Atleta do Vasco morto aos 14 anos recusou cirurgia para se tratar

Médicos queriam amputar a perna do garoto para salvar sua vida.

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Isaque Souza, de 14 anos, não tinha limites para seus sonhos. Torcedor fanático do Flamengo, clube por onde passou de 2016 a 2017, não viu problemas em retomar sua carreira de jogador no Vasco, onde começou no futsal e conquistou títulos. O futuro parecia bastante promissor para o menino, morador do Jacarezinho, que já tinha até contrato com agentes. Na última quinta, tudo foi interrompido.

A carreira, por uma doença cruel, um câncer ósseo que começou no joelho e se espalhou pela perna. Sua vida, porém, talvez fosse salva por uma cirurgia que ele, com os pais, decidiu recusar.

Recomendada em março por médicos que o tratavam no Instituto Nacional do Câncer, a amputação da perna foi cancelada pela família na data marcada para a cirurgia. Segundo nota do Ministério Público do Rio, sua família, que é evangélica, revogou o consentimento que já havia sido assinado para a cirurgia.

Isaque deu entrada no Inca da Cruz Vermelha na quinta com dores para receber os medicamentos pela última vez. Não resistiu. O pai de Isaque, o gari José Claudio Souza, confirma que a família tinha fé na recuperação do menino. O futebol também norteava a esperança.

“A gente acreditava sempre, ele também. Falava que ia voltar. Essa força que ele tinha e sempre teve que fazia a gente perguntar: Filho, o que acha? Ele pediu pra não amputar a perna. É Deus quem está me segurando”, contou o pai.

Em vão, órgãos tentaram convencer os pais

Segundo informações do Ministério Público do RJ, até dia 2 de agosto houve reiteradas tentativas de convencer a família a operar o menino. Em nota, o MP afirma que a promotora de Justiça informa que assim que foi informada do caso pelo serviço social do Inca, entrou em contato com a 1ª Vara da Infância e da Juventude da Capital.

Foi feita uma inspeção judicial, e o caso foi discutido com a equipe médica, com a assistente social e a psicóloga da pediatria do INCA. Em seguida, houve uma longa conversa com a família e com o adolescente, na tentativa de conscientizar a família quanto à importância do procedimento de amputação.

A promotora Agnes Mussliner entrou com uma representação por infração administrativa contra os pais do adolescente, denunciando o descumprimento das orientações médicas e o risco para a vida do adolescente. Houve tentativas de conscientizar a família, mas não houve acordo. A família se manteve irredutível, alegando crer na cura de Isaque sem qualquer cirurgia.

A promotora diz que ouviu o adolescente, mas Isaque confirmou que não desejava mesmo a amputação.

Como a promotora Agnes Mussliner já entrou com representação, pode haver denúncia, caso se entenda que a morte poderia ser evitada pela cirurgia negada pelos pais.

“Quem escreve nossa história é Deus. Às vezes você quer alguma coisa e é pra ser de outro jeito. Creio que a essa hora ele já está no céu, feliz, sem dor”, emociona-se José Cláudio.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES