Mãe encara agressor para salvar a vida do filho

O assunto não é algo fácil de se tratar. Segundo dados de 2015 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a cada 11 minutos uma mulher é violentada em território nacional. E o pior, em pesquisa feita pelo Jornal Nacional, os casos de abuso sexual aumentaram ainda mais em 2017.

Além de sentir dificuldade de expor a agressão que sofreu, em muitos desses casos, a vítima só quer esquecer o trauma, deixando que o pesadelo seja mascarado por outras memórias de sua vida. Mas, e se o impensável acontecer e a vítima se descobrir grávida? É o que ocorre no romance “Entre laços e conflitos”, escrito pela autora Helô Delgado.

Tendo como base os inúmeros casos em que a vítima de um abuso opta por omitir a agressão, Helô Delgado criou uma ficção que aborda as dificuldades, consequências e escolhas de uma mulher perante essa situação. A personagem Natália, uma mulher na casa dos 30 anos, passou pelo episódio traumatizante na adolescência, durante uma festa: um jovem rapaz que fazia parte de seu grupo de amigos protagonizou o abuso quando ela estava inconsciente. Como se isso não bastasse, mais tarde, Natália se viu grávida de gêmeos.

Decidindo recomeçar sua vida e prosseguir com a gravidez, a protagonista se mudou para a casa dos tios em Belo Horizonte/MG, deixando Poços de Caldas/MG e a lembrança dolorosa no passado. Porém, quando seus filhos completam 15 anos, Natália descobre que um deles necessita de um transplante de medula. Correndo o risco de perder o filho por falta de doadores compatíveis, ela compreende que sua única alternativa é encarar seu passado e procurar o pai biológico de seus filhos. Será que ele ou sua família são compatíveis? E será que Natália terá força suficiente para confrontar o homem que a violentou tantos anos atrás?

Sobre a autora: Helô Delgado nasceu no sul de Minas Gerais, é casada e mãe de dois filhos. Formada em Psicologia, pós-graduada em Psicanálise e Tradução, é apaixonada por literatura desde criança. Demorou muito para acreditar que poderia escrever e, agora que começou, não quer parar.