Grupo de Teatro apresenta O Santo Inquérito

As apresentações seguem até 14 de dezembro

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O Grupo de Teatro da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) estreou nesta segunda-feira (10) “O Santo Inquérito”, famosa peça escrita por Dias Gomes, no Laboratório de Artes do campus Poeta Torquato Neto. O primeiro dia foi destinado a convidados. O espetáculo prossegue ontem (11) e vai até o dia 14 de dezembro, às 18h. Os ingressos custam R$ 10,00 e podem ser adquiridos presencialmente na PREX(Pró-reitoria de Extensão, Assuntos Estudantis e Comunitários), do campus Poeta Torquato Neto.

A peça conta a saga da cristã-nova Branca Dias e sua família, acusados de prática de judaísmo e perseguidos pela Inquisição, na Paraíba do século XVIII. O texto foi escrito por Dias Gomes na década de 60, período de intenso autoritarismo e censura política, e conta a história dessa mulher que não ia à igreja e que ousou ler em um período que as mulheres não podiam. Por ser uma mulher totalmente libertária e desafiadora dos padrões machistas da época, os acontecimentos e a decepção da protagonista formam uma combinação que culmina num desfecho forte e impactante.

O diretor da peça, Moisés Chaves, afirmou que o principal objetivo da peça é discutir sobre o feminicídio, assunto bastante debatido nos dias atuais. “No momento em que o Brasil inteiro discute o fato de uma mulher ser morta pelo simples fato de ser uma mulher, nós decidimos montar a peça com o objetivo de aproximá-la dessa situação em que vivemos, reconhecendo que esse fato não começou agora e persiste há muitos anos”, pontuou.

A atriz que interpreta Branca Dias, Gilvana Morgana, contou que se envolveu bastante com sua personagem, visto que ela a inspirou a tomar grandes decisões na vida. “Quanto mais eu conheci a Branca Dias e suas falas, passei a levar essas lições para a minha vida. A personagem me emociona bastante e me inspira a ser mais forte. A peça mexe muito com as nossas emoções”, esclareceu.

O ator Cairo Bruno, intérprete do Padre Bernardo, relatou que a peça narra a relação da Branca Dias com o tribunal do Santo Ofício. “Meu personagem é um padre jesuíta que tenta “salvar” a alma de Branca do pecado e do inferno. Porém, ele acaba nutrindo uma paixão por ela”, revelou.

O ator Kaio César, intérprete de Augusto Coutinho, noivo de Branca Dias, explicou que a peça tem questões bastante atuais. “Tem discussões acerca do papel da mulher na sociedade, sobre os dogmas e o poder da igreja, política, entre outros temas que ainda são bastante discutidos na atualidade”, falou.

A professora Maria da Cruz, pró-reitora da PREX, declarou que faz-se importante presenciar o espetáculo por ele discutir questões atuais, apesar de ter sido produzido na década de 60. “Ele discute os direitos humanos e a violência contra a mulher, temas que são relevantes na atualidade e que devem ser discutidos”, constatou.

O diretor Moisés Chaves contou que o Grupo de Teatro tem mantido a tradição e o respeito ao teatro tradicional. “Essa peça é teatro puro e de qualidade, onde o ator é a principal engrenagem. Nós aguardamos todos que ainda não conhecem o Grupo de Teatro e a peça a prestigiarem esse espetáculo”, finalizou.



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