Benjamin retrata o Boi de Parnaíba no livro Veredas da Meia-Lua

Veredas da Meia-Lua é fruto desse convívio sentimental e profissional com donos e brincantes de Boi acrescido das suas memórias

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Benjamim Santos | Divulgação
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O escritor e dramaturgo Benjamin Santos lança nesta sexta-feira, 29, o livro 'Veredas da Meia Lua'. Será na cidade de Parnaíba, no Centro Cultural Sesc-Caixeiral, às 19h30.

Parnaibano, ele passou 40 anos fazendo teatro em Recife e no Rio de Janeiro. Em 2001, voltou a morar na sua cidade, mas sem deixar o que sempre gostou de fazer: escrever. A obra que agora está sendo publicada é mais um projeto do autor que se inspira a cada dia, dentro do seu cotidiano no litoral. Trata-se de uma obra sobre o Boi de São João da Parnaíba.

Filho de Benedito dos Santos Lima, fundador do Almanaque da Parnaíba (1924), Benjamim considera que nasceu em berço de ouro cultural e cresceu durante os anos quarenta e cinquenta do século passado, o período de maior efervescência da cultura parnaibana. Toda essa cultura era produzida por uma elite de professores, jornalistas, músicos e pintores além dos artistas populares do Bumba-meu-boi (chamado Boi de São João), da Marujada, do Congo e dos Violeiros-cantadores. Mas foi ao Boi de São João que Benjamim ligou-se de maneira especial. Isto porque era um folguedo que juntava canto, dança e teatro com personagens humanos, bonecos fantásticos, o que para ele era uma festa.

Todo ano, em junho, a folia tomava conta das ruas e os bois passavam em frente de sua casa situada no centro da cidade e brincavam diante da porta. Rapazinho, em tarde de algum sábado de agosto, Benjamim lembra que saía para ir aos bairros distantes assistir à 'morte do Boi', acontecimento anual que encerra a temporada, e voltava considerando que tinha visto um grande espetáculo. Depois de adulto, jamais esqueceu o Boi de São João.

De volta à Parnaíba em 2001, ele deu continuidade à sua profissão de escritor-dramaturgo e a convite do prefeito na época, Paulo Eudes (2001-2004), foi assessor e depois, secretário municipal de Cultura. Nesta época, desenvolveu alguns projetos. Fundou e foi curador do Museu do Trem do Piauí, instalado na antiga Estação de Passageiros. Depois, criou o Jardim dos Poetas (uma antologia ao ar livre da poesia parnaibana), que não teve continuidade pelos prefeitos seguintes.

Durante sua gestão, deu especial atenção aos grupos de boi existentes na cidade. Com a sua liderança, foi criada a Sociedade de Bois da Parnaíba, uma entidade jurídica defensora da atuação dos grupos em busca da preservação do folguedo. Como presidente da entidade, conheceu mais brincantes e donos de Boi, grupos adultos e infantis, e viu de perto as dificuldades que cada um enfrenta para vestir-se e apresentar-se pela cidade no mês de junho.

Veredas da Meia-Lua é fruto desse convívio sentimental e profissional com donos e brincantes de Boi acrescido das suas memórias e das reflexões sobre a realidade atual, quando o velho folguedo é bombardeado pelas novidades modernas dos Bois de Parintins que, a cada ano, descaracterizam mais e mais a tradição do folguedo parnaibano.“Toda a cultura parnaibana, em sua essência, está concentrada no Boi de São João. Em nenhuma outra cidade, o Boi está mais inserido em sua História do que na Parnaíba. Deixar que se acabe esta brincadeira é eliminar parte da História da cidade. Obrigação é preservá-la”, diz o autor.

Escrito em 2005, o livro foi atualizado em 2018, tendo o apoio para a publicação do amigo João Batista Mendes Teles para financiar a edição.

O livro contém 176 páginas, ilustrado com fotografias de Helder Fontenele, Walter Fontenele,  arquivos de Benjamim Santos e Batista do Catanduvas. Projeto gráfico de Paulo Moura. Edição: Amostragem. (Por Liliane Pedrosa)



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