Justiça obriga Hopi Hari a indenizar jovem paraplégico

Parque e empresa devem pagar R$ 1,5 milhão ao esquiador Ryan Bergeron. Norte-americano perdeu movimentos durante apresentação em 2008

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo (SP), e a empresa GT Ultralights foram condenados pela Justiça do Trabalho a indenizar em R$ 1,5 milhão o esquiador norte-americano Ryan Mitchel Bergeron, por danos morais e materiais. O jovem, de 24 anos, perdeu o movimento das pernas ao bater a cabeça e fraturar a coluna durante um show de esqui aquático promovido por grupo especializado, em 2008. Cabe recurso das empresas.

O juiz da 3ª Vara do Trabalho de Jundiaí, Jorge Luiz Souto Maior, considerou que a vítima fez manobra não prevista no repertório do show. Todavia, atribuiu aos empregadores a responsabilidade pelos riscos da atividade. "A manobra do reclamante lhe gerou um dano irreversível e isso só se deu porque estava atuando em um show de exibicionismo, cujo interesse econômico imediato era das reclamadas", escreveu o magistrado na sentença.

A defesa de Bergeron pediu R$ 7,5 milhões à Justiça em processo instaurado em maio de 2009. Como a decisão é de primeira sentença, cabe recurso das empresas, que devem se manifestar para tanto até o dia 28, segundo a assessoria do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas (SP).

"Mínimo de reparação"

Sem revelar detalhes sobre a vida do cliente nos Estados Unidos, o advogado Gilberto Ribeiro dos Santos avaliou de forma positiva a decisão do magistrado, embora o valor tenha sido inferior ao requerido no processo. "Houve uma sentença respeitável, bem fundamentada. Não se pretende enriquecer com isso, mas o mínimo de reparação do dano. A família continua sofrendo um abalo profundo", explicou a defesa do jovem.

Outro lado

O G1 procurou os dois advogados que constam como defensores da empresa GT Ultralights no processo trabalhista. Marcelo Fongaro de Araujo Pereira e Werner Keller não se manifestaram sobre a decisão até a publicação da reportagem.

Em nota, o Hopi Hari informou que irá recorrer da decisão, pois acredita que não teve responsabilidade no acidente. "O parque acredita e buscará este entendimento por meio de recurso que será apresentado oportunamente", diz a nota.

Série de incidentes

O Hopi Hari passou, desde o mês de fevereiro, por uma sequência de incidentes negativos. A morte da adolescente Gabriela Nichimura, após queda do "La Tour Eiffel", fez com que o parque ficasse fechado por 22 dias. O Ministério Público denunciou 12 pessoas por homicídio culposo - quando não há intenção de matar - incluindo o presidente da empresa, Armando Pereira Filho. A família da jovem pede na Justiça uma indenização de R$ 4,6 milhões.

No dia 4 de julho, o Hopi Hari foi condenado pela Justiça do Trabalho de Jundiaí (SP) a pagar indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 500 mil por submeter trabalhadores a revista íntima e a revista de armários, bolsas e outros pertences.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES