Conflito familiar é a maior causa de desaparecimentos em THE

O caso do sumiço do menino Fabrício José Siqueira chama a atenção para casos de desaparecimentos

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Conselho da zona Norte registrou 5 sumiços em 2012 | José Alves Filho
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O assunto desaparecimento nunca tinha chocado tanto a população teresinense como agora. Há alguns meses, todos ficaram entristecidos com o sumiço de Fabrício José Siqueira, um garoto de apenas 11 anos de idade. O desaparecimento provocou o desespero da família e também a comoção de toda a população da capital.

De acordo com o Conselho Tutelar da Zona Norte de Teresina, esta é uma realidade constante, porém, diferente de outras de grandes cidades, porque a maioria destes casos acontece por conta de conflitos familiares. O que não deixa de ser grave, como comenta o conselheiro Itapoã Cavalcante.

?Isto é um acontecimento grave em Teresina. 99% dos casos de desaparecimento são por conta de conflitos familiares. A saída de muitas pessoas de casa, sendo elas ainda crianças, já na idade pré-adolescente, pode levar em muitos casos a uma saída definitiva, ou seja, desaparecimento?, explica o conselheiro Itapoã.

Além dos conflitos familiares, outras causas de desaparecimentos de crianças que também vêm assustando a população se referem a envolvimento com tráfico de pessoas, tráfico de órfãos ou adoção ilegal. Não se referindo a nenhum tipo de causa, nossa reportagem somente conseguiu apurar o número de casos de desaparecimento de crianças notificados na Zona Norte este ano.

Segundo dados apresentados pelo Conselho Tutelar, foram registrados cinco desaparecimentos na região, do início deste ano, em janeiro, até o presente momento. Todavia, conforme a delegada Andréia Magalhães, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, o número de crianças de até 12 anos desaparecidas na capital ainda é mínimo.

Já o número de casos de adolescentes, que fugiram de casa, e por isso a família dá como desaparecido, é bem maior.

Para a família que se vê nesta situação de extremo desespero com o desaparecimento de pessoas queridas, principalmente crianças, a primeira e imediata opção deve ser o registro de um boletim de ocorrências no Conselho Tutelar de sua região ou na delegacia mais próxima de casa.

De acordo com a delegada Andréia Magalhães, neste momento todos as características, da criança, devem ser repassadas para a polícia. ?Na hora do registro, a família deve esclarecer qual roupa a criança utilizava em seu último contato com os parentes, onde possivelmente ela possa estar ou até mesmo com quem ela gostava de ficar.

Outra alternativa seria oficiar o acontecido a outros órgãos do município ou do Estado, em casos extremos, como o do menino Fabrício?, frisa a delegada.

Uma outra opção é cadastrar a pessoa ou criança desaparecida. ?Entrando no site desaparecidos.gov.br, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, qualquer pessoa pode cadastrar o desaparecido. No entanto, este processo não exclui o BO, portanto, ele também deve ser realizado?, acrescenta o conselheiro Itapoã.

Para estes casos, também ocorre o apoio emocional à família. Este serviço é realizado, portanto, por uma rede de proteção à criança e ao adolescente, que envolve o trabalho de órgãos como os Conselhos, os CRAs e os CREAs.

Estes órgãos, por sua vez, encaminham a família, que também conta com a ajuda de profissionais como conselheiros e/ou psicólogos.

Desaparecimentos de idosos não são tão comuns

Apesar do idoso também ser mais vulnerável a este tipo de situação, dados coletados para a capital demonstram um percentual mínimo de desaparecimentos referentes a este público. Conforme esclarecem os números colhidos na Delegacia do Idoso, só foram registrados 3 casos, no período de janeiro de 2011 a setembro de 2012, sendo que dois deles já foram localizados.

?Fazendo uma pesquisa apurada, podemos constatar que no período de janeiro de 2011 a setembro de 2012 foram registrados 247 casos de pessoas desaparecidas em Teresina. No entanto, desde 2009 para cá obtivemos poucos casos de desaparecimento de idosos?, explica Hércules Frota, chefe de cartório da Delegacia do Idoso na capital.

A família que, portanto, deparar-se com esta situação pode agir nos mesmos moldes já citados no texto acima. Ainda conforme o chefe de cartório, ?a população deve colaborar ao notar essas pessoas perdidas. Neste momento o ideal seria conduzir a pessoa a uma delegacia mais próxima ou a Delegacia do Idoso para prestar as informações necessárias?.(T.C.)

A dor da família com o acontecido

Não tem como não sofrer com o desaparecimento de alguém. E a dor de uma família que passa por uma situação de perda de entes queridos chega a ser inexplicável. No caso de Fabrício, a família ainda se comove bastante ao esclarecer detalhes da situação.

?O Fabrício era um menino muito importante dentro da família, não tem como não ficarmos abalados com tudo isso.

Mas Deus está nos concedendo forças para superarmos tudo isso, pois também acreditamos na justiça dele para que tudo se resolva?, afirma o tio do menino, o garçom Francisco Siqueira.

O desaparecimento revelou dor, mas também esperança. É assim para a família do menino. ?Nós queremos justiça?, ressalta o outro tio, que não quis se identificar, ?mas também temos esperança de boas notícias?, finaliza o tio Francisco Siqueira.(T.C.)



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