O que é melhor para o candidato: Uma prova “fácil” ou “difícil”? Veja as dicas

Características da banca são determinantes para o estilo de prova.

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O que é melhor? Provas mais difíceis ou provas mais simples?

Em primeiro lugar, para o candidato despreparado não há prova simples, porque é preciso ter conhecimento sobre os assuntos abordados, que costumam ser bastante específicos e não de domínio comum.

Podemos considerar provas mais simples aquelas com enunciados mais curtos e objetivos e com opções de respostas seguindo essa mesma linha. No que se refere às disciplinas de direito, são priorizadas as leis, cobradas de forma literal, o que termina privilegiando a memorização, em lugar do entendimento.

Já as provas mais difíceis, não só em razão do número de disciplinas e profundidade dos conteúdos que poderão ser cobrados, exigem uma real compreensão dos assuntos, e muitas vezes pode ser cobrada a análise de casos concretos. Em muitas situações é preciso conhecer posições doutrinárias e jurisprudência. Além disso, a própria apresentação das questões pode ser complexa, e o candidato precisa ter cuidado na interpretação do que está, de fato, sendo pedido.

Pelo acima exposto, poderíamos considerar que as ditas provas ?fáceis? deveriam ser preferidas por todos, mas não é esse o caso. Isso porque uma prova mais simples coloca os candidatos muito bem preparados praticamente em nível de igualdade com aqueles que têm um conhecimento ainda superficial, retirando daqueles a vantagem sobre esses. O inverso, sim, acontece. Provas simples são ideais para quem tem pouco tempo de preparação, porque permitem ao candidato menos experiente concorrer com chances de aprovação. Por outro lado, em razão do relativo nivelamento dos candidatos, também nesse tipo de prova é preciso muita atenção, já que apenas uma questão errada pode colocar o candidato fora das vagas.

Perfil das bancas

O curioso é que as características da banca são mais determinantes para o estilo da prova que o candidato deverá enfrentar do que o tipo de concurso. Assim, bancas que têm perfil de questões mais simples e diretas, mesmo quando elaboram provas de nível superior para concursos que cobram muitas disciplinas, mantêm a essência de seu perfil, resultando em provas menos complexas.

Por outro lado, bancas que tradicionalmente elaboram provas que exigem mais raciocínio e interpretação, mesmo quando organizam concursos de nível médio para cargos que não exigem tanta variedade de conhecimento, deixam a sua marca, e o resultado são provas mais refinadas.

Apesar disso, existe uma gradação na complexidade/simplicidade das questões de acordo com o nível de escolaridade e perfil de concurso.

Como ficar bem preparado

Para qualquer estilo de prova, a indicação é sempre resolver muitas provas de concursos anteriores da mesma banca examinadora, para o mesmo nível de escolaridade e, se possível, para o mesmo perfil de concurso.

Cada banca tem um estilo próprio de questões e, não raro, apresenta preferência por determinados assuntos. Se o candidato efetivamente resolver muitas questões, terá condições de ficar muito bem familiarizado com o estilo da banca ? seja ele simples ou complexo ? e evitará a sensação de que pode ter uma pegadinha oculta (no caso de provas ?fáceis?) ou a surpresa com a profundidade da cobrança (nas provas ?difíceis?).

O candidato realmente bem preparado chega ao ponto de reconhecer as questões quando começa a resolvê-las, porque é comum que as bancas repitam as mesmas estruturas de questão, com pequenas alterações. Por isso é tão importante a resolução exaustiva de provas de concursos anteriores.

Provas "fáceis"

As questões de português cobram o conhecimento de forma mais direta, por meio da substituição de expressões ou solicitando que o candidato complete as lacunas apresentadas com a forma correta.

