Comissão aprova Orçamento de 2019 com crescimento do PIB em 2,5%

O Orçamento foi estimado em R$ 3,381 trilhões

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou na noite desta quinta (13) o relatório final do senador Waldemir Moka (MDB-MS) ao projeto de lei orçamentária para 2019 (PLN 27/2018). O Orçamento foi estimado em R$ 3,381 trilhões e prevê crescimento de 2,5% para a economia do país, com inflação de 4,25%. A proposta deve ser votada pelo Congresso Nacional na próxima semana. Esse será o orçamento do primeiro ano do governo Jair Bolsonaro.

Segundo Moka, o salário mínimo será reajustado em 5,45%, chegando a R$ 1.006 a partir de primeiro de janeiro. Já a taxa básica de juros (Selic) deve fechar 2019 em 8% ao ano e o dólar em R$ 3,66, de acordo com a estimativa.

O Orçamento ficou dentro das regras da Emenda Constitucional 95, que estabeleceu o teto de gastos públicos. A previsão de déficit para as contas públicas foi mantida em R$ 139 bilhões, mesmo patamar de 2018. Se os números se confirmarem em 2019, será o sexto ano seguido que o país convive com despesas acima das receitas.

O relator-geral explicou que foi estabelecido um limite de 40% do que o governo pode cortar de emendas parlamentares ou rubricas orçamentárias para direcionar a outros gastos.

“Desta maneira, garantimos que um projeto que foi arduamente negociado dentro do Congresso não seja paralisado por uma manobra do Executivo”, disse Moka.

Novidades

O parecer aprovado traz duas novidades. Primeiro, amplia em R$ 600 milhões os recursos para o custeio da saúde. O dinheiro será usado pelo Ministério da Saúde para bancar o reajuste dos agentes comunitários de saúde e agentes de endemias, previsto na Lei 13.708/2018.

A lei foi sancionada pelo presidente Michel Temer em agosto com veto ao aumento salarial. Poucos dias após a sanção, o governo enviou a proposta orçamentária à comissão sem a previsão de despesa para o aumento. Como o veto foi derrubado pelo Congresso em outubro, houve a necessidade de adequar a proposta à despesa salarial, que, por ser prevista em lei, é de caráter obrigatório.

O piso atual dos agentes é de R$ 1.014 e passará a ser de R$ 1.250 a partir de janeiro. O Ministério da Saúde afirma que o impacto do aumento será de R$ 1 bilhão. Os recursos disponibilizados pelo relator-geral garantem parte do impacto no próximo ano.

A segunda novidade do relatório final é sobre o Bolsa Família. Pela proposta orçamentária, dos R$ 29,5 bilhões reservados para o programa, 49,9% estavam em despesa condicionada — os gastos só seriam realizados após o Congresso aprovar, no próximo ano, um projeto de crédito suplementar. A medida foi muito criticada no Congresso, que temeu a fragilização do programa social, que atenderá 13,6 milhões de famílias em 2019.

Com o relatório final, restaram como despesa condicionada apenas R$ 6,5 bilhões. O resto está garantido no Orçamento e poderá ser executado de imediato. Caso queira reforçar o programa com esse valor, o governo Jair Bolsonaro terá que enviar um projeto de crédito.

Servidores

O relatório final mantém os recursos para bancar o reajuste de 209 mil servidores civis ativos e 163 mil inativos do Executivo em 2019. Os aumentos estão previstos em oito leis de 2016 e 2017. Apesar de o governo ter editado uma medida provisória (MP 849/18) postergando os aumentos, a proposta orçamentária foi elaborada com valores necessários para correção salarial.

Também foram estimados R$ 101,3 bilhões para a educação e R$ 117 bilhões para a saúde. Segundo o relatório, R$ 3,7 bilhões serão destinados ao Programa Mais Médicos, alvo recente de polêmica após o governo cubano repatriar os médicos da ilha que atendiam no Brasil.

Por sua vez, o programa Minha Casa Minha Vida recebeu uma destinação de R$ 100 milhões, a preservação do patrimônio cultural teve R$ 46 milhões e, entre os gastos militares, o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) ficou com R$ 38,5 milhões.

O presidente da CMO, deputado Mário Negromonte Jr (PP-BA), explicou que os parlamentares tiveram de fazer cortes para obras com irregularidades graves detectadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Ele também frisou a questão de respeito aos prazos de tramitação, de maneira a não prejudicar nem o recesso do Congresso, nem a gestão financeira do próximo governo. (Com Agência Câmara)



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES