Dr. Marcelo Martins alerta sobre criação de anticorpos em quem pegou Covid-19

O diretor clinico do Hospital São Marcos, Dr. Marcelo Martins, que também faz parte do Comitê Nacional de Combate a Covid-19, concedeu uma entrevista ao programa Bom Dia Meio Norte na manhã desta sexta-feira, 03 de julho.

O médico falou sobre a reabertura gradual que acontece no Piauí a partir de segunda-feira, 06 e da importância de se explicar em relação a criação de anticorpos contra o vírus. 

SITUAÇÃO ATUAL DO PIAUÍ 

"Nós temos uma taixa de ocupação de leitos disponíveis que supera os 85%, chegou a 93% em alguns dias dessa semana e hoje tá na casa de 90%, então objetivamente falando o número de leitos disponíveis que a gente tem hoje é muito pequeno e isso é preocupante".

REABERTURA

“A gente precisa ser muito cauteloso, se tem uma coisa que a gente não quer que aconteça é um clima de festa, o problema não passou, a gente está em uma fase de crescimento um pouco menos acelerado, a nossa margem operacional é muito pequena. Qualquer crescimento de doença já é mais do que suficiente para saturar o nosso sistema de saúde, precisamos de uma estrutura inteira de uma UTI, a gente tem trabalhado no nosso limite operacional no tempo inteiro tentando ajudar as pessoas, não se trata só de ventiladores, nossas máquinas de hemodiálise estão funcionando 24 horas por dia, a doença não é só pulmonar, atinge os mais diferentes órgãos. O objetivo é evitar que as pessoas morram, aumentar o número de UTI por si só não necessariamente garante que as pessoas morram menos se a gente permitir que essas pessoas peguem a doença. Manter as restrições mesmo após a abertura é importante, não adianta abrir o comércio e todo mundo correr para o comércio”.  

ANTICORPOS

"Parte das pessoas que comprovadamente foram infectadas não desenvolvem anticorpos, desenvolve outro tipo de imunidade que é a chamada imunidade celular. Às vezes as pessoas dizem: 'Quero pegar logo para me livrar', só que não é assim, você não tem como garantir a sua evolução. Quem é que garante que você vai ser uma das pessoas que vai evoluir de forma muito leve ou até assintomática ou formas graves e vai parar na UTI? Essa escolha não é sua e nem nossa, quem escolhe isso é a interação do vírus com nosso organismo".