Caso Aretha: Defesa alega insanidade mental de ex-namorado

O inquérito que investiga a morte de Aretha Dantas, feito pelo Núcleo de Feminicídio, já foi concluído e entregue á Justiça. O ex-namorado da vítima, Paulo Alves dos Santos Neto foi indiciado por homicídio duplamente qualificado na condição de feminicídio e por meio cruel, a segunda qualificação pode ser comprovada através do exame do Instituto de Medicina Legal - IML que comprovou que após ela ter sido esfaqueada foi atropelada duas vezes.

“No exame cadavérico o médico retrata todas as lesões sofridas por ela, foram mais de 20 aplicadas por instrumento arma branca no caso a faca e também atropelamento que ficou provado que ele passou o carro nada mais, nada menos que duas vezes por cima da vítima. Tem sinais dos pneus do carro em sentido contrário no corpo dela e no local onde ela foi encontrada.” disse o coordenador do DHPP, delegado Francisco Bareta. 

Aretha Dantas Claro, foi morta no último dia 15 de maio pelo ex-companheiro que não aceitava o fim do relacionamento. A cabeleireira tinha 32 anos de idade e namorou com Paulo por cerca de 1 ano. Segundo  a polícia, durante esse período a vitima sofria agressões físicas e psicológicas.

“ Era unanimidade, todas as testemunhas que tiveram algum tipo de aproximação com o casal disseram que era um relacionamento extremamente conturbado, que Aretha se transformou depois desse relacionamento. Aretha era uma menina extremamente alegre, participativa e depois que iniciou esse relacionamento ela se afastou. As pessoas tinham a sensação que as conversas da Aretha com a família eram vigiadas, observavam um ciúme quase sem controle do Paulo.  Em março quando eles terminaram ela disse que tinha sofrido agressões físicas, que ela tinha lesões na testa, no rosto que era agressões que ele tinha causado nela. As agressões eram constantes durante todo o relacionamento”  relatou a delegada do DHPP, Luana Alves.

Se condenado pelo homicídio duplamente qualificado, Paulo Neto pode pegar de 20 a 30 anos de prisão mas, essa possibilidade pode ser mudada se a justiça for favorável ao pedido da defesa de que seja realizado um exame de sanidade mental, Paulo Neto pode mudar a sua pena, de uma reclusão para internação em um manicômio penitenciário ou ser absolvido do crime.

Enquanto a justiça não avalia o recurso, o motorista deve continuar preso e o Ministério Público  tem cinco dias para oferecer a denúncia sobre o indiciamento de Paulo. Para a polícia o acusado tem perfil de violento e não apresenta caraterísticas de quem sofre problemas psiquiátricos.

“Um homem frio e calculista, para mim ele não tem nenhuma insanidade, ele é uma pessoa normal e tem todas as características de uma pessoa psicopata, um indivíduo que vive normalmente no seio da sociedade mas tem tentendência à prática do crime.“ afirmou o delegado Francisco Bareta.