A ciência da energia do corpo

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Anna Paula Buchalla e Paula Neiva

Na academia de gin?stica, o professor recomenda um suplemento ? base de cafe?na e ch? verde para acelerar o metabolismo. Na porta da geladeira da mo?a que faz regime est? pregado um plano alimentar para maximizar o gasto metab?lico. Na conversa de cabeleireiro, mulheres na faixa dos 40 anos culpam a queda no ritmo do metabolismo pelo fracasso da dieta. O atleta faz um treinamento intenso para aumentar a taxa metab?lica e ganhar mais energia para continuar treinando. A melhor maneira de aumentar o metabolismo tornou-se assunto das conversas de quem se preocupa com a forma f?sica.

H? uma centena de produtos alardeados como "aceleradores do metabolismo". S?o c?psulas e comprimidos embalados sob r?tulos como Ripped Fuel, Maximum Metabolism, Slim Seduction, Thermoloid e por a? vai. As livrarias exibem t?tulos como Ultrametabolismo: o Plano Simples para Perda de Peso Autom?tica, que por v?rias semanas figurou na lista dos mais vendidos do jornal americano The New York Times. Mas, afinal, o que ? exatamente o metabolismo e qual a possibilidade real de alterar seu ritmo?

Essas perguntas t?m respostas simples e claras. Comecemos pela segunda, a maior parte dos produtos e planos alimentares n?o passa de lan?amentos oportunistas, sem nenhum resultado pr?tico. Mas nem tudo est? perdido. A boa not?cia ? que a ci?ncia disp?e de ferramentas para medir e classificar o metabolismo humano como nunca teve no passado. Os especialistas podem hoje indicar como cada tipo de organismo queima calorias e ainda prescrever exerc?cios, dietas e rem?dios individualizados de modo que, em vez de estocar energia, as pessoas possam us?-la com mais efici?ncia.

A resposta ? primeira pergunta: metabolismo ? toda e qualquer rea??o qu?mica que gaste energia para produzir ou modificar mol?culas. Neste exato momento, h? uma centena de processos metab?licos em curso no seu organismo. Existem, por exemplo, uma rea??o qu?mica espec?fica para a absor??o de c?lcio pelos ossos, uma para a multiplica??o celular e outra que permite a voc? ler esta reportagem. H? cerca de quatro s?culos viveu em P?dua um professor de fisiologia humana chamado simplesmente Sanctorius. Ele foi o decano dos estudos do metabolismo humano ao tentar desvendar o que parecia um mist?rio aos s?bios do indagativo e emp?rico s?culo XVII: a diferen?a que havia quando eles comparavam o peso de tudo que um ser humano adulto comia e bebia com tudo que ele excretava em determinado per?odo. Sempre sa?a menos, muito menos, do que entrava pela boca. Sanctorius saiu-se com a conclus?o de que a transpira??o talvez explicasse a diferen?a. Ele deixou como legado a id?ia de que outras rea?es qu?micas "n?o detect?veis" do organismo deveriam tamb?m ajudar a explicar a diferen?a. Nesse processo inventou o primeiro term?metro cl?nico e um rudimentar medidor de pulsa?es card?acas.

Nos s?culos seguintes, os cientistas viriam a compreender que o metabolismo n?o ? uma quest?o relacionada apenas ? perda de peso. Hoje os estudos do metabolismo s?o essenciais para o desenvolvimento do tratamento de um grande n?mero de enfermidades. Alguns dist?rbios t?m origem em defeitos no processo metab?lico. S?o doen?as provenientes de erros gen?ticos raros e que atingem 1% da popula??o. Entre elas est? a fenilceton?ria, a car?ncia de uma enzima para digerir um amino?cido presente no ado?ante sint?tico aspartame e que pode lesionar o c?rebro. O hipo e o hipertireoidismo, descompassos da gl?ndula tire?ide, afetam diretamente o ritmo do metabolismo. O terceiro grupo, mais numeroso, ? o das doen?as que desregulam diretamente o metabolismo e s?o agravadas por essas mesmas altera?es metab?licas, em um ciclo perverso. Entre elas est?o alguns dos dist?rbios mais prevalentes nos dias atuais, o diabetes tipo 2, o excesso de colesterol e triglic?rides e a obesidade abdominal.

Para as pessoas sadias o metabolismo que realmente importa ? aquele que pode interferir na silhueta, o chamado metabo



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