Universidade desenvolve 'absorventes internos' que pretende proteger as mulheres do HIV

Universidade desenvolve 'absorventes internos' que pretende proteger as mulheres do HIV

Absorvente | Reprodução
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Tradicionalmente, as opções para reduzir o risco de contrair o HIV disponíveis às mulheres eram bastante limitadas: usar preservativo ou simplesmente não fazer sexo. Não usar drogas injetáveis e fazer exames regularmente.

Mas se uma equipe de bioengenharia da Universidade de Washington tiver sucesso no desenvolvimento da sua nova pesquisa, que está na fase de estudos clínicos, em breve, as mulheres poderão contar com um tipo de “absorvente interno” que se dissolve e contém um medicamento que previne o HIV, usado minutos antes da relação sexual.

Em um estudo preliminar publicado na revista científica Antimicrobial Agents and Chemotherapy, pesquisadores usaram fibras sedosas, tecidas com o maraviroc -- uma droga usada atualmente para auxiliar no tratamento de infecções causadas pelo vírus HIV, que pode também prevenir que pessoas saudáveis contraiam o vírus. Minutos após o contato com a umidade, as fibras se dissolvem, liberando uma alta dose do medicamento.

O que se espera é que alguns minutos antes da relação sexual, a mulher possa discretamente inserir na vagina – usando os dedos ou um aplicador - um dispositivo parecido com um absorvente interno que contenha as fibras com o medicamento.

"Nós imaginamos um produto que possa se dissolver, quase instantaneamente, transformando-se em um gel que irá se espalhar pela vagina durante o sexo”, disse Cameron Ball, autor-chefe do estudo e estudante de doutorado em bioengenharia da Universidade de Washington, em entrevista ao The Huffington Post.

"Nós queremos algo que se dissolve rapidamente para que as pessoas possam dizer, ‘Puxa, eu não prentendia transar, mas isso vai acontecer daqui a pouco, então preciso usar esse produto e eu quero que ele se dissolva completamente antes disso”, ele acrescentou. (Esses novos “absorventes internos” não deverão ser usados para fins de higiene feminina).

Durante muitos anos, as tentativas de prevenção do HIV exploraram o papel da Profilaxia da Pré-Exposição, ou PrEP, que se referia a medicamentos usados na prevenção da infecção pelo HIV em pessoas com alto risco de contaminação. Essa categoria inclui homens e mulheres que se relacionam com parceiros que são soropositivos, pessoas que usam drogas injetáveis ou que frequentemente praticam sexo sem proteção com parceiros cuja situação em relação ao HIV é desconhecida, tornando-as pessoas com potencial de alto-risco. Essas drogas são administradas através de um comprimido oral, ingerido diariamente.

Mas, pesquisadores também têm investigado como microbicidas aplicados topicamente – em formato de gel, cremes ou películas inseridas na vagina ou no reto imediatamente antes do sexo – podem ajudar a prevenir a infecção pelo HIV. No entanto, esses sistemas de administração apresentam algumas falhas também.

O acompanhamento posterior aos estudos clínicos mostram que a verdadeira barreira para as mulheres no uso desses produtos é a falta de adesão – pois os produtos acabam vazando e isso é desconfortável para elas, então estamos interessados em criar uma forma diferente da droga”, disse Ball. “Basicamente, um produto diferente que as mulheres estariam mais propensas a usar”.

As novas fibras podem também possivelmente ser usadas para a prevenção de outras infecções transmitidas sexualmente, como o herpes, disse Ball, ou talvez como um anticoncepcional.

Porém, ele ressalta que vai demorar alguns anos até que as mulheres possam comprar esses produtos.

"Provavelmente vai levar cinco anos até chegarmos à fase dos estudos clínicos, com humanos, e então, dependendo dos resultados, possivelmente mais cinco anos até que esse tipo de produto esteja disponível nas prateleiras das farmácias comuns”, ele afirmou.

Mundialmente, as mulheres representam metade da população que vive com o HIV, tendo a probabilidade duas vezes maior de contrair o HIV através de uma relação sexual com um homem, do que vice-versa. Nos Estados Unidos, as mulheres representam 20 por cento das novas infecções e em 2009, eram 24 por cento dos soropositivos do país, de acordo com o centro de controle e prevenção e doenças dos EUA (Centers for Disease Control and Prevention).



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