Universidades alemãs buscam pesquisadores e alunos no Brasil

Freie Universität Berlin: uma das universidades alemãs

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Freie Universität Berlin | Terra
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O Brasil tem se destacado no cenário científico internacional e uma prova disto é o crescente interesse de universidades alemãs em atrair para o país pesquisadores e estudantes brasileiros. "O Brasil e a Alemanha têm uma longa história de parcerias científicas e sempre tiveram bons contatos, mas estes nunca foram tão intensivos como agora", contou com exclusividade Christian Müller, coordenador do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) no Brasil.

O programa Ciência sem fronteiras, do governo federal, é um dos responsáveis pelo aumento do interesse. Através dele, foi estipulada a meta de enviar 10 mil bolsistas para a Alemanha até 2015. "O programa mostra para a Alemanha a importância, não só econômica, mas também científica do Brasil. Além disso, a formação universitária brasileira é excelente e os doutorandos e estudantes se integram muito bem nas universidades alemãs", explica Michael Eschweiler, diretor do departamento Brasil, Chile, Uruguai e Paraguai do DAAD na Alemanha. "Antes havia poucos brasileiros nas universidades alemãs. O Ciência sem fronteiras incentiva e possibilita vinda de mais brasileiros ao país. No primeiro edital, foram concedidas 500 bolsas de estudos, no segundo, mais de 900 inscrições", conta.

A parceria entre universidades alemãs e brasileiras e o intercâmbio de estudantes e professores não é somente produtiva para o Brasil, mas também para a Alemanha. "As universidades na Alemanha estão procurando se internacionalizar e o Brasil proporciona ótimas oportunidades de pesquisa e estudo para alemães, pois possuiu excelentes universidades. Um exemplo é a USP, a melhor universidade da América Latina", explica Eschweiler. Segundo o diretor, para um alemão é muito interessante ir pesquisar no Brasil, pois, apesar de serem culturas diferentes, há muito em comum. "Os dois sistemas de ensino superior possuem diferenças e essa troca de experiências entre diferentes formas de pesquisar e de docência é muito produtiva para os dois países", ressalta.

Universidades alemãs no Brasil

Na busca por parcerias e estudantes, algumas universidades alemãs estão abrindo escritórios de representação no Brasil. Estes escritórios se concentram no Centro Alemão de Ciência e Inovação São Paulo (DWIH-SP), que foi criado para promover o intercâmbio através da representação conjunta no exterior de universidades, instituições de pesquisa e agências de inovação alemãs. O centro surgiu de uma parceira entre o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha e do DAAD. Segundo o coordenador do DWIH-SP, Marcio Weichert, "o Brasil é um importante global player não só economicamente, mas também cientificamente, além de ser o país mais importante da América Latina. Além disso, São Paulo possui a maior concentração de indústrias alemãs fora da Alemanha".

Uma das universidades que abriu um escritório de representação no Brasil foi a Freie Universität Berlin (FU). Segundo o diretor administrativo do Centro para Cooperações Internacionais da FU, Herbert Grieshop, o Brasil foi escolhido pelo potencial que possui. "Em muitas áreas de pesquisa Brasil e Alemanha estão no mesmo nível", explicou Grieshop. O escritório, aberto em 2010, já apresentou resultados: "fortalecemos o intercâmbio de estudantes com a USP e agora estamos fechando um contrato de cooperação com a Unicamp", afirma Grieshop.

Segundo o diretor, o Ciência sem fronteiras abriu novas portas para estudantes e pesquisadores que desejam ir para a Alemanha. "O anúncio do programa nos deixou muito felizes, pois aumentaram as possibilidades de se trazer mais brasileiros", completa.

No último edital do programa, a FU reservou 20 vagas de doutorado e 50 vagas de mestrado e graduação para brasileiros. A meta da universidade é dobrar o número de matriculados na FU em três anos. "Entretanto, ficaríamos muito felizes se conseguíssemos atrair para a FU entre 200 e 300 estudantes e pesquisadores do Brasil", revela o diretor.

O idioma

Uma das principais barreiras para brasileiros estudarem na Alemanha continua sendo o idioma. O que muitos não sabem é que isso não é problema quando se trata de doutorado. "Na FU, principalmente nas áreas de ciência naturais, há possibilidade de ser fazer doutorado em inglês", ressalta Grieshop. Segundo o diretor do DAAD, Michael Eschweiler, "quem estuda alguma engenharia sabe que as melhores universidades estão na Alemanha e por isso já procura fazer um curso de alemão. Além disso, o DAAD oferece nas universidades brasileiras cursos para quem tem interesse em aprender a língua", declara.



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