Procuradoria abre seis investigações após denúncias de Marcos Valério

Apuração preliminar do MPF no Distrito Federal se baseia em depoimento. Condenado no mensalão disse que Lula sabia e se beneficiou do esquema

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A Prouradoria da República no Distrito Federal abriu seis procedimentos investigatórios para apurar o depoimento em que Marcos Valério, condenado a mais de 40 anos como operador do mensalão, acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter conhecimento do esquema de compra de votos no Congresso Nacional nos primeiros anos de seu mandato.

A Procuradoria não confirma se alguma das seis investigações tem relação com o ex-presidente Lula. Segundo a assessoria do ex-presidente, não há nenhuma informação oficial sobre as apurações e Lula não fará comentários.

A informação foi publicada na edição desta terça-feira (2) do jornal "O Estado de S.Paulo" e confirmada pela assessoria de imprensa do Ministério Público.

Segundo a Procuradoria, são investigados oito fatos que podem constituir crimes. Tratam-se de apurações preliminares, que podem levar a abertura de inquéritos. De acordo com a assessoria, os oito fatos apurados que podem configurar crime são autônomos e diferentes, dois já estão em andamento, e seis novos foram instaurados. Não há detalhe de nenhuma das oito apurações.

O depoimento foi dado ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, no dia 24 de setembro do ano passado, quando Valério já havia sido condenado. Gurgel enviou inicialmente o depoimento para a Procuradoria de Minas Gerais, que decidiu remeter os autos para Brasília em razão de ter sido o local onde a suposta irregularidade ocorreu.

Valério foi um dos 25 condenados no processo do mensalão. Antes de o julgamento ser concluído, ele procurou a PGR na intenção de conseguir proteção. Ele afirmou que Lula deu aval a empréstimos dos bancos Rural e BMG para o PT, para viabilizar o esquema. Ele também teria tido despesas pessoais pagas. Lula classificou, à época, as declarações como mentirosas.

Como Lula perdeu o foro privilegiado no Supremo, concedido a presidente da República, ministros e parlamentares, o processo foi remetido ao MPF de primeiro grau.

Depoimento à PGR

De acordo com o jornal "O Estado de São Paulo", que teve acesso ao depoimento, Valério procurou voluntariamente a Procuradoria Geral após ser condenado pelo STF a 40 anos, dois meses e dez dias de prisão pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas no processo do mensalão.

Em troca do novo depoimento e de mais informações sobre o esquema de desvio de dinheiro público para o PT, Valério pretendia obter proteção e redução de sua pena. As declarações de Valério estão em 13 páginas.



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