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Caso Daniel: Delegado diz que crime terminou com almoço de estrogonofe

Amadeu Trevisan falou das diferentes versões apresentadas pelo asassino Edison Brittes Júnior

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O terceiro dia de audiência de instrução do caso Daniel começou na manhã de hoje (20) com o depoimento do delegado Amadeu Trevisan no fórum de São José dos Pinhais (PR) em fala de 4 horas. O chefe das investigações do assassinato do atleta falou das diferentes versões apresentadas por Edison Brittes Júnior à polícia no curso das investigações e ironizou a alegação da defesa de Juninho de que o crime foi cometido em "violenta emoção". 

"Não consegui entender a violenta emoção que durou três horas, um surto psicótico coletivo. Começou pela manhã e terminou com almoço de estrogonofe", disse o delegado em depoimento, o mais longo de todos os dias de audiência. Amadeu Trevisan começou a falar à Justiça por volta de 9h30 e encerrou o testemunho 13h30.

Daniel foi morto na manhã do dia 27 de outubro de 2018, após um "after party" realizado na casa da família Brittes. O jogador foi espancado na residência em São José dos Pinhais e levado dali de carro para uma estrada, onde foi degolado e teve o pênis cortado. Cinco dias após o crime, Edison Brittes confessou ter matado a vítima. No carro, estavam ainda David Vollero, Eduardo Henrique da Silva e Ygor King, todos réus por homicídio. 

A citação sobre o estrogonofe feita pelo advogado se deve a um testemunho ainda durante o inquérito de que Evellyn Perusso, ré por supostamente ter mentido em depoimento à polícia, cozinhou o almoço para os que continuaram na casa dos Brittes no sábado após o crime. O prato escolhido foi estrogonofe. 

Bruno Abdalla/UOL 

"Foi um inquérito simples. Eu só tinha de desconstruir a tese e mostrar que os fatos não foram daquela forma [como relatados por Edison Brittes]", contou Trevisan sobre as diferentes versões apresentadas pelo réu confesso ao longo do inquérito. 

Sobre a faca usada para degolar e cortar o pênis de Daniel, o delegado afirmou que o objeto foi jogado na água. "A faca foi jogada na água, segundo o próprio Edison. A princípio, ele disse que a faca estava no carro para cortar laranja. Acho improvável isso, pois na cidade não tem pé de laranja por aí", ressaltou. 

"Daniel apanhou na cama, no corredor, dentro do carro leva cotovelada. Para mim isso é tortura. Na área rural ele é tirado do carro e tem o pescoço degolado. É um cara contra quatro, totalmente indefeso", falou Trevisan ao ser questionado pelo advogado Rodrigo Faucz, que defende Ygor King e David Vollero, sobre se Daniel foi torturado.

Amadeu Trevisan falou da participação de Cristiana e Allana Brittes no crime, quando afirmou que Cristiana estava dormindo e acordou com Daniel sendo espancado e que Allana, por ser mais jovem, teve menos noção ainda do que estava acontecendo. Para o delegado, no entanto, Cristiana foi determinante para o assassinato. "A partir do momento que ela não quis [que o assassinato acontecesse] na casa dela, ela praticamente o induz a pegar e fazer em outro lugar", disse.

O delegado também confirmou que o local do crime foi alterado por Edison ao mandar testemunhas limparem a casa, onde Daniel começou a ser espancado. "Não adianta só a confissão, tem que ser materializado. A partir do momento que ele [o local do crime] é alterado, acho que a camisa e a faca têm que ser trazidos para o inquérito".

Trevisan disse que "Daniel morreu por ser imaturo". "Tirou foto e mostrou para os amigos". 

Depois de sair da sala de audiência, Amadeu Trevisan falou com a imprensa e disse que todos os réus contribuíram em diferentes níveis para o resultado, o crime. "Todos aqueles que concorreram para o resultado, responderão pelo resultado. A defesa tem que dizer que não praticou, mas ela poderia ter evitado. Ela só pede para que não cometam na casa dela. Ela contribuiu e induz para que não acontecesse ali. Allana Brittes colabora no sentido de cometer o crime oculto", explicou.



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