Fred abre coração sobre seleção, vida RJ e não nega a fama de “Dom Fredon”

Mulheres, vaidades, vida no Leblon, seleção brasileira: o que faz a cabeça do atleta

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

No caminho de casa, na Praia do Leblon, ao trabalho, no Fluminense Futebol Clube, Frederico Chaves Guedes, o Fred, pisa no freio de seu Porsche Panamera Turbo ao avistar o anúncio de um show de Roberto Carlos estampado num outdoor na Rua das Laranjeiras.

? Vai ter show do Rei, preciso muito ir. Cresci ouvindo as músicas dele na casa da minha avó ? lembra o jogador de 29 anos, natural de Teófilo Otoni, Minas Gerais, que em seguida solta um suspiro: ? Eu nasci assim, romântico.

Duas quadras à frente, ainda na engarrafada Laranjeiras, o atacante mostra que faz jus ao apelido de ?Dom Fredon? ao abaixar, no impulso, o vidro do carro.

? Olha a loira bonita subindo a ladeira! ? grita para uma mulher que passava do outro lado da rua, interrompendo a entrevista e chamando a atenção de dois amigos instalados no banco traseiro.

O adiantado da hora para o treino, porém, faz com que ele se limite a virar o pescoço e acompanhar o caminhar da moça. Em fevereiro passado, Fred estava no mesmo carro (avaliado em cerca de R$ 950 mil, o equivalente a seu salário mensal) quando beijou uma morena que circulava de motocicleta no meio do trânsito de Belo Horizonte e, depois, perguntou: ?O que você faz além de sucesso?? O vídeo da cena foi parar no YouTube e, além de sucesso, fez o namorado da mineira terminar tudo. Já Fred, apesar de recentes fotos com mais uma morena a tiracolo nos sites de celebridades, garante que está para jogo:

? Estou solteiro.

Recém-solteiro. Na Copa das Confederações, ele comemorou o quarto gol do Brasil contra a Itália fazendo aquele coraçãozinho com a mãos para a empresária Ana Gabriela Côrtes, 24 anos, que estava na arquibancada da Arena Fonte Nova, na Bahia, ao lado da família dele. A relação terminou logo após o torneio.

? Ela é muito bacana, mas não deu certo. Foram dois meses ? contabiliza.

O affair com Ana Gabriela foi uma das relações mais duradouras de Fred desde 2007, quando ele se separou da modelo mineira Amanda Goecking, mãe de Geovanna, de 7 anos, a única filha do jogador.

Se ele pensa em se casar de novo?

? Querer eu quero. Tenho o sonho de formar uma família com muitos filhos ? conta ele, que procura companheira fora da área de atuação das ?marias-chuteira?. ? Sou chato para mulher. Não gosto das atiradas, prefiro conquistar na troca de olhares. Mas, como sou tímido, às vezes perco boas oportunidades.

Semana passada, Fred instigou a legião de fãs ao publicar no Instagram uma foto brincando com a filha e dois sobrinhos, com a legenda: ?Quero mais quatro filhos.? Mais de 22 mil pessoas curtiram. ?Podemos ter quantos filhos você quiser?, candidatou-se uma. Não demorou para virar leilão. ?Tenho total capacidade de realizar seu sonho?, disse outra. ?Com você eu teria até 16 filhos?, exagerou uma terceira.

No meio do caminho, uma cotovelada

Após brilhar na Copa das Confederações, o artilheiro, que acaba de ser convocado para o próximo amistoso da seleção brasileira, vive momento embaçado nas Laranjeiras. No último dia 21, quando o Fluminense enfrentou o Vasco no Maracanã, Fred foi expulso aos 25 minutos do primeiro tempo depois de dar uma cotovelada no zagueiro Jomar. Foi o quinto cartão vermelho em cinco anos de Fluminense ? no mesmo período, ele marcou 110 gols em 170 jogos.

? Foi um lance isolado no histórico do jogador, que possui estatísticas positivas. Seria mais grave para a sua imagem se ele tivesse se envolvido em uma confusão numa boate, por exemplo. Mas a expulsão não deixa de ser um aviso para ele ficar esperto ? analisa o consultor de marketing esportivo Amir Somoggi.

Pela falta, Fred foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva a quatro jogos de suspensão, mas o clube conseguiu um efeito suspensivo para que ele pudesse continuar jogando até a marcação de um novo julgamento. No entanto, o jogador já passou por ?audiência pública? ao usar o Facebook para se justificar: ?Quero pedir desculpas aos meus companheiros. Sei que a posição que ocupo exige muita responsabilidade. Esse fato não se repetirá.? Alguns não o perdoaram: ?Você foi irresponsável quando o time precisava de você?, acusou um. Já as fãs, em sua maioria, relevaram: ?Só os homens curtem esse ódio/inveja do Frederico?, destacou uma senhora. Torcedoras de times rivais, inclusive, o defenderam: ?Está desculpado, coisinha fofa! Sou flamenguista, mas torço por você secretamente! Errar é humano!?

Foi depois da atuação de gala/galã na Copa das Confederações, com direito a gol deitado (e ao comentário: ?Já fiz tanta coisa boa deitado... Faltava o gol?), que Fred se consagrou como o queridinho das flamenguistas, vascaínas, botafoguenses, corintianas, gremistas... Um personagem admirado por meninas de 18 a senhoras de 60 não exatamente pelo talento em campo: para elas, a barba por fazer, o físico atlético e os cachinhos são mais relevantes do que o saldo de gols.

? O Fred representa a masculinidade tradicional. Não tem traços perfeitos, mas possui atributos da beleza brasileira, como o cabelo crespo e a pele morena ? avalia a antropóloga Mirian Goldenberg, autora de ?Os novos desejos?. ? Na Copa, ele dedicou um gol a uma mulher misteriosa. Foi romântico num instante de glória. E as mulheres adoram isso: ele não tem vergonha de expor os sentimentos. Num primeiro momento, ninguém via o Fred como símbolo sexual: muitas mulheres só o descobriram agora.

Ao ouvir da produtora de moda da revista a proposta para o ensaio que ilustra estas páginas (?incorporar um modelo daqueles de comercial de perfume?), Fred arregala os olhos, respira fundo e vai conferir os ternos do figurino. Sem nenhuma contestação, pede licença à equipe e entra na cozinha para falar com Moema, a cozinheira. De volta à sala, explica que precisa almoçar ao meio-dia e convida todos os presentes para acompanhá-lo. Ele serve-se de salada de alface, couve-flor e azeitona e pesca um pedaço de frango à parmiggiana no pirex. Para beber, suco de caju. A seu lado na mesa estão Rodrigo Andrade, o Barriga (melhor amigo, confidente e motorista, que mora com o jogador), e Francis Melo (que acumula as funções de consultor de imagem e assessor de imprensa):

? Não faço nada sozinho, não consigo. Gosto de estar sempre acompanhado da família e dos amigos. E amigos que considero irmãos não enchem uma mão.

Terminado o almoço, Francis assume o seu papel e avisa que temos uma hora e 15 minutos para fotos e entrevista. E que, por conta do tempo restrito, não acha boa ideia alisar os fios do cabelo de Fred. O jogador concorda.

? Gosto do meu cabelo. É a parte que mais cuido em mim ? conta ele, que usa xampu, condicionar e creme para pentear de uma linha da Redken desenvolvida para domar os cachos.

Os produtos ficam arrumados numa prateleira do amplo banheiro de sua suíte e, a cada treino, são removidos para a inseparável nécessaire, um modelo preto da Armani estampado com nomes de cidades cosmopolitas. Além do kit-banho, a bolsinha tem loção Lancôme para o rosto, hidratante Calvin Klein para o corpo e dois perfumes: Boss Selection, para o dia, e Tom Ford Extreme, para a noite.

? Uso o básico ? diz ele, que vai ao podólogo a cada dez dias. ? Não é por vaidade, mas por necessidade. A chuteira esmaga meus dedos, meu pé é horroroso.

As fotos começam no sofá de couro branco da sala ? com Fred tímido. Na sequência, o cenário muda para o escritório, com móveis de madeira e nenhum porta-retrato.

? Minha casa em BH tem mais a minha cara ? diz o jogador, justificando a impessoalidade do ambiente.

Quando observa Fred desabotoando a camisa social, Francis não o poupa:

? Se Nelson Rodrigues estivesse aqui, diria: ?É o cafajeste do Leblon.?

Nessa altura, Fred já se mostra mais à vontade. E topa ser fotografado em sua cama king size, que tem cabeceira de madeira, edredom branco embolado e um único travesseiro.

? Deitado na cama, não! ? censura Francis. ? Tenho que ficar de olho: da última vez que ele fotografou na minha ausência, apareceu pelado com apenas uma bola cobrindo as partes íntimas.

O jogador permanece sentado na cama por três minutos, mas tem que sair correndo para o treino ? naquela tarde, ele atrasou meia hora, fato que foi repercutido na imprensa esportiva.

Fred demora, em média, 40 minutos para chegar ao trabalho ? facilidade que o levou a escolher a Zona Sul para morar desde 2009, quando voltou de uma temporada no elenco do Lyon, na França. Depois de quatro anos em Ipanema, o jogador se mudou recentemente para um apartamento no Leblon ? no mesmo prédio onde Ronaldo Fenômeno é proprietário da cobertura.

? O Leblon tem um clima família e reúne tudo o que mais gosto de fazer: teatro, cinema, restaurantes, bares, praia. E tem uma galera bonita pra caramba...

Quando o sol aparece, o artilheiro se mistura à ?galera bonita? na areia. Outro dia, foi clicado de sunga pelo paparazzo Gil Rodrigues.

? Jogador que atua no Brasil não costuma ser interessante para nós, mas, depois da Copa das Confederações, o Fred virou alvo. Na mesma semana, também fiz o Bruno Mazzeo de sunga, mas a foto do ator não fez tanto sucesso como a do jogador. ? compara Gil. ? Na praia, várias crianças e mulheres se juntaram em volta dele. E o Fred chegou a dar o número do telefone para uma bonitinha.

?Dom Fredon? anda à solta pelo Leblon. No Togu ou no Quadrucci ? seus restaurantes favoritos na Rua Dias Ferreira ? costuma estar bem acompanhado. Semana passada, foi flagrado saindo do Quadrucci com uma jovem morena que lembrava a ex Ana Gabriela, mas era outra ?amiga?. Na mesma noite, publicou no Instagram uma foto tietando o chef do restaurante, Ronaldo Canha.

? Como também sou mineiro, engatamos num papo sobre um leitãozinho. Ele não nega as raízes, pelo contrário, mas come de tudo ? conta o chef.

Fred é bom de boca e de copo: harmoniza as refeições com vinho francês.

? Meu paladar é bom, mas não entendo muito de vinho. Me arrependo de não ter visitado vinícolas quando morei na França. Os produtores mandavam vans buscar os jogadores do Lyon, mas nunca fui porque estava com a minha filha recém-nascida ? lembra o centroavante.

Quando a ideia é beber um chope, o artilheiro vai ao Boteco Belmonte, também na Dias Ferreira. Depois de ver publicada a informação de que sua mesa teria consumido 60 caipirinhas no Astor, em 2011, e ser perseguido por torcedores tricolores por causa da orgia etílica, Fred nunca mais voltou ao pé-limpo de Ipanema.

? Gosto de frequentar lugares onde sou bem tratado ? limita-se a dizer.

Noitadas em boate são raras em sua rotina (?Já gastei minha cota na night?). Ele prefere ir ao teatro ou ao cinema. A última peça a que assistiu foi ?Falando a Veras?, stand-up de Marcos Veras.

? Passo mal de rir em comédia. Também sou fã do Fábio Porchat, do Gregório Duvivier e da esposa dele, a Clarisse. Toda quinta-feira espero por um novo episódio do ?Porta dos Fundos? na internet. Uso a televisão mais para o videogame, jogo futebol e ?Call of duty?, de tiro.

No cinema, semana passada ele assistiu ao desenho ?Meu malvado favorito 2?, acompanhado da filha Geovanna. Mas ele assume que gosta mesmo é de comédia romântica.

? Amei aquele ?Amizade colorida? (de 2011, com Justin Timberlake e Mila Kunis).

Na seara da música, é eclético:

? O que muda meu espírito é house. Quando estou meio apaixonado, coloco Raça Negra. Quando estou de férias, sertanejão, tipo Leandro & Leonardo.

Evangélico, Fred tem a Bíblia como livro de cabeceira:

? Ganho muitas Bíblias de presente, duas ou três por mês.

Seus maiores ?pecados? estão relacionados a relógios e carros. No dia a dia, não tira do pulso um Hublot e anda no tal Porsche. Em eventos sociais, escolhe um dos três Rolex e vai de BMW.

? Fiquei um ano namorando o Porsche antes de comprá-lo. Pensava: ?Vale a pena gastar esse dinheiro todo?? Resolvi me dar de presente pois tinha sido campeão brasileiro ? relata o jogador, que tem o irmão Rodrigo como empresário e a irmã Karina como consultora financeira. ? O bom do dinheiro é poder ajudar a família. A vida é curta, gosto de aproveitá-la, mas não deixo de cuidar do que é meu, faço investimentos.

A boa fase tem ajudado a encher o cofrinho. Depois de cinco anos atuando com chuteiras pintadas de preto ? forma de mostrar que não era patrocinado ?, Fred assinou com a Adidas em maio passado (especula-se um contrato de R$ 5 milhões) e fez dois comerciais para a marca. Para Amir Somoggi, consultor de marketing esportivo, o jogador tem potencial para ser um novo Neymar ou Ronaldo no mercado publicitário.

? A imagem do Fred ainda não é bem trabalhada. Ele tem potencial para virar o rei do marketing, até porque o Brasil é carente de ídolos. Se ele se cercar dos profissionais certos, pode aproveitar essa lacuna. Não é nenhum garoto, mas está no auge como o camisa 9 da seleção.

Às vésperas de completar 30 anos, Fred joga no amistoso com a Suíça, no próximo dia 14. A escolha de Felipão mostra que o centroavante está com vaga praticamente garantida na Copa do Mundo no Brasil:

? Em 2006, era um moleque quando fui para a Copa da Alemanha, entrei em uma única partida, a três minutos do fim, e consegui marcar um gol. Tentei focar em 2010, mas fiquei de fora. Desde então, estou me preparando para 2014. Ganhar a Copa no Brasil é o grande objetivo da minha vida.

Nas glórias ou derrotas, Fred costuma lembrar-se da mãe, Gizelda, que morreu quando ele tinha 7 anos. Revoltado com a perda, o menino caiu em depressão e não quis mais ir à escola. Sem saber o que fazer, seu pai, Juarez, o incentivou a entrar no futebol:

? Sou muito família e até hoje sinto falta da figura da minha mãe.

Aos 12, Fred saiu de Teófilo Otoni para jogar na escolinha de um suíço em Volta Redonda. O empresário queria levá-lo para a Europa desde cedo, mas Rodrigo, já com visão empresarial, não deixou. Da escolinha, o jovem passou pelo América Mineiro e, em 2004, chegou ao Cruzeiro, onde ganhou fama. No ano seguinte, foi vendido ao Lyon por 15 milhões de euros. Foram cinco anos na França até voltar para o Brasil. Do Fluminense, ele não quer sair nunca mais.

? O meu planejamento pessoal e profissional está no Rio. Tenho o pensamento de ficar no Fluminense até o fim da minha carreira, lá pelos 35 anos. Quando me aposentar, vou permanecer no futebol. Gosto desse clima de competitividade e pressão. Futebol é a minha vida.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES