Fazer o bem sem olhar a quem

Uma única pessoa consegue fazer a diferença para centenas de outras

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A realização de um trabalho voluntário, voltado para as causas sociais, é algo que faz bem a quem se doa e a quem recebe os benefícios dos serviços prestados. Em Teresina, existem muitas comunidades carentes, não só de alimentos, mas também de atendimento voltado, também, para questões emocionais, como traumas, dificuldades em relacionamentos familiares, amorosos, de amizade, ou outros problemas de ordem pessoal.

Com um currículo vastíssimo, o psicólogo, teólogo, filósofo, especialista em psicanálise clínica, psicoterapeuta e escritor, José Carlos Pereira da Silva, desenvolve um trabalho, totalmente voluntário, voltado para pessoas carentes, de bairros de Teresina. Ele conta que trabalha com pessoas de todas as idades, mas principalmente com pessoas idosas.

O psicólogo realiza palestras, rodas de conversa, onde escuta e acolhe com o apoio dos grupos de idosos ou associações de moradores. "Não tem uma faixa etária fixa, damos a preferência aos idosos, mas acolhemos e escutamos a todos que precisarem", diz José Carlos Pereira.

Segundo ele, tudo começou a partir de convites de líderes comunitários, para que ele ministrasse palestras em associações de moradores. A partir daí, foram surgindo outras necessidades da população, mais precisamente de pessoas idosas. E com isso, o teólogo passou a ocupar seu tempo, aos finais de semana, pelo fato de durante a semana, ele ser funcionário da Prefeitura Municipal de Teresina.

"Eu vou até as comunidades nos fins de semanas, e também atendo à solicitação das lideranças comunitárias. É um trabalho sem preço, porque eu penso em mim, amanhã, e sei o quanto que é importante ter com quem dividir alguma coisa", diz o especialista em psicanálise clínica.

Para José Carlos é de fundamental importância a necessidade que as pessoas têm de serem ouvidas e acolhidas, principalmente aquelas carentes. Ele diz que muitas delas não têm condição de pagar um acompanhamento, além das dificuldades que elas enfrentam, para chegar aos centros de atendimento, e muitas vezes, os idosos, não têm quem os leve até os centros de atendimento especializado.

As palestras e conversas são realizadas, geralmente, em centros comunitários, associações, escolas, igrejas e até em calçadas, embaixo de alguma árvore. De acordo com o psicoterapeuta, o importante é ouvir as pessoas e dar um direcionamento, de maneira profissional. "A gente fica em contato constante com as lideranças, no sentido de cobrir as demandas do grupo", ressalta.

Depressão, solidão, isolamento e drogas

A depressão, o isolamento, a solidão e as drogas dentro das famílias dos locais visitados pelo psicólogo José Carlos Pereira da Silva são os problemas mais relatados, durante as conversas com as pessoas que o procuram. Mas muitas vezes falar do problema, mesmo com um profissional é complicado, para algumas pessoas. de maneira geral.

Muitas delas não sabem nem mesmo como começar a relatar o problema ao terapeuta. Ele conta que no caso das pessoas idosas, talvez pela experiência de vida, a conversação se torna mais fácil, sem muita resistência. "As pessoas idosas não têm problemas quanto a falar sobre os problemas. Se elas gostarem do profissional, elas falam tudo. E em muitas situações, elas choram, sentido na pele a dor do abandono. Mas depois elas voltam a sorrir e nos recompensam com um abraço de agradecimento. Os mais jovens tem um receio, mais com o passar do tempo soltam tudo", reafirma o terapeuta, acrescentando que de acordo com a demanda, cada solo é irrigado com lágrimas e depois vem a melhor parte que são os resultados, positivos, na forma como cada uma das pessoas atendidas passam a enfrentar e ou a superar seus problemas. (L.M.)

Orientação interfamiliar

Além do trabalho voluntário juntos às comunidades da capital teresinenses, José Carlos Pereira também realiza um trabalho de orientação interfamiliar, dentro das comunidades, juntamente com os grandes eventos da Prefeitura de Teresina, como o “Teresina em Ação” e o “Trenzinho da SEMEL”.

Durante esses eventos ele distribui, de forma gratuita, um livrinho que busca orientar as famílias. "Eu oriento, por exemplo, a como cuidar melhor, daqueles que irão cuidar de nós amanhã (nossos filhos). Quem sabe um dia falaremos mais um pouco sobre esse trabalho, porque ele é tão importante quanto o outro, realizado nas comunidades de Teresina, pois tem uma visão voltada para o nosso futuro".

O trabalho realizado já alcançou as comunidades da Vila São Francisco (SUL), Bela Vista, Vila Bandeirante, Nova Brasília, Francisca Trindade, Vila Dagmar Mazza, entre outras, e tem colhido bons frutos.

"Essa é a melhor parte. A gente sente o retorno imediato, os agradecimentos pelos serviços oferecidos. Um abraço, de uma pessoa que diz estar bem melhor, por exemplo, não tem dinheiro que pague. As lágrimas rolam, mas é de alegria, porque a pessoa confiou a alguém, suas dores mais profundas e foi retribuído com palavras que podem mudar muitas coisas dali pra frente, mesmo que seja apenas a mudança de um pensamento", diz José Carlos Pereira.

O trabalho de atendimento à comunidades carentes, bem que poderia ser expandido para outras cidades do interior do estado do Piauí. Mas de acordo com o José Carlos, até o momento, isso ainda não foi possível, por dois motivos que o impedem, um deles é a falta de tempo, e o outro é o financeiro, já que levar esse trabalho para algumas cidades, demandaria gastos com passagens e hospedagens.

José Carlos Pereira diz que gostaria de ter um espaço próprio, para realizar os atendimentos, de forma gratuita. Se eu pudesse, já teria um espaço para a prática da escuta e acolhimento, porque a demanda é grande. O poder público faz a parte dele, mas sobram muitos que nem sabem que tem esse direito", lamenta. (L.M.)



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