Luciane Santos sobre oposição no PI:“No final estão todos unidos”

Luciane Santos sobre oposição no PI:“No final estão todos unidos”

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A candidata ao Governo do Estado pelo PSTU, Luciane Santos, foi a nona a participar da segunda rodada de sabatinas com candidatos nas eleições de 2018, no Agora da Rede Meio Norte, na tarde desta terça-feira (02/10). O candidata falou de suas propostas e projetos caso seja eleita governadora do Piauí.

Luciane Santos respondeu perguntas dos jornalistas Arimatéa Carvalho, Efrém Ribeiro, Ananias Ribeiro e do apresentador Amadeu Campos. Nos 10 minutos finais, a candidato respondeu questionamentos enviados por telespectadores. A sabatina teve duração de 30 minutos.

Luciane Santos é sabatinada no Agora da Rede Meio Norte

Amadeu Campos: Candidata, qual a estratégia para nos últimos dias de campanha?

Luciane Santos: Primeiramente, Amadeu, a avaliação que a gente faz da nossa campanha, foi uma campanha vitoriosa, uma campanha muito bonita, uma campanha pé no chão com os trabalhadores, totalmente livre da burguesia, livre dos empresários que mandam e desmandam no Estado. Nós estamos discutindo nestas eleições dois projetos políticos para classe trabalhadora, um projeto que já é defendido pelos que estão aí: Wellington Dias, Elmano, Luciano, Dr. Pessoa, que é um projeto de permanecer como está, com as privatizações, reformas que tiram direito da classe trabalhadora, cortes para saúde e educação; e tem um projeto político que é defendido por nós, do PSTU, que é algo que vai atacar a crise que está sendo jogada nas costas da classe trabalhadora.

E por onde a gente tem andado, que a gente tem discutido esses problemas que a classe trabalhadora vem sofrendo, as pessoas entendem que é preciso se organizar, que é preciso rebelar e dar um basta em tudo que está aí. 2019 está se aproximando e vai vir com uma pauta dos governos a Reforma da Previdência, e que, portanto, nós precisamos nos organizar para manter os nossos direitos. 

Ananias Ribeiro: Candidata, a senhora põe Wellington, Luciano, Elmano dentro de um mesmo modelo. Mas Elmano e Luciano não são oposição a W.Dias? Dr. Pessoa também não é oposição a Wellington? 

Luciane Santos: São oposição nas eleições, mas no final todos tem o mesmo projeto político. E a gente vê que nacionalmente o PT tem feito alianças com boa parte desses partidos, em outros estados, aliança com boa parte desses partidos que são oposição hoje em dia no estado do Piauí e que no final todos vão se aconchegar no final nas eleições, vão permanecer com seus cargos políticos, suas secretarias e que na posição mesmo é só na disputa eleitoral, mas no final estão todos unidos para atacar os direitos dos trabalhadores. 

Ananias Ribeiro: Então oposição ao Governo durante o mandato eles não fazem? 

Luciane Santos: É, fazem não. Fazem as mesmas alianças políticas que tem aí. 

Efrém Ribeiro: Candidata, a última pesquisa Ibiope mostrou um crescimento do Jair Bolsonaro (PSL) justamente um dia depois das manifestações contra ele feitas por mulheres.  Ele tem muito pouco tempo na TV, questão de segundos, então não foi a propaganda eleitoral que o ajudou. Por que que esse discurso mais violento, de direita, tem apelo e, mesmo tendo o maior número de trabalhares, as pessoas tem  um discurso mais de esquerda em defesa dos trabalhadores, e não atinge a mesma repercussão, o mesmo poder eleitoral?

Luciane Santos: Veja só, Efrém, você esteve acompanhando o ato que teve aqui em Teresina, lhe vi lá acompanhando o ato, fotografando. É inegável a vitoria que foi aquele ato. Foram atos em mais de 300 cidades do Brasil, as mulheres, os negros, os LGBTs, a classe trabalhadora, e todos na rua para dizer que não, para dar um basta contra o machismo, contra a boçalidade, contra  a xenofobia do Bolsonaro. E o Bolsonaro de certa forma cresceu nessa pesquisas porque detrás dele, apesar de ter poucos segundos de tempo de TV, Efrém, por trás dele tem todo um empresariado que financia sua campanha, e o acrescimento do Bolsonaro também se dar por uma coisa que vamos aqui colocar e, portanto, vai gerar uma polêmica.

