Wilson Martins cita rompimento com o PT e nega apoiar Lula

Wilson Martins cita rompimento com o PT e nega apoiar Lula

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O candidato ao Senado Federal pelo PSB, ex-governador Wilson Martins, foi o oitavo a participar da série de sabatinas com candidatos ao Senado pelo Piauí nas Eleições de 2018, no Jornal Agora da Rede Meio Norte, na tarde desta terça-feira (04/09). 

Já foram sabatinados Francisco das Chagas, Quem Quem, candidato pelo Avante; Marcos Vinicius Cunha Dias (PTC), candidato pela coligação de Dr. Pessoa (Solidariedade); Marcelo Castro, candidato pela coligação de Wellington Dias (PT); professor universitário Paulo Henrique, candidato pela Rede; Frank Aguiar, candidato também pela coligação de Dr. Pessoa; Jesus Rodrigues, candidato pelo PSOL e o professor Fausto Ripardo, candidato pelo PCB.

Wilson Martins respondeu perguntas dos jornalistas Arimatéa Carvalho, Samantha Cavalca, Ananias Ribeiro e do apresentador Amadeu Campos. Nos 10 minutos finais, a candidato respondeu questionamentos enviados por telespectadores. A sabatina teve duração de 30 minutos.

Amadeu Campos: Candidato,  por que o senhor se considera preparado para representar o Piauí no Senado Federal?

Wilson Martins: Bem, Amadeu, pela minha história de vida. Eu sou um caboclo que nasceu no sertão do Piauí, convivi com a falta de água, falta de energia, com a falta de escola, falta de médicos e convivi com todo tipo de dificuldade. E com muita luta, estudando, trabalhando e lutando muito consegui ser médio, depois ser neurologista, neurocirurgião, e governador do estado do Piauí. Então eu pude fazer o bem as pessoas, aliviar a dor das pessoas, com instrumento de Deus, eu pude ajudar a salvar vidas e, como governador, nossa avaliação é de um governo proativo, realizador e com muitas obras, com muito investimento e um momento de muita transparência. Um governo sem escândalo, que tratou as pessoas bem, que tratou muito bem os servidores públicos e aí assim, tenho experiência de vida e de conhecer esse estado como poucos conhecem bem. Com essa experiência, com esse conhecimento que nós adquirimos ao longo dessa vida, desejamos colocar a favor do povo do Piauí no Senado Federal.


Samantha Cavalca: Candidato, eu recebo muitas informações do interior do estado e algumas apontam o seguinte…”Samantha, por onde o Wilson Martins anda ele diz que é o candidato do Lula”. E para acabar com esse tipo de dúvida, a pergunta que eu faço aqui é, até para esclarecer seu eleitorado: quem é seu candidato à Presidência da República?

Wilson Martins: As informações que você colheu aí, Samantha, infelizmente não são verdadeiras. Eu tenho um apreço muito grande pelo presidente Lula, votei no presidente Lula várias vezes e convivi com ele pelos partidos que nós representamos. Nós somos um partido de esquerda com muita honra, acho que também com a presidente Dilma, fizemos parte de um mesmo governo e trabalhamos e fizemos muitas coisas boas pelo Piauí. Mas na realidade, infelizmente, essa sua informação não é verdadeira.

Samantha Cavalca: Quem é seu candidato?

Wilson Martins: Eu estou avaliando, e o partido não tem candidato! Nós tinhamos um grande candidato à Presidência da República, que era o ministro Joaquim Barbosa, mas infelizmente ele, todos vocês conhecem, ele desistiu dessa candidatura. Nós vamos apoiar um candidato de esquerda, estamos aguardando aí…

Amadeu Campos: De esquerda tem Ciro Gomes, Boulos?

Wilson Martins: Provavelmente, o Ciro, que gostamos. Nós estamos avaliando e analisando a possibilidade de votarmos no Ciro Gomes. É o mais provável.

Samantha Cavalca: Em 2010 o senhor estava junto com o presidente Lula?

Wilson Maetins: 2010 e 2014.

Samantha Cavalca: E agora?

Wilson Martins: Não!

Samantha Cavalca: Eu gostaria de saber se o senhor não se preocupa com seu eleitorado de não entender isso?

Wilson Martins: Não, o meu eleitorado…O ruim é quando você está com o partido com o presidente e depois trai ele, o que tem acontecido. Tem gente que lá em cima trabalhou para derrubar a Dilma, e aqui e embaixo está junto com o Lula, então isso é algo que é incongruente. Eu não tenho essa dificuldade. Nós quando estivemos com o Lula e com a Dilma, nós estivemos firmes e continuamos respeitando e admirando. Somos um partido de esquerda e continuamos como partido de esquerda. Nós estamos ajudando o PT em Minas Gerais por uma decisão partidária que nos estamos compartilhando com ela, como o PT está ajudando o PSB lá no Pernambuco.

