Álcool se alastra entre menores no PI

O álcool está longe de ser um assunto levado à boca pequena entre os adolescentes.

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O álcool está longe de ser um assunto levado à boca pequena entre os adolescentes. Ao contrário do que se poderia esperar de algo que é proibido de ser vendido para menores de 18 anos, o que se vê, no Brasil e em Teresina, é que a droga lícita mais vendida não conhece idade. Muito menos aqueles que a vendem.

?Já tenho amigos da minha idade que não conseguem passar um dia sem beber. Na segunda-feira, eles já dizem que tem que tomar pelo menos uma cerveja?, garante a adolescente Vanessa*, 17 anos, que diz também já ter bebido. E ela já está em uma idade acima da média para experimentar o álcool.

De acordo com a pesquisa ?Este Jovem Brasileiro ? Álcool?, feita pelo portal www.educacional.com.br, aos 15 anos, 75% dos brasileiros já beberam em algum momento da vida. E mais: na mesma idade, 31% já ingeriram álcool até o ponto de ficarem embriagados. ?Na medida do possível, a escola tenta alertar dos malefícios do álcool. Mas fica difícil quando existe uma lei que proíbe bares perto das escolas, mas ela nunca é cumprida?, frisa Paulo Soares, diretor do Liceu Piauiense.

De acordo com os adolescentes, comprar bebida alcoólica não tem a menor dificuldade. ?É como você comprar uma balinha, pode ir a qualquer mercearia ou bar, que eles vão vender. Basta ter a bebida que eles vendem?, afirma Luciana*, 18 anos. E essa facilidade é um dos pontos mais controversos quanto à proibição da venda para menores de idade.

Para o secretário estadual de Segurança Pública, Robert Rios Magalhães, é preciso que exista, de início, um maior rigor na liberação dos alvarás para quem deseja vender álcool em seu estabelecimento. ?Quem fornece os alvarás são as Prefeituras. Em todos os locais do mundo, a legislação para venda de bebidas alcoólicas é bem rígida, algo que não acontece no Brasil?, reclama.

O secretário toca em um ponto também importante: os pais. ?O contato com o álcool também acontece até mesmo na casa dos pais, que acham normal o filho beber e ele vai fazer isso na rua?. Esse é mais um dado comprovado pela pesquisa, que contou com a participação de quase 12 mil alunos de 13 a 18 anos, de 96 escolas particulares de várias cidades do Brasil, que responderam anonimamente a um questionário online no período de 18 de maio a 6 de julho de 2009.

De acordo com ela, 28% dos adolescentes bebem a primeira vez em casa e 19%, estavam com os pais quando da primeira experiência. E, na maioria das vezes, 54% delas, a curiosidade sobre o que o álcool pode fazer é que leva ao primeiro gole. ?Beber na adolescência já é normal. Eu quis saber como era e experimentei, mas não acho legal quem fica bêbado?, comenta Marcela*, 17 anos.

Os resultados da pesquisa também revelam que alguns grupos parecem ter chance maior de ter problemas com o consumo de bebida - filhos de pais que nunca viveram juntos; jovens que têm relação ruim ou péssima em casa; famílias em que pai e mãe bebem demais; jovens e famílias que não seguem uma religião; alunos com desempenho péssimo na escola e que faltam demais às aulas.

Cigarro, maconha e outras drogas também estão associados a um padrão de consumo mais frequente e pesado de álcool. Já alguns dados aparecem como ?fatores de proteção? ao consumo mais pesado: ter uma relação boa ou ótima dentro de casa, ter pai e mãe que não bebem muito, seguir uma religião e praticar uma atividade física moderada.

Paulo Soares acredita que já existe uma necessidade de um programa específico nas escolas que alertam sobre os perigos das drogas sociais. ?Os professores colocam o assunto em pauta, mas não existe uma disciplina específica que trate desse aspecto e ela seria muito importante, já que o álcool é uma droga socialmente aceitável?, garante.

E os jovens acreditam que as campanhas educativas devam ser mais intensas. ?Acho que deveriam ser feitas campanhas contra o álcool como as que são feitas com o cigarro, especialmente para os jovens?, conclui Marcela*.



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