O Bolsonaro cresceu, o Bolsonaro se criou por culpa da política inconsequente do PT, os trabalhadores lá em 2002, depositaram toda confiança no PT, de que todos os problemas da nossa classe seriam resolvidos a partir de um governo dos trabalhadores. O que foi que o PT fez assim que assume? Vira as costas para os trabalhadores, e nesses 14 anos de governo ele fortaleceu do “BBB”, que nós chamamos de “BBB”, que é a “Bancada da Bíblia”, “Bancada da Bala” e do “Boi”. Vejo só, nos governos do PT quem era que esteve lá? Katia Abreu, a maior latifundiária que existe. Quem estava lá junto com ele? Sarney, esteve junto Renan Calheiros. Então por conta de toda essa traição que se abateu sobre os trabalhadores, uma traição feita pelo PT, os trabalhadores, uma parte, estão com o sentimento anti-PT, e querem um discurso mais radicalizado, e quem vem com esse discurso mais radicalizado? O Bolsonaro, dizendo que vai resolver todos os problemas em um passe de mágica.

E você vê que essa campanha eleitoral o Haddad não faz uma crítica ao Bolsonaro, ao contrário. No começo das eleições ele disse que não ia bater em ninguém, que ia fazer a política dele, do problema dele sem bater em ninguém. Mas como é que há um crescimento do Bolsonaro e o seu principal oponente, que é o Haddad, não faz uma crítica ao Bolsonaro? Inclusive as Cenrtais Sindicais lançaram uma nota contra o Bolsonaro, e a CUT foi a única que não assinou a nota, então a gente tem que fazer a análise da conjuntura que, se o Bolsonaro cresceu aí também foi por conta de uma política inconsequente do PT. Esse é o momento do Haddad combatê--lo, mas não fala com relação a isso. 

Arimatéa Carvalho: Candidata, eu recebi hoje o seguinte depoimento de uma candidata a deputada estadual. Ela diz: “Ari, eu estou para chamar a polícia de tanto eleitor me pedindo dinheiro. O povo quer é vender voto, eles estão acostumados a vender votos. É difícil fazer política assim, meu caro jornalista”. Ela é uma candidata conhecida, mas de um partido pequeno e que não tem dinheiro. Então eu pergunto para você, o culpado no final das contas não é o eleitor que se vende?

Luciane Santos: Ari, é uma pergunta muito boa que nos fazem. O culpado da corrupção e da ladroagem do país é o próprio povo. Isso está equivocado. Se o povo vende o seu voto é porque ele está em uma situação ruim, de desemprego, de miséria, de falta de informação. Porque se a gente tem uma população empregada, com salário digno, onde as pessoas tem  à  saúde, porque tem muitos candidatos aí que trocam voto por um exame de sangue. Veja só, as pessoas não conseguem fazer um exame básico, então se a pessoa tem acesso  à  saúde,  à  educação, a uma moradia digna,  à  cultura e ao lazer, jamais eles venderiam seus votos.

O processo eleitoral para eles seria mais um momento de apenas ir votar. Mas o que as pessoas mais pobres veem no momento eleitoral, uma forma de pelo menos encher sua barriga nesses período das eleições. Então, de fato, a pobreza, a necessidade que o povo passa, também é importante e necessário para esse momento das eleições, porque é nesse momento que tem derrame de dinheiro, que tem compra de voto. Então se você tem uma população com seus direitos básicos e as suas necessidades garantidas, eu não tenho dúvidas de que não venderiam seu voto. 

Ananias Ribeiro: Candidata, falando em dinheiro, quanto a senhora arrecadou nesse processo eleitoral? Quanto a senhora gastou na sua campanha? 

Luciane Santos: Bem, a nossa campanha é uma campanha de acordo com o que o trabalho tem, porque nós temos a nossa independência de classe. Todos os materiais que foram feitos foram a partir de arrecadações, de venda de rifas, de cotização dos trabalhadores. E sobre o quanto foi gasto na eleição até agora, eu não tenho essa informação. Mas não tenha dúvidas, Ananias, foi bem inferior ao bilhões, aos milhões que estão sendo gastos pelo Wellington, pelo Luciano, pelo Elmano, pelo próprio Dr. Pessoa. 