Samantha Cavalca: O senhor está fazendo tantos elogios ao Lula, então parece que minhas informações são verdadeiras, não?

Wilson Martins: Eu não estou elogiando, não. Eu estou sendo sincero, sincero. A confiança que nós tivemos com o PT foi muito boa para o PT. Nós não deixamos o PT por proveniência…

Amadeu Campos: Se era tão boa para o Piauí, por que foi interrompida?

Wilson Martins: Vou dizer o porquê! Nós não deixamos o PT por pragmatismo, pragmatismo. Nós deixamos a ligação com o PT naquele momento, em 2014, porque nós construímos um caminho próprio do partido, porque todo partido almeja achegar ao poder. O Eduardo Campos estava preparado para ser presidente da República, maduro, fez um grande governo no Pernambuco, controlou o crime, a violência e todo partido deseja isso.

Amadeu Campos:Mas o senhor não disse que em 2014 estava com Lula?

Wilson Martins: Não, não! 2014, não, nós não estávamos com o PT. Foi 2006 e 2010. Então assim, nós saímos pela porta da frente. Nós é que fomos ao presidente Lula, a presidente Dilma, e dissemos “nós temos um candidato a presidente da República e vamos manter a nossa ideologia de esquerda”, e, infelizmente, Eduardo Campos faleceu numa fatalidade e nós não conseguimos chegar lá, ao poder, como imaginávamos.

Samantha Cavalca: Ainda sobre esse assunto, seu sobrinho, Rodrigo Martins, ele votou a favor do impedimento de Dilma Rosseff

Wilson Martins: O meu CPF é um. O CPF do deputado Rodrigo é outro.

Samantha Cavalca: Mas é porque o senhor fez críticas..

Wilson Martins: Não, não venha com esse papo,não! Não, não! Não! Você está entrevistando a mim ou ao deputado Rodrigo?  

Ananias Ribeiro: Candidato, o senhor tem dito durante sua campanha que quando chegar em Brasília vai fazer valer o peso de um senador, tem dito que os que estão aí estão deixando muito a desejar, então no que o senhor se diferencia do senador Ciro Nogueira que está disputando uma vaga diretamente com o senhor? O que o senhor diferencia via Elmano Férrer, que é senador da República e que venceu o senhor no último pleito? O que o senhor irá fazer de diferente desses nomes que estão lá em Brasília?

Wilson Martins: Cada um tem as suas ideias, seu ideal. Cada um tem as suas formas de trabalhar. Nós vamos fazer valer o voto de um senador da República porque eu lhe pergunto, me dê um exemplo aí de uma grande obra ou de algum grande investimento transformador, feito durante oito anos por um senador da República que estão aí? Então eu acho que você duplicar estradas, você colocar para funcionar um Porto no estado do Piauí, único estado do Nordeste do Brasil que não tem; acho que você construir uma Transcerrado, ter feito isso, duplicar; você poder ter uma ZPE, colocar para funcionar, e a agente colocou para funcionar, e fazer isso com recursos do estado do Piauí, eu acho que você não consegue, não consegue nas circunstâncias atuais.

Você anda o Brasil inteiro, o Pernambuco, você chega em Caruaru são mais de 100 km para Recife e está tudo duplicado e da mesma forma você vai de Recife para João Pessoa, também da mesma forma, você vai de João Pessoa para o Rio Grande do Norte também da mesma forma. Isso é feito com recursos federais, então é fundamental que o senador possa ter lá com sua experiência, com a sua articulação, você poder trabalhar mais investimento nesse sentido, infraestrutura. Você poder investir mais recursos em educação, ampliar escola em tempo integral. Eu vejo a Uespi aí com muita dificuldade, você vê que nós duplicamos o orçamento dela. Nós fizemos concurso para mais de 500 professores, foi a única vez em que você teve mais professores efetivos do que professores temporários. Você poder ter…A Grande Teresina, a Rid está aí desde 2010.

Ananias Ribeiro: Então seja quem for eleito governador, vai ter o senhor eleito senador parceiro nesses investimentos?

Wilson Martins: Sem sombra de dúvidas.

Ananias Ribeiro: Se o Wellignton Dias for reeleito, haverá essa parceria?

Wilson Martins: Claro que isso não vai acontecer, até porque o atual governador tem até queda nas pesquisas, que já sinalizam tudo, as pesquisas de opinião pública para um segundo turno. Mas nós vamos trabalhar, se Deus quiser e chegando lá, pelo Piauí, nós vamos ser senador pelo estado do Piauí.

Arimatéa Carvalho: A desistência de seu sobrinho em plena campanha, Rodrigo Martins, tomou a todos de surpresa. Como o senhor avalia essa interrupção no meio do comício? De alguma forma prejudicou a sua própria campanha ao Senado? Inclusive aquele acidente que teria motivado o acidente, já que os senhores estavam trabalhando juntos, pedindo votos juntos. O senhor ficou abalado de alguma forma com essa desistência dele?

