Twitter, Gabriela curte, basicamente, postagens lavajatistas do ex-magistrado e do ex-procurador e atual deputado federal Deltan Dallagnol. 

Já Nelson Hossri, marido da procuradora, além de ser um apoiador fervoroso de Bolsonaro, utiliza suas redes sociais para atacar a esquerda, criticar o atual governo federal e fazer publicações contra o feminismo e os debates sobre a revisão da Lei de Drogas. Até o momento, o vereador não se pronunciou sobre o escândalo das joias que envolve seu aliado político. 

Frentes de investigação

A partir de ofício do ministro da Justiça, Flávio Dino, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar o caso das joias na última segunda-feira (6). A apuração, que está em segredo de Justiça, terá prazo inicial de 30 dias para conclusão, com possibilidade de prorrogação caso seja necessário. Neste período, os envolvidos com o escândalo, incluindo Bento Albuquerque e Jair Bolsonaro, devem ser convocados para depor. 

Segundo Dino, a tentativa de fazer chegar de maneira ilegal ao Brasil as joias milionárias dadas pelo governo da Arábia Saudita pode  "configurar os crimes de descaminho, peculato e lavagem de dinheiro, entre outros possíveis delitos”. 



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