As questões de direito cobram conteúdos mais literais, principalmente no que se refere a legislações. Infelizmente, nesse caso é importante memorizar a legislação, porque pode haver questões em que o texto da lei sofre uma pequena alteração (inclusão, exclusão ou alteração de uma palavra ou expressão) e o candidato precisará reconhecer a alternativa em que o texto está correto. Não prioriza a compreensão profunda do conteúdo.

Esse tipo de prova é cada vez menos comum, em razão da evolução dos concursos públicos. Mas bancas menores, tais como bancas municipais, ainda tendem a elaborar provas bastante simples e objetivas, com cobrança de literalidade de leis.

Provas "difíceis"

Nas questões de português, muitas vezes são apresentados textos longos. Nesse caso, pode ser interessante que o candidato primeiro leia as perguntas, para já saber o que será cobrado do texto e direcionar melhor a leitura. Essa disciplina não deverá ser deixada por último, exatamente por ser cansativa. Mas também não deve ser logo a primeira, caso o candidato não tenha muito domínio da mesma, já que os primeiros minutos de prova normalmente são aqueles em que o candidato está muito nervoso, o que dificulta o entendimento dos enunciados.

Com relação às disciplinas de direito, exigem que o candidato tenha conhecimento profundo e que seja capaz de fazer inferências, com análise de casos, por exemplo. Além disso, o candidato deve conhecer doutrina e jurisprudência, não se restringindo apenas ao texto das leis.

É importante conhecer a posição da banca com relação aos assuntos polêmicos para que o candidato saiba o que será considerado correto. Isso porque as bancas podem divergir em relação a assuntos controversos, e não costumam aceitar recursos contra o gabarito nesses casos.

Veja a seguir uma breve análise do perfil das principais bancas:

Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB)

Tem perfil de elaborar questões mais complexas e bem elaboradas, muitas vezes de forma multidisciplinar (abordando temas de mais de uma matéria). Cobra conhecimento de doutrina e jurisprudência. Suas provas, em geral, apresentam itens para julgamento (estilo certo e errado), com desconto de pontos para marcações incorretas; por esse motivo, é importante ter cautela em caso de dúvida ? nem sempre vale a pena arriscar o chute. Também pode elaborar provas de múltipla escolha ? isso estará definido no edital. Organiza os concursos para a Polícia Federal, Instituto Rio Branco, agências reguladoras, ministérios e alguns tribunais.

Escola de Administração Fazendária (Esaf)

Costuma apresentar questões elaboradas, por vezes com enunciados longos, que exigem do candidato atenção e raciocínio. As questões das disciplinas de exatas tendem a ser bastante trabalhosas. É necessário conhecimento de doutrina e jurisprudência para as questões de direito. Tradicionalmente organiza os concursos da Receita Federal e Ministério da Fazenda.

Fundação Getúlio Vargas (FGV)

A banca apresenta questões que exigem não só profundo conhecimento dos assuntos, mas boa interpretação na hora da prova. É necessário conhecimento de doutrina e jurisprudência para as questões de direito. Realizou todos os concursos recentes para auditor fiscal do RJ (ICMS-RJ). O grau de dificuldade costuma ser tão elevado que o candidato deve se preocupar em obter a pontuação mínima em todas as disciplinas; desta forma terá grandes probabilidades de ficar dentro das vagas. Assim, é mais importante ter uma preparação razoável em todas as matérias do que muito boa em algumas e correr o risco de ser eliminado em outras.

Fundação Carlos Chagas (FCC)

A banca FCC dá preferência a enunciados mais curtos e questões mais objetivas. As questões das disciplinas de direito em alguns casos tendem à literalidade, embora isso esteja mudando e já se encontrem questões que cobrem doutrina e/ou jurisprudência, mesmo que de forma mais superficial. É responsável por organizar muitos concursos para tribunais.

Fundação Cesgranrio

Elabora provas com questões mais objetivas e enunciados mais diretos. Tradicionalmente organiza os concursos para a Petrobras e suas subsidiárias, BNDES, e outros concursos de grande porte.



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