Samantha Cavalca: Vou completar…O partido, candidato, ele ficou enfraquecido?

Wilson Martins: De maneira nenhuma, nem atrapalhou e nem o partido ficou enfraquecido, muito pelo contrário. O Rodrigo está ajudando a coordenar minha campanha, ele é um jovem que tem uma capacidade de trabalho muito grande. Foi uma decisão pessoal dele, uma decisão da família. O Rodrigo, nós escapamos de um acidente aéreo, de mil acidentes daqueles escapa um. Então é algo assim, é coisa de Deus, é um milagre porque não tinha outra forma de a gente escapar. Se aquele avião não tivesse caído ali, tivesse sido aparado por um galho de um Angico Branco, ter quebrado a asa e o avião ter caído ali e em cima de outras árvores, de não ter explodido.

Então assim, o maior financiador da campanha do Rodrigo é o pai dele, que é meu irmão, e que tem evidentemente essa condição para ajudá-lo, e ele [Rodrigo] já vinha há muito tempo dizendo que não era bom, que ele tinha outras cosias para cuidar na vida dele, da família, dos filhos que não via, enfim, que quase teve um acidente, que ele teve um acidente em viagem para Corrente na BR-135 também, então grave quase igual ao do avião, e vivia sendo um sobressalto muito grande. Ele colocou para ele, convenceu ele que não deveria ser candidato nessas eleições. Então é uma decisão que nós respeitamos, e assim..Não tem nada absolutamente outra historia, não tem outra conversa.Não atrapalhou em nada, não enfraqueceu o partido em nada.  

Samantha Cavalca: A maioria dos votos não enfraqueceu, não?

Wilson Martins: A maioria dos votos que iriam para o Rodrigo, que fazem parte da base principal de apoiamento dele, foram encaminhados no sentido Átila Lira, Heráclito, que ficaram na base.

Amadeu Campos: O senhor terá uma prioridade caso seja eleito senador?

Wilson Martins: Nós teremos. Amadeu, um dos grandes problemas do Piauí é a segurança hídrica. No nosso governo nós construímos mais de 660 barragens, pequenas barragens, com um milhão de metros de água acumulados, sobretudo para segurança animal. Nós concluímos duas grandes barragens, Barragem de Poço de Marruá e a Barragem de Piaus, sendo a Barragem de Marruá no rio Itaim em Patos do Piauí e de Piaus que vem de São Julião e outro que vem de Pio IX. E lá nós iniciamos e construimos duas grandes adutoras, levamos água de qualidade, pessoa que vivia bebendo água enlameada, levamos lá de Poço de Marruá para Patos, Jacobina. Levamos também para Simões, Curral Novo, Caridade, enfim, e de Piaus, nós levamos água de qualidade para uma quantidade de municípios que não tinham água que naão chove, é cristalino. Por exemplo,  Pio IX, Fronteiras, São Julião, Campo Grande, Vila Nova, foram municípios que foram beneficiados com adutoras. Então nós esperamos avançar mais. Nós temos um projeto de adutoras do Rio Parnaíba, você faz a capitação no seminário de Floriano até a Serra de Marcolândia, dobra ali em Oeiras, Picos, Serra de Picos, sobe Serra de Marcolândia, é o ponto mais alto do Piauí, são 700 metros de altura, e de lá você pode distribui água.

Amadeu Campos: Seriam recursos federais? 

Wilson Martins: Recurso Federal. Isso é uma obra que custa R$ 1,5 bilhões e isso não vale nada para o orçamento da União. Esse é só um projeto, mas tem vários outros.

Samantha Cavalca: O senhor perdeu para Elamano Férrer, isso é de conhecimento de todos, então o que o leva a crer que agora o povo vai elegê-lo?

Wilson Martins: Toda eleição, Samantha, é uma eleição diferente. Aquela eleição o contexto era outro.

Samantha Cavalca: As pessoas não estavam insatisfeitas com sua gestão?

Wilson Martins: Não, pelo contrário. As pessoas não avaliaram minha gestão. As pessoas estão avaliando minha gestão agora, comparando com a atual e estão vendo que fizemos uma grande gestão em relação a essa gestão. Um dos pontos favoráveis, as pessoas votaram por uma peça de marketing e estão assim decepcionadas na atuação da pessoa que eles votaram. Isso tem absolutamente sido favorável a minha candidatura agora. O contexto era outro, nós tinhamos um candidato a governador na época das reposições, que tinha preferencia, estava 60%, estava eleito em 15 de agosto e teve a presidente Dilma, que teve 80% dos votos no Piauí. Então enquanto eles cresciam e puxavam meu adversário, o nosso candidato não crescia, o meu presidente também não crescia.



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