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Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

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Barroso, presidente do STF, liga Elon Musk à extrema direita mundial

O presidente do STF coloca Elon Musk como elo de um movimento internacional destrutivo de extrema direita

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A figura do empresário Elon Musk, o bilionário sul-africano, que adotou os Estados Unidos como berço para seus meganegócios, e recentemente protagonizou ataques a instituições brasileiras e ao STF, voltou aos destaques nesses últimos dias, pelo menos em duas ocasiões.

A primeira delas graças  ao governador do Rio Grande do Sul, que veio a público agradecer a Elon Musk por ter enviado para seu Estado, a pretexto das enchentes, algumas dezenas de antenas parabólicas da Starlink, fabricadas por empresa desse multibilionário. Eduardo Leite sensibilizou-se, como demonstra, muito mais com esse gesto, do que com os mais de R$ 40 bilhões que o Governo Federal já mandou para socorrer as vítimas das enchentes gaúchas.

O governador foi bastante explícito ao se dirigir a Musk: ”Expresso gratidão pelo apoio vital em um momento de grande necessidade”, como se as parabólicas, embora mantida sua importância, tivessem algum efeito prático para matar a fome das vítimas, dar-lhes saúde ou reconstruir suas casas.

O segundo destaque a Elon Musk, na contramão dos agradecimentos e elogios do governante gaúcho, parte nada menos do que  da manifestação do Ministro Luís Roberto Barroso. Numa entrevista ao jornal britânico Financial Times, o presidente do Supremo Tribunal Federal liga o dono da plataforma X (antigo Twitter) a “movimento perigoso de extrema direita” mundial, que, segundo ele, “tenta criar problema onde não existe, com alegações da prática de censura no Brasil.”

O presidente do STF coloca Elon Musk como elo de um movimento internacional destrutivo de extrema direita, que busca desestabilizar democracias, e faz um alerta para o crescimento de “onda de populismo autoritário”, afirmando  que estamos lutando contra poderosos inimigos da Democracia, “ que invocam a liberdade de expressão quando, na verdade, defendem um modelo de negócios baseado no engajamento e, infelizmente, no ódio, no sensacionalismo e em teorias de conspiração.”

As manifestações do presidente do STF vêm a propósito de atuação arruaceira de Elon Musk, que após produzir, acolher e propagar mentiras e desinformações sobre o Brasil e suas autoridades, com sérias agressões particularmente ao Ministro Alexandre de Moraes, disse publicamente que sua plataforma X não acataria as decisões da justiça brasileira e não tiraria do ar as postagens de fake News plantadas em relação às decisões brasileiras.

A propósito de Elon Musk, de sua plataforma X, das suas antenas parabólicas Starlink, da sua presença no mercado de fabricação de carros (ele é dono da Tesla), e das suas relações com o Brasil, três fatores chamam nossa atenção.

O primeiro diz respeito ao ímpeto de Elon Musk em impulsionar audiência ao antigo Twitter, chamando ao engajamento milhares de brasileiros que se ligam à direita e à extrema direita, ganhando dinheiro com tais adesões; outro aspecto meramente econômico tem relação com o lítio, que tem no Brasil uma das principais reservas mundiais, pela importância extraordinária que esse minério, chamado “ouro branco”, possui na transição energética, elemento determinante na produção de baterias dos carros elétricos, na pintura de automóveis e até na fabricação de vidros para telas de celulares e derivados.

Por último, as parabólicas de sua fabricação, utilizadas em várias situações, até mesmo como auxiliares na descoberta e comunicação entre exploradores minerais ao longo do mundo, fugindo espertamente ao monitoramento e fiscalização. 

Isso é tão grave que a Polícia Federal, numa grande operação realizada em garimpos ilegais operados em reservas indígenas no último dia 15 de abril, localizou 24 antenas Starlink em poder dos criminosos. Esses instrumentos, em  território isolado, eram usados para negócios do garimpo ilegal com várias partes do mundo, para troca de informações entre os delinquentes.



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