Santos melhora com Cuca, mas bola ainda queima nos pés em jogos

Time volta da Argentina com um bom resultado.

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Há duas formas de encarar o empate do Santos em 0 a 0 com o Independiente, na Argentina, pelas oitavas de final da Libertadores: uma positiva e uma negativa.

Vamos começar olhando pelo lado bom:

    •    Empate fora de casa num mata-mata é bom resultado. Vitória simples no Pacaembu, na próxima terça, classifica o Santos. Empurrado pela sua torcida, o time tem tudo para ficar com a vaga nas quartas de final;

Agora o lado ruim:

    •    O Santos terminou o jogo sem finalizar a gol. Para um clube que se orgulha de seu DNA ofensivo, isso é um absurdo.

Não é a primeira vez que o Santos tem uma atuação ruim como visitante na Libertadores. Na verdade, esse tem sido o padrão. Na fase de grupos, perdeu para Real Garcilaso no Peru e Nacional no Uruguai, e ganhou do Estudiantes numa partida que deveria ter rendido estátua para Vanderlei na entrada da cidade.

Cuca herdou esse Santos de Jair Ventura. Um Santos que se afoba com a bola nos pés fora de casa, mostra dificuldades na saída de jogo e sente falta de um centroavante que segure os zagueiros adversários, permitindo que os jogadores de meio cheguem no apoio.

Justamente por não ter um 9, Cuca admitiu que esperava muito mais de seus atacantes de lado. Rodrygo se mostrou acanhado, e Bruno Henrique errou tudo o que tentou (impressionante sua facilidade em tomar decisões erradas). Gabriel, mais uma vez, mostrou-se bem participativo, brigando pela bola no meio e se movimentando para dar opção de passe. Mas não conseguiu receber uma em condições de finalizar.

No meio-campo, Alison e Pituca correm como loucos e jamais poderão ser criticados por falta de vontade. Mas futebol de hoje em dia requer maior participação também nas funções ofensivas.

Carlos Sánchez ficou sobrecarregado na armação – e rende mais pela direita, não centralizado como jogou, praticamente limitando-se a brigar sempre pela "segunda bola". Bryan Ruiz o substituiu aos 34 minutos do segundo tempo, mas nem teve chance de jogar como gosta – com a expulsão de Dodô aos 36, o time todo se retraiu para segurar o empate, e ele virou mais um volante, com Pituca na lateral.

O lado bom

A não venda de Lucas Veríssimo foi a melhor notícia possível para o Santos no mercado de transferências. É rápido, sabe se posicionar, lê o jogo e é bom no mano a mano. Com os laterais mais presos à marcação, fica menos exposto e se sobressai ainda mais. Gustavo Henrique, que havia feito partida ruim contra o Cruzeiro, se recuperou e foi bem na Argentina.

No Pacaembu, empurrado pela torcida, o Santos tende a se posicionar todo no campo de ataque, como nos jogos na Vila Belmiro. O time parece se sentir mais à vontade para isso, até de forma natural.

Questionado sobre ter terminado o jogo na Argentina sem uma finalização sequer, Cuca lembrou que, contra o América-MG, o Santos finalizou 31 vezes contra duas do adversário e perdeu o jogo. O Independiente não é o América-MG e já ganhou do Corinthians em Itaquera este ano. Mas tende a ter a defesa mais testada com Rodrygo e Bruno Henrique mais inspirados do que estiveram em Avellaneda.

Conclusão

No geral, o Santos é, com Cuca, um time que se expõe menos. As linhas jogam mais próximas, e sobra pouco espaço para o adversário. O Independiente não teve chances quando tentou atacar pelo centro e só assustou pelas laterais depois da expulsão de Dodô.

Falta, aliás, corrigir a participação de Dodô nos lances de bola parada. As duas cabeçadas mais perigosas do Independiente foram em cima dele. No jogo da volta, a tendência é que Jean Mota, mais baixo do que Dodô, seja seu substituto na lateral esquerda. Será um Santos de mais posse e volume ofensivo.

O torcedor tem motivos, sim, para acreditar na classificação – e que Cuca melhore o time numa eventual quartas de final, quando voltaria à Argentina para enfrentar Racing ou River Plate.



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