OMC fecha 1º acordo em quase 20 anos para facilitar comércio global

Na liderança do acordo e do órgão está o brasileiro Roberto Azevêdo.

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Com um acordo histórico alcançado pela Organização Mundial do Comércio (OMC), o comércio global poderá começar a mostrar avanços. Neste sábado, após quatro dias de reuniões em Bali, na Indonésia, a OMC conseguiu desbloquear a Rodada de Doha - uma série de reuniões iniciadas em 2001, que visam discutir regras para tornar mais ágil o comércio entre os países. Essas negociações estavam paralisadas desde 2008.

Esse acordo global é o primeiro na história da organização, que nasceu após a conclusão da Rodada do Uruguai, em 1994 em Marrakech (Marrocos), encontro que abriu caminho para a criação da OMC um ano mais tarde.

"Pela primeira vez em sua história, a OMC cumpriu com suas promessas", declarou o diretor-geral da organização, o brasileiro Roberto Azevêdo, que assumiu a liderança do órgão em setembro e já registra sua primeira vitória à frente da organização.

"Voltamos a introduzir a palavra "mundial" na Organização Mundial do Comércio. Estou muito orgulhoso", acrescentou antes de fazer uma pausa para conter as lágrimas.

O pacote, conhecido como "Doha Light", compreende três pilares: agricultura, com um compromisso de reduzir os subsídios às exportações; a ajuda ao desenvolvimento, que prevê uma isenção crescente das tarifas alfandegárias para os produtos procedentes dos países menos desenvolvidos, e a facilitação de intercâmbios, que pretende reduzir a burocracia nas fronteiras.

O acordo de Bali representa menos de 10% do ambicioso programa de reformas iniciado em Doha, mas mesmo assim muitos negociadores temeram pelo futuro da própria OMC em caso de novo fracasso.

Os partidários qualificam o acordo como histórico, e especialistas calculam que representará um aumento de US$ 1 trilhão na economia mundial. Entretanto, grupos antiglobalização não poupam críticas ao acordo porque ele beneficiará principalmente às grandes corporações.

Cuba, Bolívia, Nicarágua e Venezuela tentaram bloquear o acordo durante a madrugada, mas acabaram cedendo.

Após chegar a um consenso, os ministros e representantes dos 159 países-membros da OMC presentes em Bali vão emitir a declaração final e encerrar a conferência, um dia mais tarde do que o previsto, devido às intensas negociações realizadas nas últimas horas.

"Encomendamos ao Comitê de Negociações Comerciais que prepare um programa de trabalho, nos próximos 12 meses, claramente definido sobre as questões restantes do Programa de Doha para o Desenvolvimento", diz a minuta aprovada pela conferência ministerial.



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