“Volta da integração na América do Sul”, diz Lula sobre encontro com Maduro

Presidentes do Brasil e da Venezuela se reuniram em Brasília, oito anos após última visita de Maduro ao Brasil.

"Volta da integração na América do Sul", diz Lula sobre encontro com Maduro | Reprodução
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como "volta da integração da América do Sul", nesta segunda-feira (29), a reunião com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no Palácio do Planalto. O presidente afirmou ainda que o momento é histórico. Maduro não visitava o Brasil desde 2015, quando esteve na posse do segundo mandato de Dilma Rousseff.

"É um prazer te receber aqui outra vez. É difícil conceber que tenham passado tantos anos sem que mantivessem diálogos com a autoridade de um país amazônico e vizinho, com quem compartilhamos uma extensa fronteira de 2.200 km", disse Lula durante discurso inicial.

"Penso que esse novo tempo que estamos marcando agora não vai superar todos os obstáculos que você tem sofrido ao longo desses anos. Briguei muito com companheiros social-democratas europeus, com governos, com pessoas dos Estados Unidos. Achava a coisa mais absurda do mundo, para as pessoas que defendem democracia, negarem que você era presidente da Venezuela, tendo sido eleito pelo povo. E o cidadão que foi eleito para ser deputado ser reconhecido como presidente", disse.

O "cidadão" mencionado por Lula é Juan Guaidó, que se autointitula presidente da Venezuela. Na época, Guaidó era reconhecido como presidente pelo então presidente Jair Bolsonaro, pelos Estados Unidos durante a gestão de Donald Trump e por outros líderes de direita no continente.

Críticos do governo Lula se opõem a essa postura de aproximação do Brasil com o governo venezuelano. Eles argumentam que a Venezuela é uma ditadura e que Maduro enfraqueceu as instituições democráticas do país.

"O preconceito continua, ainda. O preconceito contra a Venezuela é muito grande. Quantas críticas a gente sofreu aqui durante a campanha por ser amigo da Venezuela. Havia discursos e mais discursos, os adversários diziam 'Se o Lula ganhar as eleições, o Brasil vai virar uma Venezuela, uma Argentina, uma Cuba', quando o nosso sonho era que o Brasil fosse o Brasil mesmo, melhor", disse.

Lula disse saber das "dificuldades" na relação da Venezuela com o Brasil e com o resto do mundo – citou como exemplos a dívida externa e o combate ao narcotráfico –, mas afirmou que o governo buscará uma "integração plena" entre os dois países.

Maduro, por sua vez,  discursou em seguida a Lula e também manifestou intenção de aprofundar as relações entre Brasil e Venezuela. O presidente venezuelano disse ainda que o país vizinho está "de portas abertas" e "com plenas garantias" para o empresariado brasileiro. 

A Venezuela enfrenta uma crise econômica há mais de uma década, motivada pelas oscilações no preço internacional do petróleo e agravada por disputas ideológicas com Estados Unidos e outros antigos parceiros comerciais.

"Estamos preparados para que retomemos as relações virtuosas com os empresários brasileiros. a Venezuela está de portas abertas, com plenas garantias para todo o empresariado para que voltemos ao trabalho conjunto. Acredito ser muito positivo. Nós amamos a história do povo brasileiro, a força e alegria espiritual. Que nunca mais ninguém feche a porta. Brasil e Venezuela tem que estar unidos, daqui para frente e para sempre", disse Maduro.



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