Ignácio de Loyola: Casa MN ensinou que literatura e fé mudam realidade

O escritor Ignácio de Loyola Brandão foi eleito o mais novo imortal da Academia Brasileira de Letras. Ele já esteve no Piauí onde recebeu o título de Cidadão Piauiense e conheceu a Escola Casa Meio Norte

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O mais novo imortal da Academia Brasileira de Letras, o escritor Ignácio de Loyola Brandão é, além de grande referência na literatura pelo conjunto de sua obra, um cidadão e amigo do Piauí. Aqui, já conferiu palestras no Salão do Livro, conheceu a Escola Casa Meio Norte, conversou com estudantes e ficou impressionado com o empenho e empolgação dos alunos com a leitura, a dedicação dos professores.

Quando recebeu o título de cidadão piauiense na Assembleia Legislativa do Piauí, ele declarou que a Escola Municipal Casa Meio Norte, na Cidade Leste, em Teresina, o ensinou que para mudar a realidade não é preciso de armas, mas é possível fazer mudanças com literatura, pela vontade e pela fé.

Escritor, quando recebeu o título de Cidadão Piauiense

Para o escritor, conhecer a Escola Casa Meio Norte foi uma experiência singular. “Como é que eu posso esquecer quando eu conheci aqui a Casa Meio Norte. Quando Wellington me falou da Casa e me descreveu, eu falei: ’para com isso, mentira’. Terminamos o almoço e fomos para lá, não estavam avisados de nossa recepção. O que eu tive foi outro encantamento de ver pessoas fazendo o que fazem a partir da narração, na contação de histórias. Aí eu descobri que minha geração queria mudar com armas na mão, em aprendi que através da literatura você pode mudar. A Casa Meio Norte me ensinou isso. Escrevi sobre isso, falo sobre isso aonde eu vou. A Casa Meio Norte mudou algo dentro de mim, me tornou confiante de que mudanças podem ser feitas com literatura, pela vontade, pelo esforço e pela fé”, declarou Ignácio Loyola Brandão, em seu discurso proferido por ocasião da entrega do título de cidadão piauiense.

A visita à Escola Casa Meio Norte rendeu uma crônica de Ignácio de Loyola Brandão no Jornal O Estado de S. Paulo. No texto, ele comenta que a “a cada passo, o espanto.Por fora me parecia uma escola normal, o muro alto vedando a visão. Transposto o portão, o inesperado, a absoluta limpeza. Logo, outro assombro, não há uma só grade. Antes de ser apresentado à diretora, fui ao banheiro. Imaculado. Não estava entendendo. Não é uma escola pública em um dos bairros mais afastados da capital do Piauí? Um dos bairros mais violentos, abandonados? Não me disseram que é uma escola para alunos carentes, aqueles a quem a vida pouco dá, ao contrário, com o correr dos anos vai tirando? Nenhuma grade para proteger do mundo exterior, nenhum grafite nas paredes e nem uma janela quebrada”.

O autor descreve também como foi o diálogo com os alunos e finaliza sua crônica afirmando que “há um Brasil aparente e um Brasil oculto com pessoas admiráveis sobre as quais não cai um foco de luz e elas não precisam, são alimentadas por sonhos e ideais. É o Brasil que caminha”.

Reprodução: Globonews

Escritor ocupa cadeira 11 já ocupada pelo jurista Hélio Jaguarib

Eleito por unanimidade para ocupar a cadeira 11 da ABL, Ignácio trabalhou no jornal Última Hora e nas revistas Claudia, Realidade, Setenta, Planeta, Ciência e Vida, Lui. Encerrou a carreira escrevendo para a revista Vogue. Atualmente escreve uma crônica quinzenal para o jornal O Estado de S. Paulo.

Autor de obras, como Zero, Não Verás País Nenhum e do recente Desta Terra Nada Vai Sobrar a Não Ser o Vento Que Sopra Sobre Ela, todos publicados pela Global, Ignácio vai ocupar a cadeira, outrora ocupada pelo jurista Hélio Jaguaribe, que faleceu no dia 10 de setembro de 2018.

Surpresa por eleição na ABL

Pelo conjunto de sua obra, recebeu o Prêmio Machado de Assis, em 2016, em seu novo formato, quando passou a ser o único outorgado pela Academia Brasileira de Letras. Publicou mais de 40 livros, entre romances e contos, crônicas, viagens, infantis e infanto juvenis e uma peça teatral.

Premiado, reconhecido no Brasil e no mundo, a eleição para ABL o deixou surpreso. “Nunca imaginei que iria estar aqui e estou. O menino de Araraquara está aqui”, afirmou o escritor, lamentando que seu pai não estivesse presente para saborear essa vitória. “Estou muito feliz. Cheguei em um ponto que ainda terá muitos outros pela frente. É apenas mais um degrau. O começo da vida”, avaliou o escritor em matéria publicada na Agência Brasil.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES