Identificação dos corpos de tragédia na BR-316 pode demorar até 90 dias

Identificação dos corpos de tragédia na BR-316 pode demorar até 90 dias

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Atualizado às 18h20

Após a tragédia ocorrida na BR-316, na qual um ônibus se chocou contra um caminhão que transportava combustível, causando incêndio nos dois veículos e a morte de sete pessoas carbonizadas, os corpos de duas das vítimas precisarão passar por exame de DNA para que sejam reconhecidos e o prazo é de pelo menos 90 dias. A falta de estrutura do Instituto Médico Legal – IML do Piauí é um dos fatores que deixam as investigações mais demoradas.

De acordo com a lista de passageiros divulgada pela empresa de ônibus, os corpos são de Ana Silva Oliveira e de Flaviana da Silva Souza, no entanto, sem ser possível a identificação dos corpos por conta de suas condições após terem sidos carbonizados, será necessário realizar exame de DNA para confirmar de quem são os corpos.

No necrotério do IML, os corpos ainda não poderão ser liberados para que suas famílias providenciem o velório e posterior enterro. Isso porque o Instituto não tem a estrutura necessária para que sejam realizados os exames do DNA necessários para a identificação dos corpos.

Repórter: Victor Costa

 

Tragédia na BR 316: corpos carbonizados passarão por exame de DNA

Um acidente nesta segunda-feira no km 56 na BR-316, próximo a cidade de Monsenhor Gil, deixou 7 vítimas fatais, no momento em que um ônibus da empresa Transbrasiliana se chocou com um caminhão tanque na tentativa de fazer uma ultrapassagem perigosa.

Os dois veículos pegaram fogo no local. Três vítimas foram transferidas para o HUT (Hospital de Urgências de Teresina), dentre eles, o motorista do ônibus Francisco José do Espírito Santo, uma criança de 5 anos identificada como Maria Vitória de Souza Abreu, e um passageiro Francisco Carlos A. de Andrade.

“A análise pericial reafirma que houve uma tentativa de ultrapassagem por parte do ônibus, que foi mal sucedida e levou à colisão”, declarou Almir Bílio, da PRF.

Vítimas fatais


Uma criança, identificada como Rhian, de 7 anos de idade, filho de Francisco José dos Santos, motorista da empresa Transbrasiliana, não resistiu aos ferimentos e faleceu. Rhian vinha na companhia do pai desde Araguaína (TO), ele deixa os pais e dois irmãos. A equipe do Programa Agora esteve no sepultamento de Rhian que ocorreu na manhã desta terça-feira (16), no cemitério santa cruz, zona sul de Teresina.

O tio do motorista falou sobre o estado de saúde de Francisco.

“Queimou a farda, a roupa toda. Ele está com mais de 80% do corpo queimado. Ele não tem condições de falar, também não sabe que o filho está sendo internado”, declarou Manoel da Cruz.

O irmão mais velho de Rhian tenta explicar o sentimento da família diante da tragédia.

“Estamos abalados. No hospital o pai está com o corpo muito queimado, e não conversa com ninguém. Nem sei se ele lembra do acidente, pois teve uma pancada na cabeça. Rhian não tinha costume de viajar com o pai, mas dessa vez ele vinha de Araguaína, tocantins”, declarou.

O outro motorista, já havia dirigido o veículo durante horas e estava em seu horário de descanso. Ele era natural de Teresina e residia na vila Irmã Dulce. Segundo informações era um motorista experiente e tinha quase 30 anos de profissão.


“Era um profissional responsável, então aconteceu essa tragédia. Ele não vinha dirigindo, estava descansando. Não tem o que ver dele, não tem corpo. Foi identificado pelo cordão no pescoço dele e relógio”, declarou Maria do Socorro, irmã da vítima.


Colegas de Antônio Francisco, explicam que os motoristas que hoje dirigem em BR precisam redobrar a atenção por conta do grande fluxo de veículos.

“Você precisa ter bastante atenção e muita paciência. Essa ultrapassagem precisa ser evitada, você tem que dirigir por você e pelos outros”, declarou Anastácio de Sousa, motorista e amigo de Antônio Francisco.

Situação dos sobreviventes

Segundo informações do HUT, os sobreviventes não se encontram em risco de morte, mas precisarão ter acompanhamento psicológico para evitar traumas.

Maria Vitória de 5 anos de idade, filha do pedreiro que estava no ônibus, afirma que ouviu o pai dizendo que a amava e a atirou por uma das janelas, pediu que ela corresse e pedisse socorro. Testemunha viram o momento em que o pai arremessou a filha para fora do ônibus em chamas, com o objetivo de salvar a criança.

Segundo o médico Fábio Marcos, a vítima Francisco Carlos A. de Andrade foi liberado, pois teve apensa uma fatura no braço, hematomas no rosto.

A criança e motorista se encontram na unidade de queimados, e passaram por cirurgias plásticas para corrigir danos causados pelas queimaduras.

“Tínhamos também uma preocupação enorme com a criança e com o motorista com respeito a lesão por inalação dos resíduos tóxicos da fumaça. Mas até o presente momento não existe risco, sem desconforto respiratório. A dor das queimaduras está sendo tratada. A criança pergunta muito pelo pai e está recebendo tratamento com psicólogo. A mão dela já está vindo para cá”, declarou Fábio Marcos.

Identificação dos corpos

Elma Barbosa, prima do pedreiro, pai de vitória, acompanhou a liberação do corpo de seu familiar. Segundo ela, o corpo do pedreiro será levado para Balsas (MA).

“Ele teve um gesto bonito pois ele salvou a filha. Nunca tinha viajado para Teresina e foi a primeira vez que ele veio para um retorno de uma cirurgia. Ele tinha 28 anos, viemos para cá na esperança de encontrá-lo vivo. Ele foi identificado pela arcada dentária. Minha prima vai ficar com Maria Vitória no hospital, para cuidar dela”, declarou Elma.

Segundo o IML (Instituto Médico Legal), existem pedaços de corpos que serão examinados para ver se havia uma outra pessoa além das 7 vítimas do acidente. Os três corpos que ainda estão no IML passarão por exame de DNA, mas já se sabe que são 2 mulheres e 1 homem.

 

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