Papa denuncia desperdício de comida durante Dia Mundial da Alimentação

Segundo os números da organização FAO, 842 milhões de pessoas sofrem de subalimentação crônica

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O papa Francisco denunciou nesta quarta-feira (16/10) o desperdício de alimentos e a mentalidade dominante de considerar a fome com um fato inelutável, em uma mensagem enviada à FAO por ocasião do Dia Mundial da Alimentação. "Paradoxalmente, num momento em que a globalização permite conhecer as situações de necessidade no mundo e multiplicar os intercâmbios e as relações humanas, parece crescer a tendência ao individualismo e ao se fechar em si mesmo, o que leva a uma certa atitude de indiferença - em nível pessoal, das instituições e dos Estados - em relação a quem morre de fome ou sofre de desnutrição, quase como se isso fosse um fato inelutável", escreveu em uma mensagem enviada ao diretor da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva.

"Mas a fome e a desnutrição nunca podem ser consideradas um fato normal ao qual devemos nos acostumar, como se formasse parte do sistema", ressalta o pontífice, em sua análise sobre a "trágica condição em que ainda vivem milhares de pessoas famintas e desnutridas". A entidade das Nações Unidas, cuja sede central encontra-se em Roma, organizou durante toda a semana eventos em todo o mundo sobre a importância dos sistemas alimentares para a segurança alimentar e a nutrição, o desperdício de alimentos e o Ano Internacional da Quinoa.

Segundo os números da FAO, organização fundada em 1945 e que celebra todos os anos em 16 de outubro o Dia Mundial da Alimentação, 842 milhões de pessoas sofrem de subalimentação crônica. Para a entidade, "os modelos de desenvolvimento não sustentáveis estão degradando o meio ambiente, ameaçando os ecossistemas e a biodiversidade que precisaremos para nosso fornecimento futuro de alimentos".

"Vejo nisso um convite a repensar e renovar nossos sistemas alimentícios de uma perspectiva da solidariedade, superando a lógica da exploração selvagem da criação e orientando melhor nosso compromisso de cultivar e cuidar do meio ambiente e dos seus recursos", escreveu o pontífice argentino. Para o chefe da Igreja católica, que viveu quase toda a sua vida na Argentina, um dos maiores países produtores de alimentos, é preciso" mudar realmente nosso estilo de vida, incluindo o alimentar, que em tantas áreas do planeta está marcado pelo consumismo, (...) pelo desperdício de alimentos", ressaltou.

Segundo os dados da FAO, aproximadamente um terço da produção mundial de alimentos não está disponível devido a perdas e desperdícios cada vez maiores. "Bastaria eliminá-los para reduzir drasticamente o número de famintos", sustentou o Papa, que denunciou novamente a "globalização da indiferença", que vai nos "acostumando lentamente ao sofrimento dos outros, como se fosse algo normal", reiterou.



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