Cadeirante é 'ignorado' por motoristas e vivencia drama em Teresina

Cadeirante é 'ignorado' por motoristas e vivencia drama em Teresina

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Antônio Pereira de Sousa, de 40 anos de idade, assim como milhares de teresinenses, sofre com a falta de acessibilidade nos ônibus da Capital. O cadeirante, que precisa utilizar o transporte público todos os dias, também sofre quando se desloca para fazer hemodialise no Hospital Getúlio Vargas (HGV), no centro de Teresina; sofre para atravessar a rua e conta com a solidariedade das pessoas.

A dificuldade de acesso é algo constante na vida de Antônio e os desafios começam cedo da manhã. O cadeirante sai de casa e precisa estar na parada às 05h 40 para fazer um trajeto bem complicado: ladeiras, calçamentos e principalmente o perigo ao cruzar a Av. Henry Wall de Carvalho, na zona Sul, onde o fluxo de veículo é intenso.

Vencidas estas dificuldades, já do outro lado da avenida, Antônio precisa agora contar com a boa vontade dos motoristas dos ônibus.

“É bastante difícil, até porque não existe acessibilidade. Eu tenho bastante dificuldade para atravessar a rua, para chegar na parada e muitas vezes eu perco 20 minutos tentando atravessar a avenida. Se eu perder o ônibus que passa às 06h, aí eu não sei que horas passa outro”, contou.

Após ser ignorado por dois ônibus, finalmente ele conseguiu embarcar em um terceiro que resolveu parar. Em um vídeo feito há 10 dias, ele aparece solicitando entrada em um ônibus, mas o veículo está com o elevador quebrado. Antonio foi deixado.

Uma lei criada em 2004 determinou que a partir de dezembro de 2014 a frota do transporte coletivo urbano rodoviário de todo o país seria acessível aos deficientes. As empresas tiveram 10 anos para se adequarem as mudanças, mas muitas não conseguiram.

De acordo com o texto da lei, são acessíveis os ônibus que possuem piso baixo, rampa de acesso, ou ainda elevador. Basta um desses itens para que a lei seja cumprida.

Dados do IBGE mostram que no Piauí 17% da população possui algum tipo de deficiência (500 mil pessoas). Em Teresina, 100 mil pessoas ( Deficiência física, motora e visual, auditiva).

Francisco Nogueira, diretor de transporte público da Strans - Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito, durante entrevista ao vivo no Agora da Rede Meio Norte, falou sobre a questão vivenciada por Antônio e tantos outros cadeirantes.

“Todos os ônibus são fiscalizados, e recentemente nós tivemos fiscalizações nas empresas e amanhã vamos continuar fazendo essa fiscalização no sentido de coibir qualquer irregularidade. O transporte, ao sair da garagem, ele tem que ter condições de atender os usuários e é isso que nós estamos preocupados. Nós temos denúncias e atendemos à população, não só o cadeirante, mas também todas as pessoas que por ventura presenciarem irregularidades”, afirmou.

Segundo o diretor, 60% da frota de ônibus que circula na Capital já possui adaptação para atender os cadeirantes. “Nós temos entre 60 e 61 ônibus com elevadores na frota que circula em Teresina que totaliza 442 ônibus, sendo 400 na rua e 42 para eventual emergência. Nós já temos 60% dos ônibus consolidados com acessibilidade”, acrescentou.



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