Efrém Ribeiro: Queria saber se alterou, se dizia “os empresários estão financiado as grandes campanhas desses candidatos”, ou hoje não se disputa com uma certa “igualdade? 

Luciane santos: Não, disputa não. Porque veja só, um partido como o nosso, o PSTU, um partido que tem independência de classe, que a gente não recebe um centavo de empresário e esse é um principio que nos defendemos, porque nós dizemos que quem paga a banda diz qual é a música que vai tocar. 

Efrém Ribeiro: Minha pergunta á seguinte, foi proibido o financiado privado, por empresa. Agora quem paga é o Fundo Eleitoral. Então por que não se tem ainda essas condições de igualdade, já que a principio o empresário não vai financiar aquele candidatura. 

Luciane Santos: Pois é, a empresa não financia. Mas a pessoa individualmente pode financiar, Efrém, então quem financia é quem tem dinheiro. Gente, um deputado para se eleger, ele gasta milhares de reais. Qual é o trabalhador que tem milhões de reais para gastar numa campanha se não for financiado por alguém? Sem falar no Fundo Partidário, que é totalmente desigual para todos, alguns partidos. Por exemplo, PSDB recebe R$ 930 milhões; o PSTU nacionalmente recebe R$ 90 mil, R$ 900 mil. Então veja só a diferença que há, inclusive no Fundo Partidário. Então nós não estamos numa eleição com pé de igualdade, tanto pelo financiamento como pelo tempo de TV, a gente só tem 5 segundos de tempo de TV. A gente está sendo excluido de tudo, de todos os debates. 

Arimatéa Carvalho: Nós temos nas eleições deste ano os partidos se desdobrando para conseguirem uma votação mínima, cumprirem a cláusula de barreira e continuarem existindo. Qual é a preocupação do PSUT? O PSTU vislumbra a possibilidade de deixar de existir por falta dessa votação mínima, candidata? 

Luciane Santos: Pois é, a cláusula de barreira é mais uma das legislações que são criadas ai pelos partidos grandes, por um bando de corruptos que querem se permanecer no poder a todo custo e colocam na clandestinidade os partidos pequenos e ideológicos, os partidos de esquerda, porque os outros partidos menores, eles servem de aluguel para esses partidos grandes que estão aí. O SPTU, que não faz coligação com partido nenhum, pode, algo, sim, cair na clandestinidade. E a população deve rechaçar isso, porque isso é uma forma de monopolizar o sistema eleitoral, que já é fraudulento, que já anti-democrático. Mas, Ari, para além da questão da sigla partidária e da legalidade, nós somos um partido que vai existir independente disso, porque nós somos um partido que busca organizar os trabalhadores, independente do período que for. 

Amadeu Campos: Candidata, a lei não diz que os partidos vão deixar de existir. A lei diz que não haverá m ais tempo de TV, mais Fundo Eleitoral para quem não cumprir lá as metas, então os partidos não vão ficar clandestinos. 

Luciane Santos: Eu digo entrar na clandestinidade é justamente nem esses 5 segundos de tempo de TV vai ter, nem isso a gente vai ter. Independente disso o PSTU sempre vai existir, porque nós não somos um partido eleitoreiro. Nós somos um partido que busca organizar os trabalhadores para lutarem por seus direitos.

E outra coisa, Amadeu, esses partidos que votaram a cláusula de barreira, que impede que partidos pequenos como PSTU, que são partidos que vai para disputa e não apareça nas eleições, são os mesmos partidos que votam medidas que retiram direitos dos trabalhadores, que votaram as leis das terceirizações, onde vão acabar com os concursos públicos, todas as profissões serão terceirizadas; são os mesmos partidos que votaram a reforma trabalhista, que vai colocar o trabalhador em uma situação de semi-escravidão, que não reconhece mais uma jornada de trabalho de 8h, mais uma jornada de trabalho de 12h; são os mesmos partidos que agora após as eleições, início de 2019, que vai acabar com a Previdência, porque todo trabalhador que trabalha, no final da sua vida ele quer descansar, mas com a Reforma da Previdência ele nem se aposentar ele vai conseguir. 



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