Supeito de assassinar namorada de 15 anos começou a ser julgado na França

Quase quatro anos depois do caso, o suspeito de ter esfaqueado e queimado viva a namorada, está sendo julgado no tribunal.

Grupo de pessoas fazem manifestação nas ruas da França, pedindo justiça por Shaïna | Reprodução - Foto: Divulgação
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O Tribunal de Beauvais, localizado no norte da França, deu início na segunda-feira (05), ao julgamento do principal suspeito de esfaquear e depois queimar viva a adolescente de 15 anos, Shaïna Hansye, no dia 27 de outubro de 2019. O corpo de Shaïna foi encontrado quase completamente carbonizado e a jovem estava grávida.

Em frente ao tribunal, ocorria uma manifestação organizada pela família da vítima, que seguravam cartazes escritos "Justiça por Shaïna". Durante um depoimento enquanto realizavam o ato, a irmã da vítima, Yasin Hansye, se pronunciou: "Estamos aqui para que a justiça seja feita", afirmou a parente. O desenrolar do julgamento corre em completo sigilo e com as portas fechadas, podendo se estender até a sexta-feira desta semana, (09). 

De acordo com informações de Adel Fares, advogado do principal suspeito, que na época do crime possuía 17 anos, o mesmo "contesta os fatos, grita sua inocência", declarou ele diante do juiz. Na abertura da audiência, o acusado confirmou sua identidade, com uma voz serena e calma, sem nenhum alarde ou atitude suspeita diante da família de Shaïna no tribunal. 

Com o corpo quase completamente carbonizado e com várias perfurações pelo corpo, a adolescente foi encontrada em um galpão, na cidade de Creil. Os restos mortais da vítima tinham 15 cortes feitos com uma arma branca, de acordo com alguns especialistas, Shaïna ainda respirava quando foi queimada. Imediatamente todas as supeitas apontaram primeiramente para o jovem de 17 anos, que era um "ex" namorado de Shaïna na época e o também suposto pai de seu bebê. Alguns investigadores do caso acreditam que a garota pode ter sido morta por ter se recusado a realizar um aborto.

Alguns dias antes de ser assassinada brutalmente, alguns familiares da vítima haviam encontrado em sua bolsa um teste de gravidez com o resultado positivo, os investigadores do caso apontam que ela acreditava que o acusado seria o responsável por sua gravidez. Outros fatos acerca do ocorrido também apontam o rapaz como principal suspeito, como, embora seu celular tenha desaparecido, ele havia enviado diversas mensagens de texto a Shaïna na mesma noite em que a jovem fora morta. 

O rapaz, hoje com 20 anos, afirmou que na época havia mantido relações sexuais com Shaïna, mas explica que os dois já haviam rompido o relacionamento quando a adolescente foi encontrada morta. A advogada da família da adolescente, Negar Haeri, afirmou em entrevista, que a morte de Shaïna foi "o ponto culminante de um longo calvário", pois apenas dois anos antes de seu assassinato, quando possuía apenas 13 anos. A garota foi vítima de um estupro coletivo, por quatro garotos que moravam no mesmo bairro que ela, os acusados foram condenados a penas de seis meses a dois anos de prisão, na semana passada.

O assassinato de Shaïna gerou, desde então, uma forte comoção na França. A ONG Fundação das Mulheres, que luta contra as violências às mulheres na França, pediu para participar do julgamento, iniciativa que foi saudada pela advogada da família de Shaïna, que afirma ser "preciso que a gente compreenda como uma garota pode ser queimada viva na França, como pode ser submetida a um calvário como esse, que mostra o ódio do autor do crime".

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