Bolsa Família inclui mais 1 milhão e especialistas elogiam revisão

A volta das condicionalidades para a inserção em programas sociais, como a frequência escolar, também é alvo de elogios.

Avalie a matéria:
Mais 1 milhão de famílias foram incluídas no Bolsa Família | Roberta Aline/MDS
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O pente-fino do Cadastro Único (CadÚnico), que congrega os dados de famílias em situação de vulnerabilidade, englobou até o momento 1,5 milhão de cancelamentos do Bolsa Família por renda acima do previsto pelo programa social; 1,2 milhão de bloqueios relativos a entradas no ano eleitoral e outros 921 mil cadastros foram excluídos, dos quais 606 mil por óbito. Nesse sentido, após as revisões cerca de 1 milhão de famílias elegíveis, que não estavam recebendo o benefício social, foram incluídas no Bolsa

Com o trabalho, capitaneado pelo Ministério comandado pelo ex-governador do Piauí, Wellington Dias(PT), especialistas elogiam os avanços obtidos com o retorno das condicionalidades, como a frequência escolar e exigência de vacinação, assim como o foco dispensado nas famílias que realmente precisam, excluindo aquelas que não estão dentro dos parâmetros. 

Leia Mais

Em entrevista ao Valor Econômico, divulgada nesta quarta-feira (31), o coordenador do Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP), Vitor Hugo Miro Couto Silva, teceu elogios à iniciativa federal e ao novo momento do programa. 

“A volta do Bolsa Família melhorou a focalização e o monitoramento. Além disso, a manutenção dos R$ 600 e a priorização vão potencializar muito os resultados de pobreza e desigualdade", cravou.

A integração do CadÚnico a outros bancos de dados, como o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIs) e do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), foi elogiada pelo técnico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Rafael Osório. 

“Isso vai ajudar a trazer mais eficiência ao Bolsa Família. Ao corrigir erros e não pagar a quem não está entre os mais pobres, libera mais recursos para incluir pessoas que precisam e não recebem”, sinalizou na entrevista ao Valor Econômico.

No entanto, ele frisa que não tem como avaliar ainda os resultados, sendo que a gestão Lula iniciou há poucos meses, mas já traça uma análise sobre as estratégias

"A transferência de renda por meio do Bolsa Família e o combate à fome foram bandeiras da campanha e estão sendo cumpridas. Só que não se pode deixar de lado a política social de forma mais ampla. Acho que está sendo muito tímido nessas estratégias de saúde, educação e saneamento", cravou.

Já o professor de Práticas Sociais, Marcelo Reis Garcia, apesar de elogiar a revisão do CadÚnico, explicitou a necessidade de políticas mais abrangentes para a área social

"A política social do Lula de 2023 é muito retrógrada, apequenou tudo em distribuição de dinheiro. Não é que transferir renda não é importante, mas é política compensatória (...) É preciso uma política de bem-estar social que agregue renda e componentes para a pessoa sair da pobreza”, pontuou.

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, esclareceu na entrevista ao jornal Valor Econômico, que o Bolsa Família na atual gestão não é apenas um programa de transferência de renda, e sim, um compilado de 32 ações, que abrangem desde a distribuição de cisternas, erradicação do trabalho infantil, passando ainda pela isenção na taxa de concursos públicos, assim como do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).  Destaca-se ainda o programa de empregabilidade, em parceria com a iniciativa privada. 

“Não queremos só um programa de transferência de renda. Ele é combinado com 32 outros programas”, complementou. 



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES