Quando a sociedade machista do século XIX percebeu que as mulheres estavam querendo buscar seu lugar na malha social, foi feito de tudo para colocá-las diante de um fogão e sob a aba dos maridos e filhos novamente.
Arthur Shadwell, médico especializado em saúde pública, chegou a inventar a condição "rosto de bicicleta" para impedir que as mulheres começassem a andar por conta própria, em 1890.
O veículo permitiu às mulheres novas liberdades, e incentivou também a prática de atividades físicas, chegando a ditar a moda com novas maneiras de se vestir. Com seu surgimento veio, obviamente, a maré de oposições — em sua maioria de homens.
Como relata uma matéria da Vox, os médicos passaram metade da década de 1890 disseminando a informação de que usar bicicleta deformaria o rosto das mulheres devido à expressão de cansaço após vários quilômetros pedalados. Foi declarado que elas poderiam adquirir para sempre sombras escuras sob os olhos, um maxilar protuberante, palidez e olhos esbugalhados.
O médico dividiu opiniões sobre as consequências que a bicicleta trazia, alguns deles dizendo que era devido ao esforço físico de andar ou equilibrá-la, e outros de que era uma penitência de Deus por violarem as regras impostas pela Bíblia Sagrada.