Piauí produz meio milhão de ovos por dia

Dados do IBGE mostram que essa produção movimentou R$ 110 milhões

FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Liana Paiva

repórter

Depois do leite materno, o ovo é o alimento mais completo em nutrientes, encontrado na natureza. Isso é um consenso na ciência. Agora, se faz bem ou mal à saúde, principalmente consumindo em grande quantidades, ainda é a dúvida. Porém, enquanto ainda não definem se o ovo é vilão ou não, o que se pode afirmar é que em 2020 ele foi a salvação. Sempre fiel companheiro dos pratos brasileiros, seja em horas boas ou ruins, o ovo voltou a ter seus dias de destaque, ainda mais nestes tempos de pandemia. A razão é que, com a alta nos preços de outros alimentos, como a carne, por exemplo, a saída foi encontrar outras alternativas. E nesta busca, o ovo é polivalente, seja como base de diversas receitas ou também como fonte de proteína quando preparado sozinho.

No Piauí, a produção para o consumo, ano passado, foi de aproximadamente 182 milhões de ovos, o que representa um crescimento de 1,93%, em relação a 2019. Isso equivale a uma média de quase meio milhão de ovos produzidos por dia. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mostram, também, que em termos de valor essa produção movimentou mais de R$ 110 milhões.

Ainda assim, os números são considerados baixos na comparação com a média do país. No ranking nacional, o Estado não aparece nem entre os 15 primeiros. No Nordeste, então, é o sétimo maior, a frente apenas de Sergipe e Maranhão. Mas, a alta na produção de ovos no Piauí chama a atenção por ter sido a única entre as proteínas animais.

De acordo, ainda, com o IBGE, a produção de leite industrializado caiu 1,6%; a quantidade de suínos abatidos reduziu 9,7%; bem como a produção de carnes bovina e de frango que tiveram quedas na casa de 16%. “Essas baixas, em todas as espécies, tiveram como causa a pandemia da Covid, que reduziu algumas atividades e até parou outras. Assim, esses produtos registraram alta no preço, o que fez o consumidor procurar alternativas”, avaliou Pedro Andrade, supervisor de pesquisas agropecuárias do IBGE no Piauí.

Entretanto, o analista do IBGE acrescenta que, apesar das limitações de algumas atividades para o controle da pandemia, a pecuária piauiense manteve-se inalterada, por se tratar de atividade essencial, observando os protocolos recomendados pelas autoridades.

E a produção de ovos de galinhas pelas granjas não parou de crescer. “Tudo resultou para o bom desempenho com crescimento na produção do setor granjeiro, maior produção somado a alta na procura pelo produto”, justifica.

 É o caso da técnica em enfermagem Cynara Leite, de 37 anos. Acostumada a comprar duas cartelas, com trinta ovos cada, ela passou a adquirir mais uma cartela todos os meses para complementar na alimentação familiar. O motivo: a alta no preço do quilo da carne. “Ano passado, com a pandemia, todo tipo de carne ficou bem mais cara, até mesmo a de frago. Então, foi o jeito comprar mais ovos e assim ter mais proteína no prato”, explicou.

Granjas registram crescimento

No Piauí, o município com a maior produção de ovos é Valença, com pouco mais de 6,6 milhões de dúzias, representando cerca de 25% de toda a produção do estado. Na sequência, aparece Teresina, com uma produção de 2,8 milhões de dúzias, cerca de 10,85% da produção total piauiense.

E é justamente em Valença que se encontra o maior número de granjas. A maior delas, por exemplo, a Granja Moreira, produz uma média de 240 mil ovos por dia. “Estamos no mercado há quase 35 anos, ou seja, desde 1987, e sempre procurando evoluir e produzir alimentos saudáveis e nutritivos que contribuirão significativamente para o desenvolvimento e qualidade de vida dos nossos consumidores”, afirmou Carlos José Moreira, diretor-presidente da Granja.

Ele acrescenta que a sua empresa é toda informatizada e emprega, atualmente, cerca de 200 funcionários diretamente. “Temos 46 aviários funcionando a todo vapor, ainda mais com o crescimento do consumo do ovo nos últimos meses”, destacou.

E praticamente toda a produção da Granja Moreira, bem como de outras granjas no Estado, é absorvida pelo mercado interno. Na Nova Ceasa, por exemplo, foi registrado um crescimento de 40% nas vendas de ovos. Esse aumento foi verificado em levantamento feito junto aos permissionários do mercado pela pela gerência operacional do entreposto. No local, diversos boxes e bancas comercializam o produto. Segundo permissionários do mercado, as boas vendas de ovos aconteceram logo no início da pandemia.

“Acreditamos que a alta no preço da carne foi o fator determinante para o aumento tão expressivo das vendas de ovos, se comparado ao mesmo período do ano passado. Aqui no nosso box, há meses que as vendas subiram em até 40%”, disse Ezequias Cardina, gerente de uma empresa que comercializa ovos na Nova Ceasa.

A caixa do produto, com 360 ovos, custa, em média, R$ 120. A cartela com 30 ovos é comercializada, em média, por R$ 10.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES